Reportagens

2016 foi mesmo o mais quente, diz agência

Temperatura no ano passado chegou a 1,3oC acima da média pré-industrial, quase alcançando a meta de 1,5oC de limite “aquecimento seguro” que países se comprometeram a tentar atingir em Paris

Observatório do Clima ·
5 de janeiro de 2017 · 8 anos atrás
Registro anual de temperaturas da Terra desde 1800 até 2016 mostra o aquecimento sem precedentes deste século. Fonte: ECMWF, Copernicus Climate Change Service.
Registro anual de temperaturas da Terra desde 1800 até 2016 mostra o aquecimento sem precedentes deste século. Fonte: ECMWF, Copernicus Climate Change Service.

O Serviço Copernicus de Mudança Climática, um órgão da União Europeia, publicou nesta quinta-feira a primeira de várias análises que virão nos próximos dias confirmando que 2016 foi de fato, e de longe, o ano mais quente da história.

Segundo a agência europeia, a média de temperatura do ano passado foi de 14,8o C. Ela foi 0,2oC mais alta do que a de 2015, até então o recordista absoluto de calor. No total, a Terra chegou a 1,3oC acima da média da era pré-industrial.

É um valor perigosamente próximo do limite de 1,5o C que os países se comprometeram a tentar atingir no Acordo de Paris, de 2015. Este limite pode ser chamado de “centro da meta” da inflação climática da humanidade: acima dele, eventos como a elevação do nível do mar no longo prazo decretariam a extinção de pequenas nações insulares no mundo inteiro.

O “teto da meta” de Paris é evitar que o aquecimento chegue aos 2oC em relação à era pré-industrial. Uma grande quantidade de evidências científicas aponta que um aquecimento de 2oC em diante colocaria a Terra em um território climático desconhecido e sujeito a eventos extemos devastadores.

Ambas as metas são consideradas muito difíceis de alcançar. Hoje, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, mesmo se todas as emissões do mundo parassem agora, nós teríamos apenas 50% de chance de evitar um aquecimento de 1,5oC. Segundo o Copernicus, o mês de fevereiro de 2016 chegou a tocar o 1,5oC, devido à forte influência do fenômeno El Niño no começo do ano. Mesmo após a dissipação do El Niño, no meio do ano, as temperaturas seguiram excepcionalmente altas em 2016. O serviço europeu associa essa continuidade à perda de gelo marinho no Ártico e na Antártida.

Espera-se que durante este mês a Nasa e a Noaa, dos Estados Unidos, o Met Office, do Reino Unido, e a Agência Meteorológica do Japão divulguem seus balanços de temperatura do ano. Esses organismos apresentarão dados diferentes, pois usam bases de dados diferentes. Embora a margem de diferença entre uns e outros seja de apenas 0,1oC, ela tende a ser maior em 2016 devido a medições distintas de temperatura da superfície do mar associadas com o degelo em ambos os polos.

 

Republicado do Observatório do Clima através de parceria de conteúdo. logo-observatorio-clima

 

 

 

Leia Também

Corrente do Golfo pode parar, diz estudo

Gás metano dispara e ameaça meta de 2 graus

Aquecimento bate 1,2ºC em 2016

 

  • Observatório do Clima

    O Observatório do Clima é uma coalizão de organizações da sociedade civil brasileira criada para discutir mudanças climáticas

Leia também

Reportagens
14 de novembro de 2016

Aquecimento bate 1,2ºC em 2016

Organização Meteorológica Mundial afirma que este ano tem 95% de chance de ser o mais quente da história e que cumprir meta de 1,5oC do Acordo de Paris exigirá esforço “dramático”

Reportagens
12 de dezembro de 2016

Gás metano dispara e ameaça meta de 2 graus

Estudos lançados nesta segunda-feira mostram que velocidade de crescimento do segundo gás-estufa mais importante aumentou 14 vezes em 9 anos; desmate e agricultura lideram causas

Reportagens
5 de janeiro de 2017

Corrente do Golfo pode parar, diz estudo

Novo modelo mostra que esteira oceânica que transporta calor à Europa é mais vulnerável ao aquecimento global do que se imaginava, mas só pararia em séculos não de anos; Brasil seria afetado

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Comentários 1

  1. Franciele diz:

    Foi mesmo! E pelo jeito 2017 começou ainda pior.