Uma moradora de Manaus escreveu para O Eco relatando a situação insalubre que a população tem enfrentado por causa da seca severa e da fumaça que desde o final do mês de setembro cobrem a capital amazonense por algumas manhãs. Agravada pelo fenômeno El Niño, que aquece as águas do oceano Pacífico, a seca tem baixado drasticamente o nível do rio Negro, causando um outro efeito inconveniente. “Ele produz uma certa sensação claustrofóbica, pois a fumaça deixa o céu completamente branco e o teto de nuvens aparentemente bem baixo. O aeroporto do Manaus chega a ser fechado e as embarcações não podem fazer travessias”, relata Laura Añon.
Instituições como o INPA (Programa LBA), SIPAM e INMET relatam que toda esta fumaça é resultado da inversão térmica somada ao pouco vento, falta de chuvas e principalmente por causa das queimadas que continuam acontecendo dentro e ao redor da cidade. Os problemas respiratórios viraram rotina na cidade que é conhecida pelos elevadíssimos índices de umidade do ar e chuvas torrenciais. Em novembro, a população ouviu pela primeira vez o Instituto Nacional de Meteorologia falar em chuva ácida na cidade. “Uma tristeza ver uma cidade no meio da Floresta Amazônica passando por estes problemas ambientais”, desabafa a moradora.
Veja abaixo imagem de satélite do dia 30 de novembro com pluma branca e focos de queimada. Use os cursores + e – para dar zoom na imagem. (crédito: Sensor MODIS/arte O Eco)
Leia também
COP da Desertificação avança em financiamento, mas não consegue mecanismo contra secas
Reunião não teve acordo por arcabouço global e vinculante de medidas contra secas; participação de indígenas e financiamento bilionário a 80 países vulneráveis a secas foram aprovados →
Refinaria da Petrobras funciona há 40 dias sem licença para operação comercial
Inea diz que usina de processamento de gás natural (UPGN) no antigo Comperj ainda se encontra na fase de pré-operação, diferentemente do que anunciou a empresa →
Trilha que percorre os antigos caminhos dos Incas une história, conservação e arqueologia
Com 30 mil km que ligam seis países, a grande Rota dos Incas, ou Qapac Ñan, rememora um passado que ainda está presente na paisagem e cultura local →