No dia 9 de julho desse ano, a prefeitura de Vancouver divulgou os números atualizados da cidade, entre os quais, consta a redução de 4% das emissões de gases de efeito estufa. Depois de ter assumido o compromisso de se tornar a cidade mais verde do mundo em 2020 e estabelecido suas metas, o governo mostra com transparência todos os progressos em documento oficial aberto ao público geral.
Entre os avanços, o desperdício na cidade, que era 480 mil toneladas por ano, caiu para 428 mil, um número ainda grande para quem quer chegar a apenas 240 mil toneladas desperdiçadas anualmente até 2020. Porém essa redução de 11% marca um começo otimista para a meta ambiciosa de desperdício zero.
Com sete anos ainda pela frente até o prazo final, Vancouver tem dado passos firmes em direção ao posto número um. A posição atualmente é considerada de Reykjavik, capital da Islândia, em cuja energia provém unicamente de fontes renováveis, realidade diferente da cidade canadense. Os combustíveis fósseis são um dos inimigos no caminho para reduzir a pegada ecológica e combater as mudanças climáticas e, desde 2011, já foram reduzidas cerca de 100 mil toneladas no total de emissões anuais de Vancouver. Nessa competição saudável onde não há júri oficial, ganha um planeta de vencedores, independente de qualquer ranking.
É importante fazer a ressalva de que apesar da redução de lixo, poluição e, consequentemente, da pegada ecológica, a cidade não parou de crescer. Tanto a população quanto a economia, que continua próspera. Um dos principais trunfos do Plano de Ação é considerar aspectos econômicos conciliados aos interesses ambientais. A Comissão Econômica de Vancouver (VEC) apoia os chamados empregos verdes, aqueles que contribuem significativamente para preservar ou restaurar a qualidade ambiental. De acordo com a última pesquisa (2010), a cidade conta com quase 15 mil pessoas que trabalham em posições consideradas verdes, que incluem técnicos em energia, profissionais em reciclagem, gerentes de sustentabilidade, entre outros, assim como talvez um dos mais importantes e tantas vezes não lembrado, professor.
A tarefa dos educadores que moldam mentes para o futuro é de suma importância para criar o pensamento verde nos alunos e ensinar uma população inteira a matemática do planeta Terra. A conscientização anda lado-a-lado com os investimentos concretos. No caminho do desenvolvimento sustentável, Vancouver amplia ciclovias, investe em parques e áreas arborizadas, estimula empregos e construções verdes, fortalece o comércio local, vai atrás da excelência na água e no ar, e vê seu futuro criar raízes numa terra fértil.
O movimento por uma cidade mais verde tem contagiado na internet também, onde pessoas trocam ideias e acompanham a corrida em nome da sustentabilidade. As redes sociais, por exemplo, além de uma forma eficaz para divulgação de informações, dispensam qualquer impressão em papel – as árvores curtem isso.
O esforço de Vancouver foi reconhecido pelo grupo da Hora do Planeta, que a premiou como a capital de 2013 de acordo com a escolha do público. Numa época em que meio ambiente virou assunto sério no discurso de governantes, está na hora de ver suas frases em papéis que façam as coisas acontecerem. Assim como Vancouver, está na hora de outras localidades fazerem seus planos de ação e arregaçarem as mangas. O relógio do planeta espera que todos fiquem na hora certa e não ponham o alarme para despertar tarde demais.
Leia também
COP da Desertificação avança em financiamento, mas não consegue mecanismo contra secas
Reunião não teve acordo por arcabouço global e vinculante de medidas contra secas; participação de indígenas e financiamento bilionário a 80 países vulneráveis a secas foram aprovados →
Refinaria da Petrobras funciona há 40 dias sem licença para operação comercial
Inea diz que usina de processamento de gás natural (UPGN) no antigo Comperj ainda se encontra na fase de pré-operação, diferentemente do que anunciou a empresa →
Trilha que percorre os antigos caminhos dos Incas une história, conservação e arqueologia
Com 30 mil km que ligam seis países, a grande Rota dos Incas, ou Qapac Ñan, rememora um passado que ainda está presente na paisagem e cultura local →