Na última edição da Revista Opiniões, o diretor-superintendente da siderúrgica ArcelorMittal, Elesier Lima Gonçalves, reconhece o óbvio: que não existem lavouras de árvores exóticas suficientes para atender à demanda da siderurgia nacional. O uso de carvão vegetal disparou em mais de 50% na última década, enquanto os plantios crescem apenas 3% ao ano. Gonçalves afirma que o “déficit tem sido, em parte, compensado pelo aumento da produtividade das florestas plantadas e através dos programas fazendeiros florestais”. A outra parte se deve ao galopante desmatamento ilegal da Caatinga, do Cerrado e do Pantanal, para produção de carvão. O executivo vê na flagrante ilegalidade do setor uma oportunidade de negócios, com plantio de eucaliptos, até porque a produção siderúrgica pode saltar de 33 milhões de toneladas para 57 milhões de toneladas anuais nos próximos dez anos.
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