Salada Verde

Parque de Carbono sai do papel

Após longo processo, Parque de Carbono é inagurado no Rio de Janeiro com início da recuperação de 204 hectares dentro do Parque Estadual da Pedra Branca. 

Redação ((o))eco ·
8 de fevereiro de 2011 · 15 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente

Rio de Janeiro – Anunciado há alguns anos pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), o Parque de Carbono foi, finalmente, lançado no Rio de Janeiro. Na última sexta-feira (4), um evento no Parque Estadual da Pedra Branca deu início à restauração de 204 hectares da unidade de conservação. Ao todo, serão 410 mil mudas plantadas de 50 espécies diferentes da Mata Atlântica até o segundo semestre de 2012, com dois anos extras de manutenção.

Idealizado pela SEA e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o projeto visa a recuperação de terras degradadas dentro de áreas protegidas públicas. A novidade é que este trabalho acontece graças à união entre o poder público e privado: os recursos vêm do abatimento de emissões de gases de efeito estufa.

No caso da Pedra Branca, o Instituto BioAtlântica (IBio) foi o responsável pela captação da verba necessária (compensação da Petrobrás pela exploração do pré-sal), além de gerir todas as atividades práticas e teóricas da restauração. A metodologia utilizada foi retirada do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica e há o envolvimento direto da comunidade local. O monitoramento e manutenção do plantio fica por conta da CoopBabilônia, uma ONG como o IBio.

“Nessa vertente norte do PE da Pedra Branca, ou se tem um esforço conjunto para recuperação, ou jamais ela vai se recuperar. A falta de resiliência daquela vertente, pelo impacto ao longo dos anos, e pela característica climática da região, demanda esforços de restauração florestal intensivos. Do contrário, aqueles 1.300 ha de floresta que foram perdidos nos últimos dois séculos nunca serão recuperados. Não é apenas a recuperação de um parque, é a oportunidade de qualificação de mão-de-obra e geração de trabalho e renda para uma cadeia produtiva que se apresenta como muito promissora e com uma demanda crescente”, avalia Beto Mesquita, diretor do IBio.

Vale ressaltar que a escolha da Pedra Branca aconteceu em virtude de ser o maior parque urbano e apresentar demanda de recuperação em vastos terrenos. Mas não é só. Estas características tendem a permitir maior visibilidade ao projeto e aproximar novas empresas interessadas em investimentos semelhantes. No mais, para garantir o sequestro de carbono ao longo de 30 anos, é muito mais viável realizar as atividades dentro de uma unidade de conservação, que se manterá protegida.  (Felipe Lobo)

Leia também

Notícias
19 de dezembro de 2025

STF derruba Marco Temporal, mas abre nova disputa sobre o futuro das Terras Indígenas

Análise mostra que, apesar da maioria contra a tese, votos introduzem condicionantes que preocupam povos indígenas e especialistas

Análises
19 de dezembro de 2025

Setor madeireiro do Amazonas cresce à sombra do desmatamento ilegal 

Falhas na fiscalização, ausência de governança e brechas abrem caminho para que madeira de desmate entre na cadeia de produção

Reportagens
19 de dezembro de 2025

Um novo sapinho aquece debates para criação de parque nacional

Nomeado com referência ao presidente Lula, o anfíbio é a 45ª espécie de um gênero exclusivo da Mata Atlântica brasileira

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.