Para não engolir sapos

De Adrian Antonio Garda Graduate Student, Department of Zoology and SN Oklahoma Museum of Natural HistoryGostei muito da reportagem publicada pela jornalista Marina Lemle no site O Eco. Tanto a leitura que ela fez das desclarações como o modo de explicar onde está a polêmica são muito bons.Tenho apenas uma colocação a fazer. A frase inicial "Anfíbios do Brasil estão no centro de uma polêmica que opõe cientistas nacionais e estrangeiros" leva a discussão para o rumo errado, em minha opinião.Diversos brasileiros (como eu) acreditam que a análise subsequente dos dados pelos pesquisadores "estrangeiros" não é errada, e que estamos sim subestimando a quantidade de anfíbios em declínio no nosso País. Isso ficou muito claro a partir de um simpósio feito durante o último congresso de herpetologia do brasil, realizado na PUC-Minas. Havia quem concordasse com Stuart e quem concordasse com "os brasileiros".Alguns pesquisadores internacionais, por sua vez, concordam com a posição dos pesquisadores brasileiros envolvidos na confecção da lista. Assim, talvez tenha faltado um pouco de pesquisa de campo dos jornalistas para verificar que, dentro do próprio Brasil, não há consenso sobre o assunto. Entendo que é difícil arrumar tempo para fazer isso (minha irmã é jornalista).É errado, em minha opinião, centrar a questão em um tom nacionalista, quando dentro do Brasil não há consenso sobre o assunto. No mais, acho a reportagem de excelente qualidade e somente o fato de colocar nossos sapos na mídia já é um ponto extremamente positivo. Agradeço a atenção,

Por Redação ((o))eco
16 de novembro de 2005

Cobras criadas

De Manoel M S Sobrinho Sr. Editor,Venho parabenizá-los pela excelente reportagem sobre o processo de formação de novas espécies em ilhas do litoral brasileiro. Tal tipo de divulgação vem reafirmar a riqueza de nossa fauna e flora e a importância da pesquisa no assunto.Cabe, no entanto, uma observação. Segundo o tom da reportagem, dá-se uma visão lamarquiana ao processo de evolução.Trechos como: "(...)elas viram seus habitats se modificarem e para sobreviver precisaram desenvolver, geração após geração, novas características físicas e de comportamento (...)", ou ainda, "(...)O principal motivo das alterações genéticas foi a escassez de alimento. Habituadas, em terra, a comer pequenos mamíferos como ratos e gambás, as jararacas se viram obrigadas a buscar outras dietas depois que o alimento se extinguiu (...)"; dão a entender que o ambiente provocou modificações genéticas nos indivíduos, quando na realidade essas modificações ocorreram ao acaso (variabilidade) e o ambiente selecionou (seleção natural) os indivíduos mais aptos, e esses sim, transmitiram essa carga genética para os descendentes (visão neodarwiniana).Volto a reafirmar a qualidade do material jornalístico publicado por O Eco, desejando longa vida ao site e parabéns ao seu grupo de trabalho.Atenciosamente,

Por Redação ((o))eco
16 de novembro de 2005

Vestida de alface

De Adriana Lisboa Oi, Silvia,Acabo de ler o seu artigo em O Eco. Eu em parte concordo com você - um vestido de alface não é nada atraente. Sou membro da PETA e, aqui no Brasil, do instituto Nina Rosa, embora profissionalmente minha praia seja a literatura (sou escritora e tradutora). No entanto, não se trata de "relaxar um pouco e entender que o fascínio existe, que nem sempre ele é produto de devastações ambientais e que, mesmo quando é, produz algum tipo de prazer, ainda que seja tão somente estético - o que já é muita coisa." Acredito que não é exatamente a preservação do ambiente que está em jogo, aqui, mas uma luta contra o especismo - contra o milenar equívoco filosófico que leva o homem a achar que é superior aos outros animais e que, por isso, pode dispor deles. Esse é o mesmo princípio, como ensinou com extrema clareza o filósofo Peter Singer (o mais importante nome de bioética), que leva, por exemplo, o homem a achar que é superior à mulher, ou o branco a achar que é superior ao negro, ao índio.Um outro desdobramento é que, mesmo se cairmos na esparrela da superioridade/inferioridade, existe um dado factual, que é o de que os animais sofrem quando submetidos a certas práticas. Chinchilas confinadas sofrem, galinhas em granjas industriais sofrem, ratos de laboratório sofrem - a vida inteira.É contra esse sofrimento que eu pessoalmente me rebelo e isso o que me leva a ser vegetariana, a não usar couro, lã, seda ou peles de animais e a evitar comprar produtos testados em animais. Em útlima análise, é isso o que me leva a, apesar de tudo, achar um vestido de alface, por mais insosso que seja, mais atraente do que um casaco de peles.Com um grande abraço,

Por Redação ((o))eco
15 de novembro de 2005

Mal acostumados

De Luiz Gustavo Gonçalves Sobre as matérias que se referiam à invasão do Parque Nacional pelos guarani, tenho basicamente duas coisas a colocar:1) O Parque do Iguaçu, como de resto boa parte dos Parques Nacionais, se constitui numa zona de extremo e histórico conflito. Por isso, o isolamento "para turista ver" de uma área como aquela, a fim de resguardá-la da "ação predatória" dos "grileiros pilantras" que de uma hora para a outra se tornaram as pessoas que viviam no local, é e sempre será insustentável, ambiental e eticamente. 2) Os índios, tal como são pintados nas matérias, aparecem todos por seus aspectos, vamos dizer, negativos para a "platéia culta": usam celular, não sabem caçar, usam roupas (!), dormem sob lonas pretas (MST!!) entre outras coisas. Em suma: não são mais "índios". Mas, quem define isso? Os jornalistas? Os leitores? FURNAS, que dá merreca de terras pra assentamentos deles? Acho que faltou investigação in loco, ouvindo todas as partes. Não é isso que está no manual da faculdade?

Por Redação ((o))eco
11 de novembro de 2005

Corda bamba

De Verônica Tamaoki Oi, Silvia. Que bom que alguém queira investigar mais sobre tema tão complexo e polêmico. O circo agradece. Estou enviando cópia desta mensagem para o Márcio Stancowich. Seguem alguns textos e reflexões. Boa sorte, um grande abraço,Clique aqui para ler esta carta na íntegra.

Por Redação ((o))eco
10 de novembro de 2005

A natureza escondida

De KowalskiPorto Alegre, 08 de novembro de 2005.Parabéns pelo site, impressionante a qualidade das matérias. Um colega me repassou a matéria "A natureza escondida", lindas fotos e o texto é brilhante.Sugiro divulgarem o site no orkut, existem muitas comunidade de biólogos e pessoal de Meio Ambiente.Abraços

Por Redação ((o))eco
9 de novembro de 2005

Biólogos

De Rodrigo LeonelOlá meu nome é Rodrigo Leonel sou graduando de biologia a qual estudo com afinco a 4 anos.Acho muito bom o site de vcs.Mas olhando a equipe de vcs vejo a falta de biólogos, o que se reflete em algumas reportagens, acho essencial a um site como O Eco a presença desta classe na equipe, pois é a formação mais abrangente e a que consegue ter uma visão mais completa de assuntos por exemplo como biodiversidade e ecologia. E mais facilmente capazes de conseguir certas informações por exemplo como a espécie de aranha que aparece na foto da capa de 08/11, que ficou sem essa informação.Acredito que biólogos possam dar uma grande contribuição a um site que almeja abranger o tema meio ambiente. Além de a grande maioria destes serem ferrenhos defensores dos ambientes naturais.Grande abraço,

Por Redação ((o))eco
9 de novembro de 2005

Produção em série II

De Frederico A.R.D.P. Arzolla e Gláucia Cortez R. de Paulado Instituto Florestal de São PauloGostaríamos de parabenizá-los pela matéria sobre o Parque Estadual de Jacupiranga, intitulada "Produção em Série" de 22/10/2005.Aproveitamos para consultar sobre a possibilidade da divulgação do veto do Governador sobre o Projeto de Lei n. 984/2003, que corre o risco de ser derrubado na Assembléia Legislativa.O veto está muito bem escrito e sintetiza muito do que já foi produzido sobre essa nociva iniciativa do Deputado Hamilton Pereira.Atenciosamente,

Por Redação ((o))eco
4 de novembro de 2005

Produção em série

De Arnaldo Rodrigues das Neves Jr. Presidente da União dos moradores da JuréiaCaro Sr Lorenzo AldéMeu nome é Arnaldo, sou presidente da União dos moradores da Juréia, organização civil sem fins lucrativos, fundada em 1990 e que congrega as comunidades de moradores dos municípios de Iguape e Peruíbe, o que representa cerca de 1500 pessoas, somos membros filiados da Rede Mata Atlântica.Em primeiro lugar gostaria de parabenizá-lo pelo interesse da manutenção dos ecossistemas da Floresta Atlântica, em especial na região do Vale do Ribeira, SP.Li a matéria "Produção em série" e gostaria de tecer alguns comentários sobre a mesma.Clique aqui para ler esta carta na íntegra.

Por Redação ((o))eco
4 de novembro de 2005

Banquete à beira-mar

De Helio da Rocha PintoSilvia, o que está ocorrendo é que os ambulantes estão abusando um pouquinho nos seus preços. Já houve caso comigo de eu comprar refrigerantes em lata mais barato nos quiosques. Tá certo que tive que me deslocar até lá, mas a diferença de preço estava muito alta. Era só uns 10 metros de areia, e só. Penso que não é o caso de proibição, mas, como tudo neste país, o problema é de fiscalização, mesmo porque se sabe que muitos ambulantes são "terceirizados" dos donos de quiosques. Infelizmente é a nossa cultura de "levar vantagem" a qualquer custo e como for. Assim fica difícil defender a nobre classe dos ambulantes, que se não necessitassem, não estariam enfrentando sol escaldante e quilometros de areia nos fins de semana do nosso verão. Eu mesmo conheço um, aqui na praia do Recreio, que conseguiu (sic) "formar" a sua filha em um curso superior graças ao seu trabalho nas praias. Pensemos, pensemos...Abraços. Resposta da autora:Helio,Gostei muito da sua mensagem e concordo com você. Diante da situação que o país vive, diria que proibir os ambulantes de fazer da praia uma praça de alimentação é injusto. O mais honesto seria tentar conscientizar a população a recolher o lixo e não deixar rastros do piquenique na praia. Até porque, comer na areia tornou-se um hábito cultural, principalmente no Rio. Está aí o biscoito Globo que não me deixa mentir. Os ambulantes estão lutando por um espaço, mal ou bem, estão trabalhando sob o sol escaldante sem o desprazer de pagar impostos. Bato palmas para eles.Um abraçoSilvia

Por Redação ((o))eco
2 de novembro de 2005