Pesquisa feita pelo Centro de Toxinas, Resposta-Imune e Sinalização Celular (CeTICS) estudou a toxicidade dos 10 agrotóxicos mais usados no Brasil e mostra que não há dose segura para a saúde e o meio ambiente no uso desses pesticidas. O estudo foi liderado pela imunologista Dra. Mônica Lopes-Ferreira, diretora do Laboratório Especial de Toxinologia Aplicada (LETA) e coordenadora da Plataforma Zebrafish, que usa o peixe Zebrafish (Danio rerio) como modelo para avaliação de toxicidades. O Danio rerio é geneticamente parecido com a espécie humana e possui todo genoma sequenciado.
Os pesquisadores testaram dosagens variadas dos dez agrotóxicos mais usados no país – Abamectina, Acefato, Alfacipermetrina, Bendiocarb, Carbofurano, Diazinon, Etofenprox, Glifosato, Malathion e Piriproxifem –, desde as doses mínimas indicadas pelos fabricantes até concentrações 30 vezes inferiores, e que, portanto, deveriam a princípio ser consideradas inofensivas à vida e ao meio ambiente. A pesquisa mostrou o contrário: mesmo exposto a concentrações mínimas, o Zebrafish apresentava anomalias ou não resistia após ser submetido ao veneno.
Entre os dez pesticidas analisados, sete (Abamectina, Acefato, Alfacipermetrina, Bendiocarb, Carbofurano, Diazinon, Etofenprox) foram responsáveis pela morte dos peixinhos, em maior ou menor porcentagem, em quaisquer concentrações testadas, decorridas até 96 horas após a exposição ao agrotóxico. E mesmo entre os sobreviventes, ou seja, os embriões de peixes-zebra que conseguiram se tornar larvas, a maioria apresentava alguma anomalia ou má formação.
Já com o Glifosato, Malathion e Piriproxifem, após decorridas 24 horas da exposição dos embriões de peixes-zebra aos venenos, a mortalidade foi de 100%, não importando qual concentração, desde a dosagem mínima indicada pela Anvisa para a avaliação até outra 30 vezes menor, que teoricamente deveria se mostrar inofensiva.
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