O INPE divulgou na semana que terminou os números de alertas de desmatamento do sistema Deter referentes aos meses de novembro/14, dezembro/14 e janeiro/15. Os satélites registraram um aumento moderado de alertas no trimestre. Eles são registros de locais onde provavelmente houve supressão de florestas na Amazônia Legal.
A área somada dos alertas de corte raso (destruição total da floresta) subiu de 276 km² para 291 km², um aumento de 5,4% comparado com o mesmo trimestre do ano anterior (novembro e dezembro/13 e janeiro/14). Esse número equivale ao desaparecimento de uma área de florestas equivalente a 80 Parques Ibirapueras.
Se o número do último trimestre cresceu pouco, o acumulado do ano sugere que o desmatamento está fora de controle na região.
Nos seis meses desde agosto – quando começa o ano-calendário de medição do desmatamento – o número de alertas subiu 90,5%, em comparação ao mesmo período do ano anterior. A área afetada saiu de 1.162,7 quilômetros quadrados km² e pulou para 2.215,5 km².
Nos últimos seis meses, apenas novembro e dezembro apresentaram alertas menores do que o detectado no mesmo mês do período anterior. A tendência de aumento indica uma piora no balanço divulgado no final do ano, em geral, logo antes da COP do Clima.
O Deter é um um sistema pouco preciso, pois foi criado para apoiar com informações ágeis as operações do Ibama de fiscalização e repressão do desmatamento ilegal na Amazônia. Entretanto, seus resultados podem ser vistos como tendência a ser confirmada pelo Prodes, o sistema mais preciso e robusto do Inpe, usado para aferir na região o desmatamento anual consolidado.
Desmatador preso
Uma semana antes da divulgação dos dados do desmatamento, uma operação conjunta do Ibama, Polícia Federal, Ministério Público Federal e Receita prendeu o grileiro Ezequiel Antônio Castanha, considerado o maior desmatador da Amazônia.
Castanha foi preso no município de Novo Progresso, Oeste do Pará, acusado pelos crimes de grilagem de terras públicas, desmatamento ilegal, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, além de uso de documentos falsos.
De acordo com o Ibama, o grileiro vinha atuando na BR 163 e seu núcleo familiar já responde por quase R$ 47 milhões em multas junto ao Ibama, sem contar com os autos de infração em nome dos demais membros da quadrilha, que agia em Novo Progresso, Itaituba e Altamira. A Operação Castanheira atua há 6 meses na Amazônia contra o desmatamento ilegal.
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