Notícias

Desmatamento na Amazônia tem alta em maio, mas acumulado mostra queda

Boletim do Imazon indica que o desmatamento acumulado está 10% menor do que o mesmo período do ano passado, apesar do aumento registrado nos últimos 4 meses

Daniele Bragança ·
16 de junho de 2016 · 8 anos atrás
Acima, Ibama flagra desmatamento na Floresta Nacional do Jamari. Foto: Ascom/Ibama.
Acima, Ibama flagra desmatamento na Floresta Nacional do Jamari. Foto: Ascom/Ibama.

O desmatamento acumulado na Amazônia caiu 10% este ano, em comparação com o mesmo período no passado: atingiu 2.068 quilômetros quadrados (km²), contra 2.286 registrados no mesmo período do ano passado. Entretanto, desde fevereiro os alertas de desmatamento voltaram a crescer.

Dezembro de 2015 sinalizou a nova tendência de alta, mas pareceu um soluço para cima dos dados, pois em janeiro o total voltou a cair. Mas, daí em diante, a tendência de crescimento se firmou e o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), produzido pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), registrou uma série de números mais altos. O último boletim do SAD foi divulgado nesta quinta-feira (16).

O ano-calendário do desmatamento começa a ser contado a partir de agosto de cada ano. Nos dez meses de agosto/2015 para cá, entre os estados, Mato Grosso liderou o ranking de perda florestal, com 35% (ou 716 quilômetros quadrados) do total desmatado, seguido pelo Pará (23%), Amazonas (20%) e Rondônia (17%).

Deve-se levar em consideração que os dados do SAD são baseados num sistema de monitoramento em tempo real. Esse sistema gera dados menos robustos que o  Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que fornece os dados oficiais do desmatamento anual da Amazônia com precisão de 6,25 hectares. O SAD faz esse registro a partir de 25 hectares.

Tabela

Dados de maio

Os números de maio mostram uma perda florestal 22% maior do que em relação a maio de 2015. Detectou-se 474 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal, o equivalente a quase 12 Parques Nacionais da Tijuca em apenas um mês. Em maio de 2015, o desmatamento somou 388 quilômetros quadrados.

Nos estados, o desmatamento se concentrou no Amazonas (37%), Rondônia (22%), Pará (21%) e Mato Grosso (15%), com menor ocorrência em Roraima (3%), Tocantins (1%) e Acre (1%).

Entre os municípios, Lábrea lidera com 74,4 km², seguido de Novo Aripuanã, que destruiu 44,7 km² de floresta. Ambos ficam no estado do Amazonas.

 

Saiba Mais

Boletim do Desmatamento do SAD – Maio 2016 – PDF produzido pelo Imazon

 

Leia Também

Alerta de desmatamento diminuiu 82% em janeiro, diz Imazon

Desmatamento coloca em risco até 57% das espécies de árvores da Amazônia

Com leis diferentes, desmatamento só muda de lugar

 

 

 

  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

Leia também

Notícias
31 de março de 2016

Com leis diferentes, desmatamento só muda de lugar

Pesquisadores da Universidade de Stanford afirmam que leis mais rigorosas e fiscalização empurram desmatamento para outras áreas.

Notícias
30 de novembro de 2015

Desmatamento coloca em risco até 57% das espécies de árvores da Amazônia

Estudo realizado por mais de 150 pesquisadores demonstra que é preciso cuidar mais das áreas protegidas para reduzir extinção de espécies.

Salada Verde
18 de fevereiro de 2016

Alerta de desmatamento diminuiu 82% em janeiro, diz Imazon

No mês, foram detectados 52 km² de desmatamento na Amazônia Legal. O estado do Amazonas foi o campeão de derrubada de floresta.

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Comentários 3

  1. Mariana diz:

    Lábrea e Novo Aripuanã são municípios do Amazonas…


    1. GesuisMariaJosé diz:

    2. Mariana, Obrigado pelo alerta, já foi corrigido