Notícias
27 de outubro de 2004

Água contaminada

Testes realizados em julho de 2003 encontraram uma substância altamente tóxica a poucos metros do reservatório de água de Washington. A substância, que é normalmente usada na fabricação de armas químicas e explosivos, foi encontrada no lençol freático e o caso foi mantido quase que em segredo. Foi revelado apenas para um grupo pequeno de cientistas e políticos. O Washington Post (gratuito, mas exige cadastro) afirma que a limpeza do reservatório é responsabilidade do exército americano.

Por Carolina Elia
27 de outubro de 2004
Notícias
27 de outubro de 2004

Lua Titã

A lua Titã, de Saturno, foi fotografada ainda mais de perto pela sonda espacial Cassini. As primeiras fotos tinham sido tiradas em junho. Ainda este ano a sonda deve pousar na superfíce de Titã, onde alguns cientistas desconfiam existir oceanos de metano e etano. . Segundo a BBC Brasil (gratuito) a sonda ainda vai investigar fenômenos atmosféricos, condições geológicas e construir mapas topográficos da lua.

Por Carolina Elia
27 de outubro de 2004
Notícias
26 de outubro de 2004

Usina mortal

O Ministério Público Federal abriu uma ação contra a Tractebel, empresa belga responsável pela Usina Jorge Lacerda, em Santa Catarina. Apenas em 1986 foi feito o primeiro Estudo de Impacto Ambiental (EIA) sobre as atividades da empresa, inaugurada em 1957. O resultado foi alarmante: a região apresentava um índice médio de mortalidade por câncer e doenças respiratórias superior aos do estado e do país, além de registrar taxas altas de anomalias congênitas no sistema nervoso, incluindo anencefalia (fetos sem cérebro), e de mortalidade de crianças menores de 1 ano por doenças respiratórias. Ainda assim, a maior termoelétrica da América Latina continuou funcionando normalmente e sem fiscalização. Em 1997, inaugurou sua quarta unidade de geração de energia. Estima-se que a queima de carvão pela Usina, sem contar o desmatamento que já foi objeto de outro processo nos anos 90, despejou na atmosfera, em 10 anos, um total de 22 toneladas de arsênio, 53 de bário, 100 de chumbo, 3.380 de flúor, 40 de selênio e 500 quilos do radioativo urânio, além das 156 mil toneladas de dióxido de enxofre que emite... por ano! Entre outros elementos nocivos. A ação civil pública pede uma Auditoria Ambiental para detalhar a poluição produzida e seus efeitos, e a indenização às pessoas vitimadas por doenças ligadas às emissões, além de impor a adequação dos níveis de poluição. Por sua omissão durante todos esses anos, estarão no banco dos réus ao lado da empresa a União, o Ibama, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e a FATMA (órgão ambiental do estado).

Por Lorenzo Aldé
26 de outubro de 2004
Análises
26 de outubro de 2004

RPPNs

De Beto MesquitaInstituto BioAtlânticaPrezado Marcos,Foi um prazer ouvi-lo durante o jantar que reuniu trainees e tutores em meio ambiente, técnicos da Fundação O Boticário e alguns líderes Avina, como você, na semana passada, em Curitiba. Sentado na mesa dos "tutores" e entretido com a rica troca de experiências interpessoais e interinstitucionais que marcou este quase um ano de programa, acabei não tomando a iniciativa de apresentar-me, embora este não tenha sido nosso primeiro contato.O primeiro creio que foi em 1996 ou 97, quando eu vivia em Olivença, próximo a Ilhéus, e trabalhava para o Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia (IESB), e você labutava na redação da Veja. Havia acabado de ler o A Ferro e Fogo e foi um prazer colaborar - em duas conversas ao telefone - com um jornalista que havia se inspirado neste livro para elaborar uma reportagem sobre a destruição da Mata Atlântica daquele pedaço especial do planeta, de onde saí no ano passado em busca de outros desafios, mas pelo qual continuo dedicando boa parte de minha "carga horária" de trabalho.Bom, mas não te escrevo na intenção de lembrar de algo que se passou há tantos anos. O assunto é outro, e bem mais atual! Li sua coluna n' O Eco sobre o IV CBUC, focada no grande número de estudantes presentes neste evento, e achei que deveria lhe contar sobre um outro grupo muito especial, que também se fez presente neste congresso. Falo das proprietárias e proprietários de Reservas Particulares do Patrimônio Natural - ou "simplesmente" RPPN - que, embora não fossem numerosos neste evento, foram contados em mais de uma centena durante o II Congresso Brasileiro de RPPN, realizado às vésperas do CBUC (14 a 16 de outubro), na mesma cidade de Curitiba.Infelizmente não sou um deles, posto que o único terreno que possuo além de minúsculo há muito está coberto por uma gramínea exótica, adornado com apenas dois coqueiros, e portanto não se prestaria para uma unidade de conservação, como o são as RPPN. Mas tenho convivido diariamente com estes cidadãos que dedicam, de maneira voluntária e quase sem nenhum apoio ou benefício, parte do seu patrimônio para a proteção da biodiversidade brasileira. Convivo com eles desde 1996, quando achei que já havia cumprido meu papel colhendo dados e informações sobre as madeireiras que ainda atuavam no sul da Bahia, para denunciá-las (hoje, finalmente, estão praticamente todas fechadas), e buscava então algo de inovador e motivador para promover a conservação dos recursos naturais. Já conhecia o que motivava o homem a desmatar, e os mecanismos e artimanhas para isso. Precisava então encontrar a motivação para a proteção. Foi então que comecei e tomar contato com as RPPN. Você sabia que existem hoje 664 RPPN, espalhadas por todos os biomas e estados brasileiros, protegendo juntas mais de 525 mil hectares?!? "Isso é muito pouco, não faz nenhuma diferença para a conservação, são áreas muito pequenas", já ouvi de alguns especialistas no assunto, alguns até amigos nossos... É, pode ser pouco mesmo, mas continuo achando que estes espaços, e as pessoas que estão por trás deles, e as histórias que estão por trás destas pessoas, constituem maravilhosos exemplos de cidadania e responsabilidade ambiental, que merecem, no mínimo, serem contados e mostrados como exemplos a serem seguidos. Na cerimônia de encerramento do IV CBUC a diretora de ecossistemas do IBAMA disse que sentiu falta, durante o congresso, dos relatos e das experiências dos "parqueiros" brasileiros, dos profissionais que ficam lá na ponta, enfrentando os problemas e os desafios da proteção do patrimônio natural brasileiro. Felizmente, e como membro da comissão organizadora digo com muito orgulho, isso foi o que não faltou no II Congresso Brasileiro de RPPN, uma vez que o ponto alto, as sessões mais concorridas nos três dias de congresso, foram as apresentações sobre 30 RPPN, feitas por seus próprios donos. Alguns deles nos brindaram com verdadeiras lições de persistência, de cidadania, de senso de missão, de pragmatismo e de sabedoria na busca, muitas vezes solitária, de soluções para seus problemas e suas dificuldades na luta do dia-a-dia protegendo a natureza. São pessoas de todas as idades, de todas as formações, de várias classes sociais. São também empresas, organizações ambientalistas, igrejas... Todos voluntária e solidariamente empenhados na proteção do patrimônio natural.Fica então a sugestão, de uma matéria/reportagem sobre as RPPN e as pessoas que as criaram, administram e protegem. Há doze associações estaduais/regionais de proprietários de RPPN e uma Confederação Nacional, que integra as doze associações. O II Congresso Brasileiro de RPPN foi um marco para o movimento, que tem se organizado e alavancado importantes parcerias e resultados. Se houver interesse, posso repassar algo de literatura e dados sobre o tema, pois tenho bastante coisa (acabaram de ser lançadas 4 publicações sobre o assunto), bem como contatos de proprietários e dirigentes de associações.Acho que o tema vale a pena! Ah, e antes que me esqueça, parabéns pel' O Eco!!Um abraço,

Por Lorenzo Aldé
26 de outubro de 2004
Notícias
26 de outubro de 2004

Basta de aventura nuclear

Esse foi o recado que estava na faixa que ativistas levaram hoje para frente da sede das Industrias Nucleares Brasileiras (INB), no Rio.Onze foram presos por lacrarem as portas do prédio em protesto aos planos nucleares do país. O Globo Online (gratuito) conta que, para variar, eles se acorrentaram a tambores estampados com o símbolo de radioatividade.

Por Carolina Elia
26 de outubro de 2004
Reportagens
26 de outubro de 2004

Impressões de um europeu

O inglês Tim Hirsch, repórter da BBC, esteve no Congresso de Unidades de Conservação e saiu de lá com uma certeza: o Brasil não precisa de lição de moral.

Por Tim Hirsch
26 de outubro de 2004
Notícias
26 de outubro de 2004

Nada alternativo

A Agência Internacional de Energia divulgou um relatório afirmando que o mundo vai continuar a depender do petróleo e de gás por um bom tempo. A demanda deve crescer 60% nos próximos 30 anos. Segundo a BBC News (gratuito), a boa notícia é que temos reservas suficientes para isso. A má notícia é que até 2030 deve aumentar em 60% a emissão de gás carbônico na atmosfera.

Por Carolina Elia
26 de outubro de 2004
Notícias
26 de outubro de 2004

Desagradou

A Alemanha quer mudar o tratado de cooperação nuclear assinado há 30 anos com o Brasil. O país, que desistiu de investir em usinas nucleares, não gostou do projeto brasileiro de construir 4 centrais no Nordeste e na Amazônia. A idéia foi mal recebida e 18 organizações ambientais pressionaram o governo alemão a romper o tratado com o Brasil. A notícia está no Estado de S.Paulo (só para assinantes).

Por Carolina Elia
26 de outubro de 2004
Notícias
26 de outubro de 2004

Recorde

Um incêndio em uma instalação química iraquiana produziu a maior emissão de anidrido sulforoso na atmosfera já provocado pelo homem. O gás a base de enxofre é normalmente expelido por vulcões. A BBC News afirma que o fogo demorou quase um mês para ser controlado e provocou um prejuízo de US$ 40 milhões às plantações locais. Muitas pessoas apresentaram problemas respiratórios.

Por Carolina Elia
26 de outubro de 2004