O furacão Katrina deixou os americanos em alerta máximo e agora o país acompanha cada passo do sucessor: o Rita. Esta tempestade tropical com nome de mulher de malandro já surrou a costa nordeste de Cuba com ondas que alagaram parte de Havana e bateu com tudo nas ilhas de Key West, no estado americano da Flórida. No começo da noite de quarta-feira, ela atingiu a categoria 5, o que significa um furacão com ventos superiores a 255km/h e grande poder de destruição.
A rota do Rita, publicada nos principais jornais americanos e atualizada na página do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), mostra onde o furacão se encontra e quais são as regiões do país que provavelmente serão atingidas. As mais vulneráveis são a costa do Texas e o sudoeste da Louisiana, onde o Rita deve chegar no sábado. Nova Orleans não está no meio do caminho,mas pode sofrer novas inundações por causas das ondas formadas pelo furacão.
A página oficial do Centro Nacional de Furacões é o melhor lugar para se buscar informação atualizada sobre o Rita. Boletins com os últimos dados das tempestades tropicais que ameaçam a costa dos Estados Unidos são atualizados a cada 3 horas e incluem a localização precisa do olho do furacão e sua velocidade. É lá que a imprensa busca notícia. É também no site do NHC que se pode observar as imagens de satélite mais recentes do Rita, inclusive a infra-vermelha, que revela a distribuição de calor no espiral. A temperatura revela a capacidade de força de um furacão.
A Nasa é um outro endereço útil, principalmente para quem gosta de detalhes. Lá é possível comparar a rota do furacão com a das correntes quentes do Golfo, cujo vapor dá força às tempestades tropicais. Como explicou o meteorologista Giovani Dolif,do CPTEC/Inpe, a Andreia Fanzeres, de O Eco, “A água quente é como o combustível do furacão, e ali na região do Golfo do México, por onde vai passar o Rita, as temperaturas já estão entre 29 e 31 graus”. Mas a Nasa também mostra e explica a densidade pluviométrica provocada pela chegada do furacão e revela com cores a variação da velocidade de seus ventos.
Os meteorologistas do Inpe acompanham com curiosidade a chegada de furacões como o Rita no Golfo do México, mesmo não tendo nenhuma atribuição em monitorar aquela região. O aumento do interesse surgiu depois do Catarina, o primeiro furacão registrado no Brasil . “O que está acontecendo nos Estados Unidos são ciclones tropicais, parecidos com o nosso Catarina, em sua fase inicial. Por isso estamos mais empenhados em observar como os fenômenos se desenrolam por lá para nos prepararmos melhor para os próximos que acontecerem no atlântico sul”, diz Dolif.
Sondas lançadas de aviões no olho do Rita na quarta-feira indicaram que a pressão dentro do sistema furacão está em 920 milibares, considerada bastante baixa. Segundo Dolif, quanto mais baixa, mais intensa é a tempestade. O Katrina, por exemplo, passou pela mesma região e teve pressão de 908 milibares. O Rita está quase lá, o Centro Nacional de Furacões já o classificou como um perigo extremo.
A temporada de furacões deste ano começou em primeiro de junho e de lá para cá os Estados Unidos já foram atingidos por 16 ciclones tropicais, o Rita será o décimo sétimo. Todo ano é elaborada pela Organização Mundial de Meteorologia uma lista oficial com 21 nomes, em ordem alfabética, para batizar as tempestades do oceano Atlântico. A idéia surgiu em 1953 e dura até hoje por ser de fácil memorização e facilitar a troca de informação entre países. Só que a lista só vai até 21 porque o número anual de furacões não costuma passar disso, mas 2005 tem tudo para quebrar a regra. Quando isso acontece, são adotados nomes gregos, como explica uma reportagem da CNN. Apesar dos imprevistos, os nomes para todas as tempestades até 2010 já foram definidos.
E quando o Rita passar, os estragos poderão ser vistos sem censura no site Google Earth. Grátis e de fácil acesso, o programa virou febre na internet por oferecer imagens de satélite nítidas de várias cidades do mundo. No geral, elas não são sempre atualizadas, podendo variar de data dentro dos últimos três anos. Mas isso não é ruim. No caso de Nova Orleans, permitiu uma comparação no melhor estilo antes e depois. Enquanto o Rita não vem, pode servir de trailler da ação que vem por aí.
* Colaboraram com esta reportagem Andreia Fanzeres e Juliana Tinoco.
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