
Desde o início de sua gestão, em maio de 2008, foram criadas apenas sete unidades de conservação e emitidas pelo Ibama mais de 890 licenças (prévias, de instalação e de operação), mais de 200 para obras do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento.
Não à toa Lula comentou hoje, em cerimônia de despedida dos ministros, em Brasília, que Minc “deu uma certa robustez” ao Ministério do Meio Ambiente, não perdendo a chance de elogiar licenças polêmicas como a concedida à hidrelétrica de Belo Monte. Outra sapecada em Marina Silva, adversária de Dilma Roussef na corrida à presidência.
O baixo desempenho de Minc na ampliação da área protegida no Brasil quando comparado a seu poder para emitir licenças joga por terra a política do “dois pra lá, dois pra cá” aventada em sua posse. Segundo ele, seriam “duas licenças, dois parques ambientais”.
As áreas protegidas decretadas em sua gestão foram os parques nacionais Nascentes do Lago Jarí (812.141 ha), Mapinguari (1.572.422 ha), as reservas extrativistas do rio Xingu (303,8 mil ha), de Ituxi (776.940 ha) e do Médio Purus (604.290 ha) e a APA Serra da Meruoca (608 ha), além Floresta Nacional do Iquiri (1.476.073 ha) e da ampliação da Floresta Nacional Balata-Tufari, de 802 mil para 1.077.859 ha. Ao todo, o ministro conseguiu ampliar em 5.822.133 de hectares a área protegida federal, em dois anos e sete meses de atuação.
No período Marina Silva, de janeiro de 2003 a maior de 2008, foram criados 24 milhões de hectares em unidades de conservação e homologados dez milhões de hectares de áreas indígenas.
O reinado de Minc também foi produtivo em ações de fiscalização, majoritariamente na Amazônia. Já ações para oferecer modelos de desenvolvimento usando a floresta em pé, deixaram a desejar. Sua gestão foi marcada pelo personalismo nas ações e materiais distribuídos pelo Ministério do Meio Ambiente, bem como pelo sombreamento (para dizer pouco) de setores internos ligados à Educação Ambiental, Recursos Hídricos e Desenvolvimento Rural Sustentável.
Pontos positivos foram o avanço do monitoramento por satélite para outros biomas além da Amazônia e a queda no desmatamento naquela mesma região, seja por méritos governamentais ou influência de mercados.
Minc também se aventurou em disputas frontais com o setor do agronegócio, até ser enquadrado por Lula a partir para uma linha branda de diálogo para garantir a manutenção do cargo e influência política junto ao centro do governo. O ministro também enfrentou protestos frequentes do funcionalismo organizado em busca de melhores condições de trabalho.
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