Artigo publicado na última edição da revista Nature revela que as quantidades globais dos gases nitrogênio e carbono estão intimamente ligadas. A descoberta é importante para que a humanidade possa definir formas de combate à crescente poluição por nitratos (um tipo de nitrogênio) em rios, lagos, mares e oceanos, que afeta ecossistemas e a saúde das pessoas. O acúmulo dessas substâncias na natureza deriva principalmente do uso de fertilizantes artificiais.
Durante o trabalho, os pesquisadores Philip Taylor e Alan Townsend, do departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade do Colorado (Estados Unidos) analisaram dados de regiões tropicais, temperadas e polares, além de áreas conhecidas pela poluição por nitrogênio, como o golfo do México, o mar Báltico e a baía de Chesapeake. “Desenvolvemos um novo modelo para explicar como e por que o carbono e o nitrogênio estão tão intimamente relacionados. Os resultados ajudam a explicar por que a presença de nitratos é tão elevada em alguns corpos d’água e reduzida em outros”, disse Taylor em nota da agência Fapesp.
Hoje em dia são produzidos mais de 180 milhões de toneladas de fertilizantes por ano no mundo. A maior parte migra das plantações para a atmosfera, rios e oceanos. No início do século 20, teve início um processo que transforma nitrogênio em amônia – principal ingrediente dos fertilizantes sintéticos usados na agricultura. Os problemas ambientais decorrentes dessa atividade humana incluem o aumento de algas tóxicas, a “morte” de águas costeiras e sérios impactos na saúde humana, já que concentrações elevadas de nitratos na água consumida aumenta os riscos de doenças como câncer, diabetes e Mal de Alzheimer.
Leia também
Após três semanas com cargo vago, governo nomeia novo superintendente do Ibama de SP
Com histórico na área ambiental, Fabio Tadeu Buonavita foi nomeado nesta segunda-feira. Ele substitui a advogada Perla Muller, que pediu exoneração no início do mês →
Como proteger os territórios do neoextrativismo, do “capitalismo parlamentar” e do “Estado de intimidação”?
Coletivo elenca políticas que agravaram destruição socioambiental no Brasil entre 2019 e 2022 e evidenciam importância dos “lançadores de alerta” e das Ciências Sociais para evitar tragédias →
Funbio abre edital de 2 milhões de reais para projetos de Manejo Integrado do Fogo
Edital irá apoiar projetos de apoio a ações de manejo integrado do fogo no interior e entorno de unidades de conservação na Caatinga, Pampa e Pantanal →