Salada Verde

Nações se unem para salvar chimpanzés

Plano de conservação no continente africano pretende proteger áreas de ocorrência e minar as maiores ameaças ambientais para garantir sobrevivência de primata em risco de extinção

Vandré Fonseca ·
23 de junho de 2010 · 14 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente

Sete nações africanas se uniram e lançaram um plano de ação para os próximos 10 anos, que pretende salvar os chimpanzés orientais (Pantroglodytes schweinfurthii), primatas que compartilham 98% dos genes humanos e estão na Lista Vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). O anúncio foi feito pela própria IUCN e pela Wildwife Conservation Society (WCS), esta semana em Nova York. O plano prevê a conservação de 16 áreas protegidas, onde vivem mais de 95% da população conhecida destes animais.

A meta do plano é reduzir pela metade a ocorrência das duas grandes ameaças à subspécie, a caça ilegal e o tráfico. Mas não fica só nisto, pretende reduzir a destruição dos habitats, que vêm sendo reduzidos e fragmentados pela agricultura, conhecer melhor a distribuição e o estado de conservação do animal, além de aumentar a constribuição dascomunidades na prreservação do primata.

O plano foi elaborado a partir de um Workshop realizado em agosto de 2009, quando pesquisadores e ativistas envolvidos na preservação de grandes primatas se reuniram em Kampala, Uganda, para identificar as prioridades para a conservação para a espécie. A partir de dados, como fotografias, informações sobre alimentação, ninhos e vocalizações, além das coordenadas de 22 mil pontos identificados por GPS, foi desenvolvido um modelo que indicou quais seriam as áreas a serem protegidas.

A população conhecida hoje de chimpanzés é de 50 mil indivíduos, mas o modelo indicou que ela possa chegar a 200 mil chimpanzés. Existem poucas informações, por exemplo, sobre os chimpanzés orientais na Bacia do Rio Congo. Mas o plano precisa de muito dinheiro para ser efetivado, aproximadamente US$ 315 mil por área protegida, ou U$ 5 milhões, por ano. O plano também ataca duas das grandes ameaças para a espécie, caça ilegal e tráfico, com uma meta de reduzir ambos a metade do que ocorre atualmente nos sítios dos animais. Outro objetivo reduzir o desmatamento nos habitats de chimpanzés, conhecer melhor a distribuição dos chimpanzés, o estado, as ameaças, prover o entendimento dos riscos à saúde das populações de chimpanzés, incluindo doenças transmitidas por humanos, aumentar a contribuiçãodas comunidades para a conservação dos chimpanzés e assegurar financiamento sustentável para unidades de conservação dos chimpanzés.

Os chimpanzés orientais ocorrem na República Central Africana, Congo,Sudão, Uganda, Ruanda, Burundi, Tanzânia e Zâmbia, ameaças à subspécies incluem caça para abate, captura de filhotes para comércio ilegal, perda e fragmentação do habitat pela agricultura, mineração e outras formas de desenvolvimento humano e doenças. (Vandré Fonseca)

Mais informações: iucn.org

Leia também

Salada Verde
16 de dezembro de 2024

Amazônia tem 6,5 mil km² sob risco de desmatamento em 2025, mostra análise do Imazon

Sede da COP30, Pará é o estado com maior área sob risco de desmatamento, mostra Instituto. Análise é feita por meio de inteligência artificial

Notícias
16 de dezembro de 2024

União Europeia decide futuro de sua lei anti desmatamento

Órgão que reúne Comissão europeia, Parlamento e Conselho Europeu se reúne para debater mudanças na norma. Vazamento de commodities ligadas ao desmatamento preocupa

Notícias
16 de dezembro de 2024

Liminar federal barra ocupações de indígenas no Parque Nacional do Iguaçu

Reparação histórica de direitos dos Avá-Guarani não pode ser realizada às custas da unidade de conservação, diz o ICMBio

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.