Salada Verde

Bangcoc encerra sem avanços

Divergências entre os mais de 200 países da Convenção da ONU atrasam a elaboração de um novo acordo para substituir o Protocolo de Quioto.

Redação ((o))eco ·
9 de abril de 2011 · 13 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente

Flávia Moraes

Plenária em Bangcoc: clima de incerteza. (foto: Jan Galinski - UNFCCC)
Plenária em Bangcoc: clima de incerteza. (foto: Jan Galinski – UNFCCC)
Nesta sexta-feira (08/04), finalizaram-se, em Bangcoc, as negociações preparatórias da 17 Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas. No entanto, poucos avanços foram feitos em relação às discussões de Cancún, na Conferência do Clima (COP16), em dezembro de 2010.

Conforme declarações da representante da ONU para mudanças climáticas, Christiana Figueres, a ideia desse encontro na Tailândia era fazer “os governos manter um impulso e formalizar um plano de trabalho para 2011. Isso inclui colocar em pleno funcionamento as instituições para financiar a luta contra as mudanças climáticas, a cooperação tecnológica e a adapatação, nos prazos de Cancún”.

No entanto, ao longo das negociações, que se iniciaram em 03 de abril, Christiana chegou a assumir que seria provável haver um intervalo de tempo entre o fim do Protocolo de Quioto (que encerra em 2012) e o começo de um novo acordo climático. Isso porque houve muitas divergências entre os países participantes.

O grupo formado pelo G77 mais a China chegou a apresentar uma agenda com questões que não haviam sido abordadas em Cancún, mas que acreditavam ser importantes para o debate. Os outros países desconsideraram, afirmando que o encontro em Bangcoc deveria ser utilizado para confirmar e detalhar os compromissos já formulados.

No saldo do encontro ficou firmada a posição da Nova Zelândia e do Japão, os quais comunicaram que não assinarão um período de ampliação do Protocolo de Quioto, pois preferem não estar vinculados a um pacto internacional, mas criar uma agenda própria de compromissos de corte de emissões. Essa posição pode ser seguida pela Rússia, Canadá e Austrália.

A União Europeia, por sua vez, considera prolongar o pacto adotado em 1997 e compromete-se cortar as suas emissões em 20%, em 2020. Entretanto, seus representantes afirmam que sem o apoio desses países será impossível atingir os objetivos.

Assim, a conferência em Bangcoc termina sem a garantia de que na COP17, em Durban, África do Sul, será fechado um acordo para prolongar a vigência de Quioto ou que seja elaborado um novo plano para substituí-lo.

Leia também
Cúpula de Cancun Termina com acordo
COP 16: países concentram-se em REDD 

Veja entrevista da secretária-executiva da Convenção de Mudanças Climáticas da ONU (em inglês)

Leia também

Reportagens
26 de abril de 2024

Número de portos no Tapajós dobrou em 10 anos sob suspeitas de irregularidades no licenciamento

Estudo realizado pela organização Terra de Direitos revela que, dos 27 portos em operação no Tapajós, apenas cinco possuem a documentação completa do processo de licenciamento ambiental.

Notícias
26 de abril de 2024

Protocolo estabelece compromissos para criação de gado no Cerrado

Iniciativa já conta com adesão dos três maiores frigoríficos no Brasil, além de gigantes do varejo como Grupo Pão de Açúcar, Carrefour Brasil e McDonalds

Notícias
26 de abril de 2024

Com quase 50 dias de atraso, Comissão de Meio Ambiente da Câmara volta a funcionar

Colegiado será presidido pelo deputado Rafael Prudente (MDB-DF), escolhido após longa indefinição do MDB; Comissão de Desenvolvimento Urbano também elege presidente

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.