De Sérgio Galli
Cristiane,
É preciso acabar com o automóvel antes que ele acabe conosco (se é que já não acabou). As cidades são reféns e as pessoas escravas do automoóvel. Sinônimo para automóvel é desgraça e destruição.
Essa é a raiz do problema.
Não adianta nada a mídia fazer reportagens, matérias, colocarem helicópteros para acompanharem o trânsito (é patético), editorias, consultar “especialistas”, Se logo na página seguinte ou no intervalo do jornal há um anúncio de página inteiro do quê? De automóvel. Ou, no caso da TV, de propaganda de automóvel. E seguem-se páginas e páginas de um bombardeiro de propagandas de automóvel.
Será que alguém já parou para contar quantas propagandas de automóvel aparecem por dia na TV? Quer dizer, não bastam medidas paliativas, nem responsabilizar apenas o governo e os cidadãos. E a responsabilidade das montadoras? Das concessionárias? Das petroleiras? Elas pagam, por exemplo, as internações dos milhares de cadáveres, mutilados, causados pelo trânsito? E não me venham com argumento que as montadoras geram emprego. A solução é acabar com o automóvel. Não há outra. Isso, claro, não vai acontecer, assim, a situação ficar cada vez mais insustentável, inviável, sem saída. Dica de leitura: “Apocalipse motorizado”, de Ned Ludd, editora Conrad.
Cordialmente,
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