Conseguimos parar de ter filhos, mas não carros. O IBGE acabou de estimar que uma mulher brasileira está concebendo em média menos de duas crianças, uma taxa abaixo da necessária para repor a população. O aumento de expectativa de vida do brasileiro está adiando a redução da população, mas ela provavelmente vai começar a cair em 2030. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, acontece o exato oposto com os carros, que crescem em número a uma velocidade duas vezes maior que o número de pessoas.
As evidências aparecem todos os dias, como na manhã de sexta passada quando levei minha mulher para o aeroporto Galeão, na Ilha do Governador, de onde ela voaria para São Paulo. Fiquei no aeroporto até a hora da decolagem e, então, dirigi para o bairro da Gávea. Esse é um trajeto que, sem trânsito, deveria demorar cerca de 25 minutos. Mas passou de uma hora mesmo fora do horário de rush. Minha mulher chegou em São Paulo antes que eu pisasse em casa. No caminho de volta, comi muita fumaça enquanto observava a cidade e a imaginava como uma pessoa com as artérias entupidas, presa numa espécie de enfarte crônico que se repete todos os dias, com hora cada vez mais incerta.
Não acho que os engarrafamentos são o destino das cidades grandes nem que elas são lugares ruins para morar. Aliás, a maioria também não acha, já que o mundo todo se urbaniza velozmente.As vantagens de morar em uma cidade de porte médio para cima superam largamente os seus problemas. Senão, o movimento seria na direção contrária: a do campo. Por isso, é com prazer que começo a publicar no blog Ecocidades. Pretendo defender aqui que as cidades são parte da solução dos problemas ambientais, e não o contrário. Mais ainda: penso que as soluções para os grandes problemas urbanos, inclusive os ambientais, já existem e são até baratas. Nesse sentido, esse blog é um pretexto para pesquisar as novas tecnologias que não param de surgir e que tornarão nossa qualidade de vida melhor. No caso dos engarrafamentos a solução é simples: cobrar um pedágio urbano. (Eduardo Pegurier)
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