Se o mundo não tomar medidas para conter as mudanças climáticas, haverá a perda de 50% das espécies dos lugares mais preciosos do mundo até 2080. Os dados são do relatório A Vida Selvagem em um Mundo Cada Vez mais Quente, feita pelo WWF Internacional, e parceria com Centro Tyndall para Mudanças Climáticas da Universidade de East Anglia. O estudo traz uma visão do que irá acontecer com plantas, animais, aves, répteis e anfíbios nos próximos anos com o aquecimento que já está em andamento.
Os pesquisadores examinaram o impacto das mudanças climáticas em quase 80 mil espécies de plantas e animais em 35 das áreas prioritárias do WWF (entre eles a Amazônia). As regiões estudadas contêm os ecossistemas e habitats mais excepcionais do mundo e que têm sido identificadas cientificamente como “os lares” insubstituíveis e ameaçados da biodiversidade.
O estudo não descartou os esforços atuais que estão sendo feitos em relação ao aquecimento global, como o Acordo de Clima de Paris. Mas, segundo o levantamento, as atuais metas nacionais de redução de emissões resultariam em um aumento em torno de 3,2°C na temperatura da atmosfera. E se as tendências atuais de crescimento econômico continuarem da forma que estão, teremos um aumento de 4,5°C. Mesmo que o objetivo de 2° C do Acordo de Clima de Paris for atingido, esses locais poderiam perder 25% de suas espécies.
O estudo não é apenas uma análise dos efeitos que as queimas de combustíveis fósseis, aliadas ao desmatamento desenfreado estão provocando no meio ambiente, mas também, descreve quais locais podem ver a sua biodiversidade sendo extinta. Por exemplo, as florestas de Miombo, África do Sul, que abrigam os cachorros selvagens africanos, o sudoeste da Austrália e as Guianas da Amazônia, são as áreas mais afetadas.
A Amazônia pode perder 69% das suas espécies de plantas. O sudoeste da Austrália pode ficar sem 89% dos seus anfíbios. Até 90% dos anfíbios, 86% das aves e 80% dos mamíferos poderiam ser extintos localmente nas florestas de Miombo, África do Sul. Essas são algumas das transformações elencadas pelo estudo e em quais locais podem ocorrer.
“Os dados do estudo são alarmantes e as consequências estão cada vez mais próximas. Para garantir a sobrevivência das espécies, é fundamental diminuirmos as emissões globais, com mais ambição nas metas do Acordo de Paris, reduzirmos a pressão sobre as florestas, além de aumentarmos as áreas de proteção ambiental e de conectividade entre elas. Sem isso, a biodiversidade está em risco e a nossa qualidade de vida também”, comenta o diretor-executivo do WWF-Brasil, Mauricio Voivodic.
*Com informações da Assessoria de Comunicação do WWF-Brasil.
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A Vida Selvagem em um Mundo Cada Vez mais Quente
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