Salada Verde
3 de novembro de 2008

Cinco anos em cinco meses

O ministro do Meio Ambiente alega ainda que, mesmo tendo sofrido pressões das áreas econômica e governamental, envolvidas em interesses não exatamente ambientais ou ligados à Saúde, não arredou o pé. Além disso, lembrou que o ministério está elaborando um Plano Nacional de Qualidade do Ar, com medidas que vão além do diesel, e que o papel dele agora é verificar se o Termo de Ajustamento de Conduta assinado pela Cetesb e governo de São Paulo, que determinou a realização de varias ações para compensar o não cumprimento da resolução. “Claro que não comemoramos. O ideal era a resolução ter sido cumprida, o que foi inviabilizado em cinco anos. Do ponto de vista em que enfrentamos o problema, há cinco meses, as decisões sob nossa responsabilidade foram todas transparentes e elogiadas”, disse.Veja também:A mamata do diesel sujoFrase antecipada para 2012Entidades repudiam proposta sobre dieselPassivo ambiental do diesel sujoJustiça exige diesel mais limpo

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3 de novembro de 2008
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3 de novembro de 2008

Atropelando a Mata Atlântica

Mal foi eleito para a prefeitura de Guaramirim (SC), Nilson Byllaardt (PMDB) já trocou os pés pelas mãos quando o assunto é preservação da Mata Atlântica. Em entrevista ao jornal A Notícia, ontem, ele anuncia a criação da Fundação Municipal de Meio Ambiente e avisa que "Não vamos fugir da lei, ela existe para ser cumprida. Nós temos de preservar o meio ambiente, mas também preservar o desenvolvimento da cidade. Há leis ambientais que tentam engessar o agricultor e nós precisamos pensar na produtividade. Precisamos discutir com os parlamentares de que Santa Catarina não é o Amazonas".

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3 de novembro de 2008
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3 de novembro de 2008

Caso particular, regra geral

Sem dúvida, caro prefeito. Até porque a devastação ecológica no Amazonas não chega aos pés do que se registra em Santa Catarina. Conforme um tradicional ambientalista daquele estado, a agricultura familiar está praticamente extinta em Guaramirim e, agora, o desenvolvimento mira morros preservadas para investimentos em plantios de palmeira real e de eucalipto. Sem falar na especulação imobiliária. A água consumida pela população municipal vem da Serra do Mar, do município vizinho de Schroeder (SC). Já a água que irriga os arrozais vem das matas e morros preservados na própria região. "Além da exigência do candidato a prefeito saber ler e escrever, deveria se exigir também algum tipo de teste para ver se ele não é um analfabeto "ambiental", disse o ecologista.

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3 de novembro de 2008
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3 de novembro de 2008

348 km² destruídos de floresta

O desmatamento na Amazônia atingiu 348 quilômetros quadrados em setembro, segundo relatório independente do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). O número é quase três vezes mais alto do que a taxa registrada no mês anterior, quando foram detectados 102 km². Apesar disso, ele ainda é menor do que o desmatamento registrado em setembro de 2007, quando a derrubada da floresta contabilizou nada menos de 1.113 km². Segundo o Imazon, o estado recordista em desmatamento no período foi o Pará, que abocanhou 58% do total derrubado. Em seguida vem Mato Grosso (22%), Rondônia (10%) e Amazonas (7%). Os outros estados da Amazônia Legal – Acre, Amapá, Roraima e Tocantins – contribuíram com apenas 3% do total.

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3 de novembro de 2008
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3 de novembro de 2008

Corte raso X degradação progressiva

Os números do Imazon referem-se apenas aos locais onde houve destruição total da floresta (corte raso). Se contabilizadas as áreas de degradação florestal, onde a mata foi parcialmente destruída, a cifra sobre para 693 km², número próximo ao divulgado pelo Inpe para o mesmo período, quando seus satélites detectaram 587 km² de destruição. Segundo o Instituto, a degradação parcial foi registrada no Mato Grosso (40%), Pará (14%), Rondônia (2%) e Amazonas e Acre, que contabilizaram menos de 1% de degradação cada. Cerca de 14% da Amazônia Legal não pôde ser analisada pelo não-governamental devido à cobertura de nuvens. O instituto também não computou os dados da área maranhense, também na Amazônia Legal.

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3 de novembro de 2008
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3 de novembro de 2008

Reservas têm 6% de mata desmatada

Segundo Adalberto Verísimo, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo, 87% do desmatamento computado ocorreu em áreas privadas ou dominada por posseiros. Assentamentos de reforma agrária foram responsáveis por 6% da devastação, mesma porcentagem da área destruída em unidades de conservação. A devastação dentro de terras indígenas representou apenas 1% do total.

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3 de novembro de 2008
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3 de novembro de 2008

Pressões futuras

De acordo com Veríssimo, um dos locais que mais concentra pontos de desmatamento é o sudeste do Pará, região muito afetada pela abertura de pastos para criação de gado. Outro local que preocupa o cientista é o sul do Amazonas, onde começam a se concentrar manchas de destruição da floresta. Segundo ele, a pressão ocorre tanto do lado de Apuí, que vem sendo tomada por grileiros, quanto na região Lábrea e Humaitá, na BR-119. Somente o anúncio do asfaltamento dessa estrada já vem causando especulação na região.

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3 de novembro de 2008
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3 de novembro de 2008

Ceará em estado de choque

O Fórum Cearense do Meio Ambiente divulgou uma carta com o posicionamento da entidade sobre as prisões de membros da alta cúpula da política ambiental do estado. Assinado por organizações, movimentos e personalidades conservacionistas, o documento pede a investigação completa das denúncias de favorecimento, corrupção e tráfico de influências nas emissões de licenças para grandes empreendimentos. Além disso, sugere a análise de todas as permissões de obras firmadas na gestão dos servidores sob suspeita e o afastamento de suas funções até que o processo tenha fim. Para conferir o texto na íntegra, clique aqui.

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3 de novembro de 2008
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3 de novembro de 2008

Crédito para Dardanelos

A usina hidrelétrica de Dardanelos recebeu um financiamento de 283 milhões de reais do BNDES na semana passada. O montante equivale a 58% do crédito aprovado para o empreendimento até sua conclusão, prevista para agosto de 2010. A usina está em construção há um ano no rio Aripuanã, extremo noroeste de Mato Grosso. A Neoenergia, que controla a empresa Energética Águas da Pedra, responsável pelo empreendimento, garante que três mil empregos estão sendo gerados por causa das obras. Na pequena e precária Aripuanã, no entanto, os benefícios da intervenção próxima a duas espetaculares cachoeiras são pouco visíveis. A cidade continua dependente do desmatamento para sustentar sua economia e nunca se interessou por investimentos em hotelaria para estimular a visitação turística às suas atrações naturais, agora ofuscadas pela hidrelétrica.

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3 de novembro de 2008