Análises
3 de maio de 2005

Sufoco na Serra…

De Roney Perez dos Santos Centro Excursionista Universitário Um fenômeno curioso está ocorrendo no Brasil, toda atividade ao ar livre (ecoqualquercoisa) tem que ser acompanhada por um "guia experiente". Primeiro: guia é um termo seqüestrado pelo pessoal do turismo e só pode ser utilizado por aqueles que passaram por um curso reconhecido pela EMBRATUR e hoje pelo Ministério do Turismo, mesmo sem nenhum conhecimento do que é guiar em ambientes naturais. É uma profissão regulamentada. Segundo: expediente é uma palavra forte considerando a média. A maioria sabe muito pouco alem do caminho. A vivência em um ambiente natural exige algum conhecimento e bom senso e perder-se faz parte dos riscos assumidos nestes ambientes. Ainda mais nas trilhas brasileiras que carecem de marcações corretas, mapas e descrições detalhadas. Em parques a questão é mais séria, pois a culpa das trilhas não sinalizadas, ausência de qualquer informação e uma fiscalização frouxa é do cidadão e não da administração. Quando alguém se perde logo surge esta conversa: Eles deveriam contratar um guia! Deveriam?Nas minhas caminhadas prefiro algumas indicações, uma carta topográfica e uma bússola (uso GPS por diversão) e perder-se faz parte da da atividade. Este mito do guia é reforçado pelo discurso sociambientalista que impõe o guia (chamado de monitor ou condutor de visitantes para não afrontar os guias de profissão) como a solução mágica para o ecoturismo. As populações locais migram das culturas de subsistência para o turismo ambientalmente responsável. Na teoria é perfeito, na prática nem tanto. As associações criam lobies para obrigar a contratação de serviços, mesmo que os turistas não queiram ou para trilhas desnecessárias. As justificativas vão da pobreza a um serviço de polícia, vigiando o visitante para não cometer danos ao ambiente. Tudo facilmente questionável. Não é difícil pensar que é uma estratégia de privatização velada de áreas públicas colocando todos os visitantes como débeis e criminosos.A imprensa brasileira, famosa por repetir coisas sem questiona-las, colocou a morte do dentista brasileiro, no Aconcagua, como a falta de guias. Absoluta idiotice. É um esporte em que o risco é indissociável. Eles arriscaram e perderam. No mesmo período mais dois grupos -com guias- estavam em dificuldades, mas somente um site de notícias entrou nestes detalhes. O livro "no ar rarefeito" mostra bem a situação que pode levar a mercantilização de algumas atividades esportivas e de natureza.Na Europa, EUA e tantos outros países a contratação de serviços de guia s é totalmente opcional e não é por falta de riscos. Nos parques americanos existem ursos, sempre ávidos por comida. Não é motivo para não fazer as trilhas, mesmo só. A administração o informa dos cuidados e lhe deseja boa sorte.O caso das senhoras poderia não ter acontecido se a trilha fosse minimamente sinalizada, ou que existisse um mapinha indicando as bifurcações. Curioso também que quando alguém bate o carro, as pessoas não comentam algo como: - Deveria ter contratado um motorista...Atenciosamente;

Por Redação ((o))eco
3 de maio de 2005
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3 de maio de 2005

Sem rodeios

De Sérgio Abranches Silvia, Gostei do longa. Aprecio a ironia. É que estou aproveitando o fato de não ser lido para escrever textos longos e completar um livro mais rapidamente.Falando sério, eu sabia que a sua coluna ia dar o que falar. E deu. Estive na festa dos 40 anos da Globo e fiquei basicamente com o pessoal do jornalismo, entre os quais há vários ambientalistas. A maioria concordava com a sua posição, embora também não gostem de rodeios. Eu idem. No caso do rodeio, já andei tentando tirar uma conclusão a respeito da questão da quantidade de desconforto/sofrimento a que os animais são submetidos. Fui a vários - inclusive o de Barretos, a coisa mais machista que já vi - conversei com criadores e peões e ouvi de parte que é uma coisa cruel, de outra parte que não é. Saí dessa busca sem conclusão definitiva, mas com a suspeita de que o lado que acha cruel está certo. Os outros me mostraram os animais, todos muito saudáveis, e defenderam a tese de que é apenas condicionamento e que a tira "informa" o animal quando está valendo o jogo e quando não está. Em compensação, estou 100% convencido de que o ambiente de rodeio é machista demais para ser saudável. Os garotos azaram as garotas laçando-as - literalmente - pelo pescoço. Os homens ficam em massa na porta do banheiro feminino, pensei que era um bando de ciumentos esperando as respectivas, o que já seria machismo demais. Mas não, era só para ver as moças saindo do banheiro. As trovinhas são inacreditáveis olha só:Eu fui narrar rodeio e disse na arena: Perdi a chave, minha mulher desapareceuO delegado daqui é corno, o macho daqui sou euO delegado escutou, entrou na arena, segurou a minha camisa e disse:Repete se for homemAi eu repeti:Achei a chave de casaminha mulher apareceuO delegado daqui é machoO corno daqui sou eu!ôôô morena do cabelo compridomaior que teu cabelosó o chifre do teu maridoSe beijo desse sapinhominha boca era uma lagoanão perdôo a mocinhamuito menos a coroaA semana tem sete diaseu tenho catorze garotassete são solteiras e sete são casadassete são prá de diae sete prá de madrugada.Existem três coisas no mundo que homem não come de colherrapadura, melância e perereca de mulher(essa é campeã de audiência, é falada pelos narradores em praticamente todo rodeio, no Brasil inteiro).Da galinha eu tiro a penado peixe tiro a escamada morena eu tiro a roupae levo ela prá camaSapateia mulher feiaporque as bonitas não dão descansose tu casar comigote dou uma D20 um papagaio e um gansose a D20 não andar e o papagaio não falardeixa que te afogo o ganso.Meu quarto de milha é pretomeu manga larga é baioquando entro no rodeiodificilmente eu saiodinheiro ganho bastante trago dentro do balaiotenho loira de namoradae morena de quebra gaio.Carne eu corto com facafarinha em como com colhermenina de quinzes anoseu faço virar mulherCom essa cultura, é difícil acreditar que rodeio não faça mal. mas chega a ser tão chato quanto ambientalista xiita.Bjs.

Por Redação ((o))eco
3 de maio de 2005
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2 de maio de 2005

Sinal vermelho

De Germano Woehl Jr.Instituto Rã-Bugio Sobre a reportagem de 01/05/05, gostaria de informar que em Santa Catarina, o projeto de duplicação da BR-280 (trecho entre Jaraguá do Sul e porto de São Francisco do Sul) também terá medidas para evitar o atropelamento de animais silvestres. Foi uma reivindicação do Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade (com intervenção do Ministério Público Federal), que apresentou ao DNIT resultados do monitoramento dos animais atropelados num pequeno trecho, próximo à ponte sobre o rio Piraí, numa área de restinga de interior, um dos ecossistemas mais ameaçados em Santa Catarina. O monitoramento foi feito com recursos próprios (particular) e muita disposição da Elza Nishimura Woehl que arriscou a vida (como os animais que atravessam a rodovia) percorrendo o trecho de bicicleta, inclusive aos domingos de manhã, com carros passando a alguns centímetros dela a mais de 140 km/h.Dos mamíferos atropelados no período de monitoramento foram encontrados dois da lista oficial dos animais em extinção, uma lontra (Lutra longicaudis) e um puma (Puma concolor). Em nosso site Instituto Rã-Bugio há dezenas de fotos de animais atropelados na BR-280, na divisa entre os municípios de Guaramirim e Joinville. No caso do puma, levamos o caso a toda a imprensa do Estado de Santa Catarina (jornais e TV) e o assunto deu grande repercussão. Seguem anexados os ofícios que o Instituto Rã-bugio enviou para o DNIT e para o Ministério Público Federal, no ano passado, e uma reportagem de jornal onde é mencionado que o projeto prevê medidas para evitar o atropelamento de animais (na verdade, nossa sugestão foi o controle eletrônico de velocidade nos trechos mais críticos). Portanto, não está correta a informação da matéria de que foi a primeira vez que uma ong conseguiu medidas de proteção para a fauna em projetos de duplicação de rodovias, além do nosso há também outros casos mais antigos.Atenciosamente,N.E.: A informação já foi corrigida.

Por Redação ((o))eco
2 de maio de 2005
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2 de maio de 2005

Sem Rodeios

De Gustavo Heinz Schmidt WiggersFlorianópolis/SCPrezada Silvia Pilz, muito interessante teu artigo intitulado "Sem rodeios". Entretanto, considero interessante tecer um comentário que não pode ser esquecido, o matadouro satisfaz a necessida carnívora do homem, que concorde ou não, parece ser cientificamente provada a necessidade do ser humano ingerir carne animal.Por outro lado, não creio, sinceramente, ser necessário assistirmos um rodeio para nos divertirmos com os maus tratos aos animais. Pode até falar que talanimal de rodeio é "bem tratado" em termos de alimentação etc..., melhor até que um cavalo de carroceiro, mas este é mais digno do que aquele que se autoproclama esporte.Ora, vamos e convenhámos, Sra. Silvia Pilz, verdadeiro esporte é aquele que só envolve o ser humano ou, no máximo, o hipismo, tudo isso sem drogase afins. Viva o esporte olímpico!!!A tal massificação contra tal novela, só prova uma coisa, foi achado um meio, pode não ser o melhor, de chamar atenção para a causa da proteção animal!Quanto custaria um espaço num meio comercial?A Internet é, hoje, sem dúvidas, o meio com melhor custo-benefício!Cordialmente,

Por Redação ((o))eco
2 de maio de 2005
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29 de abril de 2005

Trekking na China

Viajar para a China é caro e demorado, mas quem conseguir chegar lá deve tentar conhecer pelo menos um dos parques nacionais do país. Uma boa opção...

Por Redação ((o))eco
29 de abril de 2005
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29 de abril de 2005

Época de Caribe

A edição 105 da revista Mergulho saiu com um especial sobre o fundo do mar do Caribe e lembra: a hora de ir é agora. Nesta época, a temperatura...

Por Redação ((o))eco
29 de abril de 2005
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29 de abril de 2005

Sexo Selvagem

Se você está pensando em acampar com sua namorada/namorado em um lugar paradisíaco e está cheio(a) de segundas intenções, a Outside tem algumas...

Por Redação ((o))eco
29 de abril de 2005
Notícias
29 de abril de 2005

Por um fio

O Programa Pantanal, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), está por um fio. O governo está analisando rescindir o contrato com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que disponibilizava até 400 milhões de dólares para o projeto. A decisão sai no fim de maio. O orçamento para 2005 do ministério é de 392,9 milhões de reais mas, segundo o coordenador do Programa Pantanal, Valmir Ortega, a instituição não pode usar o dinheiro do BID pois ele representa mais de 100% do total da verba calculada pelo governo para este ano. Ele disse que os empréstimos devem estar dentro da “janela orçamentária” estipulada. Ortega afirma que o projeto é prioridade para o MMA, mas, a partir de agora, deverá ser gerido com recursos do governo federal. No entanto,nos últimos 3 anos, mesmo com os recursos do BID, apenas 5% das atividades planejadas foram desenvolvidas. O Programa Pantanal abrange 40 municípios da Bacia do Alto Paraguai e pretende promover o desenvolvimento sustentável através do gerenciamento e da conservação dos recursos naturais do local.

Por Redação ((o))eco
29 de abril de 2005
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28 de abril de 2005

Aposentadoria da ATPF

O Ibama se prepara para aposentar a Autorização de Transporte de Produto Florestal (ATPF), que permite o transporte de madeira pelo país a fora e é constantemente fraudado pelas madeireiras ilegais. O documento será substituído pelo Sistema de Rastreamento de Madeira em Toras (Sirmat) e pela Declaração de Origem Florestal (DOF). Esta última poderá ser adquirida via internet. Bastará o madeireiro informar o volume do produto a ser transportado e identificar o comprador. O sistema automaticamente verificará se o usuário está apto a receber a autorização e, se tudo tiver correto, é só imprimir e mandar uma cópia junto com a carga. Já o Sirmat funcionará como uma conta bancária de madeira, brinca o próprio Ibama. Ele fará o controle do crédito do volume de madeira autorizado a circular. Também cruzará dados sobre as quantias de toras autorizadas e as efetivamente transportadas. O Sirmat está sendo testado no Amazonas e no Pará, principais produtores nacionais de madeira. O objetivo do Ibama com a mudança é conseguir controlar o produto desde a origem até a chegada na indústria.

Por Redação ((o))eco
28 de abril de 2005