Açougue no mato

De Ana Maria PinheiroMilitante em defesa da faunaRecebi cópia de seu artigo sobre a caça. A caça de subsistência é abrigada pelo nosso Direito em função do estado de necessidade, que exclui o crime. Mesmo assim há o risco de alguém despreparado ter acesso às armas de fogo dessas pessoas que caçam para sua subsistência.Quanto às outras modalidades de caça, a profissional e a esportiva, os fatos são bem diferentes...Clique aqui apra ler esta carta na íntegra.

Por Redação ((o))eco
21 de outubro de 2005

Sede de quê?

De Rosa Cartagenes (jornalista, indigenista, inspetora sanitária e fã de sua coluna), Santarém - PAPrezado Abranches,Mais uma vez, é de rachar tua lucidez (felizmente ou infelizmente?) e venho aqui testemunhar: pois é, nós também estamos "bolados" em assistir, passivos (só não impassíveis porque falta d'água na torneira é coisa de tornar qualquer cotidiano insuportável...) à desidratação aguda de nossa Mãe D'água, nossa miragem esverdeada, nosso muiraquitã inefável e pretensamente indelével. Moro a uma quadra do rio Tapajós, que transformou-se num riozinho chinfrim com quilômetros de margem de uma areia suja e prenhe de eflúvios de esgoto, bichos em decomposição e todo tipo de detritos urbanos, e as comunidades ribeirinhas de afluentes e outrora "lagos (Arapiuns, Arapixuna, Maicá, Inanu etc etc) têm vivido um duro cotidiano atravessando extensas dunas ( tem ribeirinho andando 4km para beber água, suja ): lata d'água na cabeça/lá vem Maria. Caboclo atravessando a pé o maior rio do mundo em extensão e vazão (o Amazonas) e Raimundos já não sabem onde pescar peixe vivo, pois igarapés tornaram-se veredas de peixes mortos salpicadas de urubus.Grande Sertão e Vidas Secas encontram-se em nosso leito amazônico-tapajoara.Concentração de gente e de água, também os flebótomos se concentram, e a malária recrudesce com força total em comunidades indígenas mais isoladas. Na área urbana, mais de 60% das residências estão sem água, e apenas ontem (18/10) a indecisa prefeitura petista decidiu decretar estado de emergência e o senhor governador social-democrata decidiu pronunciar-se sobre a seca no Estado. Enquanto isso, perseguem nosso Lúcio Flávio Pinto, Passageiro da Utopia, que grita aos ouvidos moucos a evasão de nossas possibilidades de crescimento real para os bolsos (e Bolsas) japoneses, canadenses, europeus, eternos sanguessugas de nossas matérias-primas e energias de todos os tipos. Até as espirituais. Se cientistas e técnicos repetem como motivos aquecimento global, degelo de calotas, "El Niño" e índices marítimos, e ainda não tiveram tempo de produzirem dissertações e gráficos para associar seca e desflorestamento, não temos dúvida que é mesmo só uma questão de tempo. Floresta em pé é pré-condição para retroalimentação do ciclo das águas, e nos microcosmos do cotidiano de lugarejos e aldeias amazônicos, empiricamente sabe-se que em no máximo 5 anos de uso agrícola contínuo, ainda que na limitada escala familiar (inclusos aí não só plantio e coleta, mas a inevitável "coivara", queimada pré-semeadura), não é só a floresta que vira "capoeira" (savanização, para os técnicos..), mas as nascentes, os igarapés "mirins", as "águas do beiradão" vão emagrecendo, perdendo o viço, definhando. Tamanha vulnerabilidade é um dos motivos, inclusive, daquilo que os olhares ocidentais definem como "intenso nomadismo" de comunidades indígenas originais, que precisam se deslocar e alternar continuamente áreas de uso agrícola familiar para permitir a recomposição da fertilidade do solo e da floresta. Imagine o desflorestamento que se tem feito: terá o impacto de mera metáfora os "2/3 do Equador" desmatados nos últimos 10 anos em ecossistema tão suscetível?E a desgovernança vem nos apresentar planos de pretensa "sustentabilidade" (mostre-me uma "BR" amazônica sustentável...), premiar a exploração predatória com "Termos de Ajustamento de Conduta"( "Temos q Arrumar Conluio") que sabemos inoperantes e argumentar "amplas consultas à sociedade civil" (12 audiências "públicas", entre ONGS, PPG7 e "setores produtivos"? Onde o povo?) para a aprovação à toque-de-caixa de um PL que afronta as necessidades mais evidentes de um pacto socioambiental entre as populações locais e indústria madeireira, privilegiando os objetivos megaempresariais e apenas criando mais um ou dois órgãos e mais um complexo de legislações específicas.Onde a efetividade da Lei ( que já existe), onde a eficiência e os recursos para a fiscalização, e onde a ética do Estado para promoção e proteção do patrimônio natural e social de amazônidas, brasileiros e humanidade?A gente não quer só beber, a gente quer cumprimento de lei, governança, moralidade pública, investimento social e científico, cidadania efetiva (não vale consultas pseudo-públicas...). As chuvas, se S.Pedro ou Tupã permitirem, haverão de saciar (provavelmente já não como dantes) nossa sede imediata, mas e as outras? Será que teremos de aguardar o Apocalipse ombreados com D.Cappio para saciar nossa fome e sede de justiça? A Amazônia não dura tanto...Vamos "empatar" essa desgovernança? Um abraço

Por Redação ((o))eco
20 de outubro de 2005

Medo do Escuro

De Heloisa PereiraO pessoal de Caçu, Goiás, agradece a atenção dada ao alagamento dos Rios Verde e Claro de Goiás por hidrelétricas. A batalha continua. As empresas contratam ongs "ambientais" que alardeiam as vantagens das represas...A população ingenuamente acredita em tudo, e o poder publico, que é a favor das obras, nada irá esclarecer sobre o impacto sem precedentes que sofrerá a regiãoAtt

Por Redação ((o))eco
19 de outubro de 2005

Papel de bobos

De Kathia Vasconcellos Monteiromembro Conselho DiretorNúcleo Amigos da Terra/BrasilLamentamos a notícia publicada no boletim eletrônico O Eco de 15/10 e esclarecemos: 1) O Café da manhã que aconteceu dia 22 de setembro reunindo a Aracruz Celulose com representantes de algumas ongs gaúchas não foi uma reunião secreta.2) Nesta reunião a Aracruz Celulose procurou iniciar um diálogo com as ongs, algo extremamente salutar, em especial como forma de obtenção de informações e esclarecimentos por parte das ONGs, e fato comum entre empresas de todo o planeta;3) Na ocasião nenhuma ong apresentou demanda específica quanto às plantações e fábricas da Aracruz, apenas solicitou informações e externou algumas de suas preocupações;4) Os três representantes do Núcleo Amigos da Terra não saíram da reunião de coração amolecido e considerando que a Aracruz "uma santa", saíram confiantes na abertura de dialogo;5) Os Representantes do Núcleo Amigos da Terra não se deslumbram com café da manhã no Plaza São Rafael. Estão acustumados a participar de eventos realizados nos melhores hotéis, como p.ex os organizados pelo Banco Mundial;6) Durante a reunião representantes do Núcleo Amigos da Terra fizeram vários questionamentos quanto a empresa em outros Estados, especialmente com relação a Veracel e marcando sua posição em relação a estes e diversos pontos;7) A posição do Núcleo Amigos da Terra/Brasil é clara quanto à monocultura de árvores, independentemente das empresas envolvidas. No Seminário "Florestamento e Desenvolvimento Sustentável - As perspectivas da cadeia dos negócios com madeira no Sul do Brasil", em jornal do CREA e em inúmeros outros eventos e publicações a posição da entidade é sempre a mesma: Não à expansão das Monoculturas de Árvores.8) O seminário " Os impactos da expansão das áreas com monoculturas de árvores no RS" está sendo organizado há vários meses, e a sua divulgação definida deste o início das atividades de planejamento da entidade;O Núcleo Amigos da Terra/Brasil dialoga com várias empresas e setores do Governo sem que isto venha a alterar de alguma forma a convicção em suas posições.Bobo é o jornalista autor da matéria publicada no "O Eco, 15/10" que publica sua versão dos fatos sem consultar os envolvidos e ignorando a história das entidades que cita em seu artigo.

Por Redação ((o))eco
19 de outubro de 2005

O homem que sabe demais

De Ezí Melo Editor-chefe - Jornal O RIO BRANCOExcelente a entrevista com o procurador do Ibama Elielson Ayres de Souza, publicada no site no dia 15. Parabéns pela entrevista.

Por Redação ((o))eco
18 de outubro de 2005

Sabiá, a ave símbolo… do quê?

De NeiOlá,Não conhecia o órgão, sou biólogo e ornitólogo, e estou desapontado com os comentarios da Maria Tereza. Não é porque a ave não ocorra só no Brasil que não pode ser um símbolo nacional. E a beleza do canto do sabiá é fantástico, o que eu fico intrigado é a prepotência de descriminar a espécie em questão sem nenhum discernimento, acho que não tem nada a ver se o Sick queria que fosse Ararajuba ou não. Quem é a senhora pra decidir o que é bom ou ruim como símbolo de nossa ave fauna, o que não se deve é fazer essas comparações ridículas com partidos políticos, qualquer um deles, estamos falando de um pássaro que vive sua vida tranquila, não falando mal dos outros como essa senhora que acho que não sabe a diferença de um pardal pra um tico-tico.

Por Redação ((o))eco
14 de outubro de 2005

O loteamento das florestas públicas do Brasil III

De Sulema Mendes de BudinAmbientalista, advogada e Consultora em Gestão Ambiental O Diretor do Programa Nacional de Florestas (MMA) Dr. Tasso Rezende de Azevedo, deu-se pressa em comentar o meu artigo sobre o loteamento das florestas públicas do Brasil. Pedi a O Eco espaço para responder.O texto do Sr. Diretor começa com uma frase de efeito e vazia de conteúdo: “consideramos essencial manter o debate sobre o Projeto de lei de Gestão de Florestas Públicas (PL 4776/2005) e ainda mais quando o que está em discussão é a garantia de que as florestas públicas brasileiras permaneçam florestas e públicas”. O único “debate” possível depois que o PL virar lei será através de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade que, independente da solidez do fundamento jurídico, vai enfrentar um STF que tem um político na Presidência, cujas posições são, no mínimo, tendenciosas para o lado “político” e não jurídico das questões (as liminares para os deputados envolvidos em corrupção são uma amostra). Clique aqui para ler esta carta na íntegra.

Por Redação ((o))eco
13 de outubro de 2005

Acidentes acontecem

De Carlos Rangel Plasencia Montañismo y ExploraciónHolaBuen díaEl artículo "Los accidentes ocurren", de Ana Araujo, fue traducido ya al español y sólo nos gustaría contar con su permiso para difundirlo en nuestra lengua. También deseamos felicitar a la autora por su artículo.Saludos

Por Redação ((o))eco
13 de outubro de 2005

APPs ou ADPs?

De Sérgio Arcoverde Senhor redator,Aprecio muito os artigos do Dr. MARC e sempre os leio.Até procuro alguns não lidos para fazê-lo presentemente.É o caso do artigo APPs ou ADPs.Neste caso há que reconhecer a falta de um conhecimento mais aprofundado do Dr. MARC sobre o que é um recurso mineral e suas relações com as APPs. Na verdade um conhecimento mais profundo sobre as ciências geológicas.Já se disse que "as mesmas confluências de fatores geológicos que levaram à formação das APPs originaram também as jazidas minerais, de modo que, infelizmente, quase todas as jazidas minerais estão localizadas em APPs".Não há como prescindir dos bens minerais e o Dr. MARC sabe muito bem disso. Ao dirigir (petróleo, ferro e vários metais), escrever (vários minérios usados como corantes), construir (areia, cascalho, argila, calcário do cimento, ferro, etc.), dormir protegido (telhas de argila), etc.Daí me chocou a sua referência generalista e preconceituosa contra a mineração.Aconselho ao Sr. MARC que conheça uma mineração em APPs. Obviamente, a sustentável que recupera o meio ambiente. P.ex. da CVRD nos topos e encostas de morro da Grande BH.E não um GARIMPO, palavra originada de GRIMPEIRO, escravos que se escondiam nas grimpas das serras e furtivamente, à noite, roubavam as lavras dos senhores portugueses do período colonial do Brasil. Atividade desastrosa para o meio ambiente até etmologicamente.Atenciosamente

Por Redação ((o))eco
13 de outubro de 2005

Escravos de brinquedo II

De Luís Henrique Concordo com a indignação. Realmente, respeito aos animais é talvez a coisa mais rara em nosso mundo hoje. Porém, e infelizmente, não há como nos furtar de uma faceta de nossa natureza humana: a de analisar e catalogar tudo, ordenando arbitrariamente em escalas de valores sempre duvidosas.Fazemos isso, mesmo sem perceber, até quando escolhemos a pessoa com quem nos casaremos, que dirá com animais!Mesmo protetores e pessoas envolvidas na "causa animal" muitas vezes, com as melhores intenções, acabam por transgredir a natureza dos animais humanizando-os para tentar tornar sua convivência com humanos mais razoável em nossas grandes cidades.Talvez o mais correto seria deixá-los em paz na natureza, mas essa me parece uma utopia prá lá de Bagdá, visto que nós, humanos, não conseguimos nos misturar à Natureza sem desequilibrá-la. Somos incompetentes quanto a isso.Abraços,

Por Redação ((o))eco
12 de outubro de 2005

O loteamento das florestas públicas do Brasil II

De Maximiliano RoncolettaGerente Operacional- IFTInstituto Floresta Tropical Caro Editor,É uma pena que pela 2 vez escrevo a ti para reclamar!Ao ler os artigos de Sulema Mendes de Budin, sinto que há uma tremenda desinformação de vocês aí do SUL!!!!Acho que é preciso rever, e ver quem fala da Amazônia aí na turma do ECO, vocês precisam conhecer a Amazônia. Já falou Chico Mendes. E não é pegar avião e ir para Belém, Manaus ou Cuiabá, é ir para as cidades que mais crescem no interior, e ver que há problemas, há muitos problemas, mas há gente de fé, de boa índole, que com estes artigos como desta pobre infeliz reporte, põe todos os cidadãos no mesmo saco, todos como púlias!Chega! Basta! Ponha alguém antes para checar estas notícias. E sua equipe de colunistas às vezes é bem amadora. Jornalista e advogados falando de temas técnicos com uma soberba, que dói. Fala coisas que me fazem rir, e pensar que mundo é este que vocês cariocas vivem? Um castelo de sites, de notas, de webs stress.Se oriente meu senhor, invista em conhecimento no campo, faça estes colunistas viajarem, conhecer o Brasil vai ajudar a melhorar o conteúdo das notícias.O Eco é novo, menos de 1 ano, ou vocês melhoram ou vão virar site para estudantes e radicais. Não servirá para quem vive na Amazônia.Tenho confiança ainda, torço por melhoras, sugiro que verifique o que os seus colunistas falam sobre a Amazônia.Obrigado pelo espaço

Por Redação ((o))eco
11 de outubro de 2005

Sabiá, a ave símbolo… do quê?

De Prof. Dr. Luís Fábio Silveira Curador associado das Coleções OrnitológicasMuseu de Zoologia da Universidade de São PauloPrezada Dra. Maria Tereza Jorge Pádua,É um prazer poder entrar em contato com V.Sa., a quem admiro muito e cujas lutas (adorei ler Saudades do Matão) me inspiraram no início da minha carreira.Parabéns pelo belo artigo sobre o sabiá e a ararajuba. "Entronizar" o sabiá como ave símbolo é mais uma atitude insensata (entre tantas outras) que, de vez em quando, o Dalgas capitaneia na imprensa.Temos lutado para que a ararajuba seja descoberta pelos brasileiros. Um notável endemismo das matas de terra firme que vem perdendo, junto com tantos outros táxons, o seu hábitat. Tomo a liberdade de sugerir a V.Sa. a leitura de um artigo meu, recentemente publicado (onde mais?) na Ararajuba, a revista da Sociedade Brasileira de Ornitologia. Não o envio nesta mensagem, mas o mesmo está disponível para download, se houver interesse, na minha página pessoal.Parabéns pelo artigo e espero que a ararajuba conquiste o seu devido lugar.Atenciosamente

Por Redação ((o))eco
11 de outubro de 2005