Flerte fatal

De Vladmir M. CunhaSobre a seguinte citação que aparece no referido artigo: "segundo Paulo Adário, coordenador da Campanha Amazônia do Greenpeace, não hesitam em condicionar a prestação de serviços médicos à adesão a palavra de Deus".É uma acusação que com certeza o Paulo Adário não conseguiria manter em uma interpeleção judicial e, portanto não tem base verdadeira. Na campanha do Greenpeace na terra indígena Deni, (vide site do Greenpeace) chegou muita gente estrangeira do Greenpeace (poluindo o rio e tudo mais) e logo vi vários deni fumando (os índios deni não têm o costume de fumar); os Deni também me informaram e mostraram uma garrafa de bebida alcoólica lançada ao rio a partir do barco da mesma ong.No trabalho de "auto-demarcação" da terra indígena alguns Deni ficaram com raiva porque não receberam pagamento pelo trabalho, como eles esperavam. Além disso dois Deni, inclusive um pajé idoso, que foram junto com as ongs para essa "auto-demarcação" fugiram pelo mato escapando do barco da ong, até chegar em uma aldeia deni depois de duas noites no mato (o idoso anda com dificuldade); segundo os Deni eles se sentiram ameaçados e por isso fugiram.Sabendo desses fatos eu não daria crédito ao Paulo Adário.Com essas Ongs, chegou também na área Deni um antropólogo que, segundo os Deni, tentou estabelecer novos chefes em cada aldeia, em detrimento da liderança tradicional, causando muitos problemas políticos e sociais entre o povo: uma aldeia de 100 pessoas se subdividiu em três (Aldeia Viagem).Sobre os Sorowaha, digo o seguinte: são seres humanos?- Então por que lhes negar o supremo direito humano da vida e também da liberdade de escolha?Cianças indígenas também têm o mesmo direito das não indígenas.Feliz ano novo!

Por Redação ((o))eco
2 de janeiro de 2006

Modismo de verão

De André FigueiredoSilvia,Adorei sua matéria sobre a poluição das praias...Ir à praia era um passeio exótico... hoje só indo para praias desertas.A falta da consciência dos freqüentadores, aliada aos nossos governantes nos leva ao caos atual. Eu que moro na Barra sofro na pele com tudo isso que relatou brilhantemente em sua matéria. Nem tenho idade, mas me lembro perfeitamente quando íamos à praia e a areia fazia barulho quando a gente caminhava pela praia da Barra quase deserta!Você se lembra disso?O lixo nas praias, parece que mudou até a consistência da areia, que era branquinha.Fica uma sugestão para matéria sobre os paraísos remanescentes, como Itacaré. Estou sempre por lá no Txai Resort, conhece?É show e pelo pouco que percebi da sua personalidade, acho que você iria adorar, pois tem apelos ecológicos sem abandonar requinte e sofisticação (nada de ecológico Hippie). Afinal, gostamos de luxo e beleza.

Por Lorenzo Aldé
26 de dezembro de 2005

O tamanho do problema

Joice SantosChefeAssessoria de Comunicação SocialMuseu Paraense Emílio GoeldiPrezado Editor,Em nome do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e do pesquisador Dario Amaral, solicito corrigir informações da reportagem "O tamanho do problema", de autoria do jornalista Lorenzo Aldé.O botânico Dario Amaral foi convidado pela Biodiversitas para assumir a coordenação especial para a região amazônica no processo de Revisão da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção em reconhecimento ao trabalho desenvolvido na formulação da primeira Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção do Estado do Pará, um resultado do projeto Biota Pará. A Lista do Pará formulada pelo MPEG em parceria com a Conservação Internacional inova ao incluir informações como área / extensão de ocorrência no Pará, abundância, plasticidade ecológica e ameaças enfrentadas por cada espécie listada.O jonalista autor da reportagem "O tamanho do problema", também chefe de redação deste site, estruturou seu texto tendo por base um engano - considerou a listagem da flora ameaçada de extinção da Mata Atlântica como a relação válida para todo o Brasil, procurando verificar nesta lista a presença ou ausência de conhecidas espécies amazônicas.Além disso, o prezado jornalista reforçou seu ponto de vista ignorando a praxe que orienta a comunidade científica - quem elabora e avaliza lista de espécies são os cientistas que lidam com questões de biodiversidade como taxonomistas e sistematas (especialistas em classificação, distribuição e propagação das espécies). E neste sentido, as principais autoridades foram consultadas para a formulação da lista da Amazônia. O crescimento da lista de espécies ameaçadas demonstra que o conhecimento científico sobre a flora brasileira está se expandindo, a despeito da existência de muitas lacunas a serem preenchidas e da necessidade de investimentos para tanto em pesquisas básicas. O estabelecimento do elenco de exigências para inclusão ou não das espécies nas listas vermelhas, a definição de distintas categorias de ameaças e a ampliação da rede de colaboradores e de consultores indicam também que o processo de formulação das listas se tornou mais rigoroso, articulado e envolvente.Durante processo de construção das listas da flora e de acordo com as suas características principais, as diversas organizações científicas contribuiram com sua produção bibliográfica ou com a consulta direta a seus especialistas. Uma das principais organizações científicas não governamentais que atuam na Amazônia, o Imazon, por exemplo, colaborou e muito com seus estudos ecológicos sobre as espécies exploradas pela indústria madereira, relacionados na compilação bibliográfica - primeiro estágio no processo de formulação das listas.A reportagem também incorre no erro de conferir ao pesquisador Dario Amaral declarações sobre o mogno que ele não fez, como a não inclusão do Mogno na lista de espécies ameaçada. "Em hipótese alguma informei isto, pelo contrário foi a primeira espécie que ele perguntou e informei que sim, evidentemente esta espécie mantinha-se na lista (aliás, única espécie amazônica que consta no apêndice 2 do CITES)", assegura Dario Amaral. Complementando que "a única alusão que fiz a alguma espécie que estaria fora da lista foi quanto a Virola surinamensis, por entendimento dos especialista (o mesmo que participou da listagem de 1992). Informei que tanto a Castanheira quanto o Mogno se mantinha na lista. O jornalista ponderou sobre o Ipê roxo, pois tinha informação do IMAZON sobre a ameaça relativa a esta espécie, muito explorada. Foi quando comentei que para uma espécie ser considerada em ameaça de extinção (segundo as normas internacionais da IUCN, que orientou os trabalhos da Biodiversitas) ela deveria atender a critérios bem definidos, e a exploração comercial era apenas um dos critérios. Informei que esta espécie constava na lista inicial porém, por entendimento dos especialistas (inclusive sistematas da própria família botânica) ela foi retirada. A orientação que permeou os trabalhos dos especialistas foi a de que entariam na listagem as espécies que atendessem aos critérios do IUCN, com base no conhecimento pleno de ameaças à espécie", explica Amaral.Para finalizar, asseguramos que o Museu Goeldi deseja que o site O Eco consiga atingir plenamente seus propósitos editoriais no sentido de promover o debate público sobre a conservação da natureza via jornalismo, procurando fazer, utilizando as próprias palavras do site, "denúncias, sempre que elas lhe parecerem relevantes, mas prefere publicar boas histórias. Fala de problemas, mas gosta mesmo é de soluções".Uma das boas histórias e soluções no mundo amazônico é mostrar como as intituições científicas sediadas na região estão aprendendo a superar desafios e dificuldades comuns, construindo amplas redes para ação e troca de experiências e dados.Atenciosamente,Resposta:Agradeço as ponderações e me solidarizo com o Museu Paraense Emílio Goeldi no desejo de ver aprimorados os estudos e pesquisas sobre as espécies amazônicas. Convém porém deixar claro que não houve engano na estruturação da reportagem. Segundo os próprios coordenadores da pesquisa, a lista divulgada pela Biodiversitas refere-se a todo o Brasil, e não apenas à Mata Atlântica. O mogno e a castanheira não constam da listagem das espécies "em perigo" e "criticamente em perigo", ou seja, as mais ameaçadas.

Por Redação ((o))eco
22 de dezembro de 2005

Só para curiosos

O engenheiro florestal Carlos Firkowski conta como um pica-pau, bicando uma taquara, pode abrir nossos olhos para os ciclos de renovação de toda a natureza.

Por Carlos Firkowski
21 de dezembro de 2005

O sapo esquecido

De Sérgio GreifBiólogoPrezado editorLi hoje a matéria "O sapo esquecido", de autoria de Manoel de Brito, sobre o estudo da bióloga Pilar Guido Castro sobre o sapo Melanophryniscus moreirae, do Itatiaia. O que me intrigou não foi tanto o fato desta espécie não ter sido objeto de estudos mais aprofundados por todos estes anos desde que foi descrita, pois a maior parte dos animais e plantas ainda não receberam tal atenção, nem o fato da bióloga ter trabalhado 20 horas seguidas duas vezes por mês, enfrentando frio e chuva, pois esta é uma atividade corriqueira para os biólogos de campo. O que mais me intrigou foi a expressão que a matéria traz, "Sorte do sapo." Ao que parece, segundo a matéria, a bióloga "capturou, marcou, pesou e mediu mais de 400 sapinhos." Me pergunto de que forma teria a bióloga marcado 400 sapinhos? Poderiamos considerar que estes animais tiveram sorte ou sorte mesmo seria que permanecessem "ilustres desconhecidos"? O método de marcação de animais varia de grupo para grupo. Por exemplo aves podem ser anilhadas, mamíferos (dependendo do porte) podem receber cortes em padrões diferentes no pêlo ou coleiras, jabutis e insetos podem ser marcados com um esmalte especial. Mas como a bióloga teria marcado sapinhos de 1,3 cm e pesando 2,5 gramas? Certamente o esmalte não poderia ser utilizado, devido à espessura e permeabilidade da pele destes animais.Quero acreditar que a bióloga não tenha utilizado a técnica, infelizmente muito em uso, que consiste em quebrar os artelhos (dedos) dos animais em cada membro, criando um código particular de numeração. Esta técnica seria não apenas extremamente cruel com os animais, como também comprometeria os resultados da pesquisa, uma vez que animais com artelhos quebrados tornam-se mais dificeis de serem recapturados do que seus pares com 4 artelhos em cada pata. Ainda, sapinhos com os artelhos quebrados tornam-se mais suceptíveis a infecções, perdem sua destreza manual e podem parar de se alimentar, o que poderia leva-los a morrer. A contagem destes animais, portanto, seria duvidosa, pois a quebra de seus artelhos interfere com suas taxas reprodutivas e eles provavelmente não contribuem com a geração seguinte. Michael A. McCarthy e Kirsten M. Parris, da Universidade de Melbourne (Austrália), demonstraram em um estudo ("Clarifying the effect of toe clipping on frogs with Bayesian statistics" Journal of Applied Ecology (2004) 41, 780 -786) que para cada artelho removido, após o primeiro, as chances de recaptura diminuem em média de 4 a 11%. A chance de recaptura de um anuro sem dois artelhos corresponde a 96% da chance de recaptura de um anuro sem um artelho. A chance de recaptura de um anuro sem oito artelhos corresponde a 28% da chance de recaptura de um anuro sem um artelho. Uma das conclusões apresentadas por eles é que a quebra de artelhos produz resultados deturpados em estudos populacionais, pois diminui de modo significativo as chances de recaptura.Não faz sentido estudar ou monitorar populações adotando uma metodologia que interfira com o comportamento e as chances de sobrevivência dos animais. Não estou com isto querendo dizer que a metodologia empregada pela bióloga tenha sido esta, mas caso tenha sido, os resultados de sua pesquisa não terão servido para absolutamente nada, pois a metodologia empregada terá sido questionável. Não terá havido nenhuma contribuição à ciência nem para a conservação desta espécie.CordialmentePrezado Sergio,Grato, antes de mais nada, pela sua leitura do meu texto, de O Eco, e pelo tempo que voce dispensou para escrever sua mensagem. É sempre bom sabermos que temos leitores, ainda mais leitores tão atentos.Ao contrário de voce, a mim, a vários biólogos com quem conversei e a grande maioria dos leigos, é supreendente que bicho tão óbvio no planalto do Itatiaia demorasse tanto tempo para ter a sua ecologia estudada.Quanto ao destaque dado às longas horas de trabalho, sei bem que isso é comum ao trabalho de qualquer cientista que está fazendo pesquisa de campo. Mas a maior parte das pessoas não têm familiaridade com a atividade, por exemplo, de voces biólogos. E O Eco, que tem entre seus leitores muita gente que não sabe patavina sobre as demandas de uma pesquisa científica, acha importante deixar claro que o que voces fazem não é apenas relevante, mas fisica e intelectualmente extenuante.Sobre a marcação, o método empregado foi justamente o que voce aponta. Como seu texto mesmo lembra, ele ainda é muito usado e as críticas que vem recebendo relativamente recentes. Vamos deixá-las registradas nas páginas de O Eco publicando sua carta.Um abraço, Manoel Francisco Brito

Por Redação ((o))eco
20 de dezembro de 2005

Favelas 3, meio ambiente zero

De Alexandre de AbreuMuito bom o artigo de Eduardo Pegurier, O que nao posso concordar eh que prevaleceu o discurso politicamente correto, em beneficio da sociedade. Ou seja dos favelados. O politicamente correto, seria prevaler o sentido de coletividade social, onde a preservacao ambiental supera qualquer iniciativa de colocar o individual (favelados) a frente do social ( todos que vivem no Rio).

Por Redação ((o))eco
19 de dezembro de 2005

Nem um pouco selvagem

De Karina MiottoMuito boa a matéria da Carolina Mourão. Que triste, mas que triiiiiiiste saber que neste país a impunidade é a maior incentivadora de crimes ambientais, isso sem falar em outros tantos tipos de crime.Carolina, parabéns pela investigação.Sugiro que O Eco fique em cima desse caso. Esse veterinário chulo, irresponsável, criminoso e cruel deve ser punido. A imprensa tem uma força danada para pressionar o poder público e a justiça. Que ela seja feita. Em nome de um país mais decente, em nome de todos os animais que são mortos, mutilados e torturados cruelmente. O lugar desse criminoso é atrás das grades. E o Ibama...onde já se viu conceder que ele ficasse legalmente com um animal selvagem????? Não me admira que a Operação Curupira tenha descoberto funcionários do Ibama envolvidos no escandaloso esquema de desmatamento da Amazônia. Pelo fim dos corruptos de todas as classes. Punição já.Sou jornalista e vou fazer a minha parte dando uma força sobre esse assunto no blog Eco-Repórter-Eco.Até breve,

Por Redação ((o))eco
13 de dezembro de 2005

Faça você mesmo

De Fernando José Pimentel Teixeira e Christiane de Souza Pimentel TeixeiraReserva Ecológica Rio das LontrasEm relação a reportagem “Faça você mesmo”, de Lorenzo Aldé, publicada em 3 de dezembro último, gostaríamos de fazer as seguintes observações para efeito de esclarecimento e complemento:É importante realçar que as poucas intervenções feitas por nós, como os pequenos açudes e o plantio de mudas foram realizados fora da área de RPPN, como previsto desde que adquirimos o terreno de 277.226 m². Quanto às mudas de palmitos, estão em fase de adaptação, já que foram recém plantadas.Quanto as colocações da Sra. Edela Bacca, queremos acreditar que estão fora do contexto, pois deram um sentido que discordamos totalmente. Senão somente cidadãos ricos poderão ter RPPN. E também é conflitante com o Estatuto da Associação que criamos, onde no Capítulo I, Artigo 2º, alínea C diz das finalidades: “Contribuir na criação de condições a que os proprietários possam tratar da sustentabilidade social e econômica de suas RPPNs”.Ademais, torcemos para que pessoas “possam viver disso” e a preservação da biodiversidade possa ser exercida por pequenos agricultores, por pequenos proprietários que tenham a Mata Atlântica em seu quintal e por profissionais das mais variadas áreas e que se interessem em arregaçar as mangas e lutar pela causa, que é de todos nós!Já o Sr. Phillip Stumpe, da Apremavi, achamos estranho suas observações, pois não o conheço e nem tão pouco falei-lhe sobre nossos planos, no máximo troquei alguns e-mails com assuntos pontuais. Sendo assim, evitaremos sermos deselegantes e anti-éticos em criticar um integrante da Associação Catarinense de RPPN.Na verdade, a reportagem deve servir para podermos avaliar se a preservação da natureza deve ser feita por acadêmicos, especialistas e experientes ou se deve ser um assunto do dia a dia de todos os cidadãos, coisa que procuramos fazer nas pequenas atitudes do cotidiano e, se possível, semearmos a idéia para um futuro mais equilibrado no planeta.Em tempo, enquanto escrevia essas mal traçadas linhas, quantos hectares de Florestas foram derrubados? Vamos ficar olhando o mato crescer?

Por Redação ((o))eco
8 de dezembro de 2005