Enquanto é tempo

De Pieter M. van der Meer Olá Juliana! Meu nome é Pieter, sou Biólogo, e sobre sua reportagem do dia 18.09.2005, "Enquanto é tempo", gostaria de fazer alguns comentários, principalmente a respeito do seguinte parágrafo: Enquanto isso, o adeus acontece lentamente. Madeireiros e proprietários de áreas com floresta vêm desmatando incessantemente nos últimos seis meses, transformando as áreas em lavoura ou plantação de pinus. Ainda assim, o desenho das oito unidades desconsidera qualquer propriedade produtiva, incluindo apenas as florestas onde ainda restam araucárias. Conheço a região em questão (Principalmente as UCs na regiao dos Campos Gerais no Paraná), e posso afirmar que lá não houve desmatamentos, como ocorreu nos municípios de Palmas e no Estado de Santa Catarina. Os proprietários nessa região fizeram corretamente seu dever de casa, preservaram as matas ciliares, fazem uso de uma agricultura que protege o solo através do plantio direto e respeitam os 20% de reserva legal! Então peço a você Juliana, que evite generalizar! Não são todos os produtores rurais que são crápulas com sede de desmatamento. Nos Campos Gerais há anos não se implantam novas lavouras nem plantios de Pinus, ou seja, é utilizada apenas a área onde já se pratica a agropecuária! Outro comentário diz respeito à afirmação de que o desenho das UCs desconsidera áreas produtivas, o que não procede. No próprio site do MMA/Ibama e Rede Pro-UCs, existem mapas e dados que demonstram a inclusão de áreas produtivas. Inicialmente constavam para o Parque Nacional dos Campos Gerais (PNCG), quase 4.000 hectares de áreas agrícolas. Mais tarde, o MMA reviu os dados e concluiu que seriam quase 6.000 hectares, e apresentou esse número em uma mesa redonda no UnicenP em Curitiba. Já um os grupos de trabalhos das prefeituras falam em mais de 7.000 hectares! Ou seja, de qualquer forma, estamos falando no mínimo de 25% da área total (22.000 hectares) do PNCG, o que não é pouca coisa, concorda? Se possível peço a correção destas informações, pois de forma transparente o processo de criação das UCs tem chances maiores de vingar e ser implantado o quanto antes. Os produtores da região sugeriram a exclusão das áreas produtivas, e como compensação a criação de RPPNs. Parecem ser alternativas mais viáveis e com um apoio maior! Talvez fosse interessante também divulgar no site, que existem produtores preocupados com o meio ambiente, e não apenas maus exemplos! Mostrar os bons exemplos valoriza essas iniciativas, e faz com que elas se multipliquem! Agradeço a atenção, e aguardo um retorno,

Por Redação ((o))eco
20 de setembro de 2005

A política chegou aqui

De Alvaro Barros Cara Ana,Quero parabenizá-la pelo EXCELENTE artigo sobre o Projeto de Lei que está tramitando aqui na Câmara Legislativa do DF. Sou aqui de Brasília e estou bastante procupado com as conseqüências caso essa lei passe como está. Estarei com certeza na audiência do dia 22 e pretendo colocar minhas impressões sobre o projeto. Você estará lá? Você é de Brasília? Sua presença seria de grande valia...Atenciosamente,

Por Redação ((o))eco
20 de setembro de 2005

Asas demais

De Dr. Oc. José Martins da Silva Júnior Secretário Executivo Conselho Gestor APA-FNCoordenador Centro Golfinho RotadorAndreia, achei boa sua matéria "Asas demais", mas observei um engano. A ave que tem problemas com a aviação em Fernando de Noronha é a garça-vaqueira (Bubulcus ibis). O Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental de Fernando de Noronha, em parceira com o CEMAVE está tentando minimizar este conflito.

Por Redação ((o))eco
19 de setembro de 2005

Crimezinho Ambiental

De Ellen Adriana Sezerino Assessora de Imprensa da Campos Novos Energia S.A - Enercan Prezados Senhores, RENAN ANTUNES DE OLIVEIRA, LORENZO ALDÉ, MARCOS SÁ CORRÊA, SÉRGIO ABRANCHES, MANOEL FRANCISCO DO NASCIMENTO BRITO FILHO, A Campos Novos Energia S.A. – Enercan – lamenta a maneira como o site O ECO conduziu a reportagem intitulada “Crimezinho Ambiental”, publicada no dia 28 de agosto, relacionada à empresa e a seu empreendimento: a usina Hidrelétrica Campos Novos. A matéria citada desrespeita a ética jornalística (em nenhum momento, nem a diretoria da empresa, nem os jornalistas da assessoria de imprensa contratada pela Enercan - que sempre estiveram disponíveis para prestar esclarecimentos ou conceder depoimentos e entrevistas – foram procurados para ser fontes da reportagem).Além disso, em diversos momentos do texto, a referida reportagem insinua que a empresa tem agido de má fé em seus propósitos. Pelo bem da verdade, da ética, do profissionalismo e da honradez, permita-nos esclarecer pontos da matéria publicada em referência: “A paisagem é lunar na calha do Rio Canoas, onde está sendo erguida a usina de Campos Novos, na divisa entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Tudo que se vê no canteiro de obras são enormes paredões de pedra por todos os lados”. (Grifo nosso) Nunca foi negado que uma obra deste porte é agente de determinados impactos, os quais encontram-se descritos no Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Neste mesmo relatório, são discriminadas as medidas “mitigadoras” e “compensatórias” para estes impactos. O RIMA foi submetido a “Audiência Pública” e o PBA (Projeto Básico Ambiental) aprovado pelo órgão ambiental. Em ambos estão detalhadas as medidas adotadas e como são documentos públicos estão depositados, pelo menos, no órgão ambiental e em todas as prefeituras dos municípios da área de influência do empreendimento. No canteiro de obras onde está sendo implantada a Usina de Campos Novos - em área adquirida de 663 hectares - foi autorizada a supressão vegetal de 250,1 hectares. O cuidado ambiental na implantação do empreendimento levou a empresa a instalar os escritórios, refeitório, oficina mecânica, etc., em locais originariamente compostos de pastagens ou capoeirinhas, buscando, desta forma, limitar ao máximo o desmatamento. Assim, o desmatamento final foi reduzido à metade da área autorizada. Além disto, foram introduzidas alterações no projeto, que possibilitaram que se evitasse a implantação de jazida de pedra à jusante da barragem, embora esta já estivesse autorizada pela FATMA. Em 25/abril/05, foi encaminhado à FATMA o projeto de Recuperação da Área Degradada, agora já aprovado, e em plena fase de implantação. Este projeto, entre outras medidas, prevê a plantação no canteiro de obras de 7.500 mudas nativas e 100.000 (cem mil) mudas de araucárias. Até o final de dezembro/07, todo o projeto estará executado e a área degradada, regenerada. “O Estudo de Impacto Ambiental diz que há uma espécie de cobra ameaçada de extinção, a Bothrops cotiara, “porque ela precisa de grandes extensões de mata preservada”. Já era. Também foram identificadas 178 aves de espécies de aves na área, sendo “7% raras, 3% vulneráveis e 2% ameaçadas de extinção”. Nada foi feito para protegê-las”. (Grifo nosso) A presença da jararaca-cotiara - Bothrops cotiara - não foi confirmada durante o monitoramento de fauna em nenhuma das áreas amostradas. Não se conhecem registros bibliográficos recentes desta espécie na Bacia do rio Canoas. Seu habitat preferencial são as grandes matas de araucária que ocorriam de São Paulo ao Rio Grande do Sul. Com a histórica destruição e fragmentação desta floresta, a cotiara tornou-se rara e está incluída na lista de espécies ameaçadas dos estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, porém não consta da lista brasileira de espécies ameaçadas (IBAMA, 2003). Os registros constantes no EIA do empreendimento não permitem confirmar sua presença na área que será inundada e a área mais propícia para a ocorrência da Bothrops cotiara é o recentemente criado Parque Estadual do Rio Canoas, no município de Campos Novos. Ainda com relação à fauna, nos mais de três anos de trabalho, foram identificadas 42 espécies de anuros, 34 espécies de répteis, 194 espécies de aves e 56 espécies de mamíferos na área de influência direta e indireta do empreendimento. A ENERCAN construiu um Centro de Salvamento e Preservação de Fauna e Flora da região, na cidade de Celso Ramos, que consta de Viveiro para Plantas, Centro de Triagem de Fauna, Laboratório de Botânica e Zoologia, Sala de Reuniões e Educação Ambiental, além de depósito e alojamento para pesquisadores. Este Centro serviu de base para o desenvolvimento de estudos e monitoramento da fauna e flora nativas, a partir de maio de 2002. No que diz respeito à flora, o inventário florístico, executado como parte do programa de Conservação, Manejo e Aproveitamento Científico da Flora Nativa na UHE Campos Novos , permitiu a coleta e a identificação de espécies pertencentes a diferentes habitats, incluindo representantes dos estratos arbóreos e arbustivos. Além de ervas rupícolas e epífitas, todo o restante da flora nativa existente na região foi documentada. Foram coletadas 1950 exsicatas (sementes secas, para estudo), num total de 211 espécies e 65 famílias. Um total de 1.023 exsicatas foi doado às Instituições depositárias do material herborizado, destacando-se Herbário Alarich R. J. Schultz (HAS), Herbário Balduíno Rambo (HERBARA), Herbário UNIPLAC – Universidade do Planalto Catarinense e Herbário RSPF – Universidade de Passo Fundo. Com o objetivo de produzir mudas de espécies nativas para recomposição da faixa ciliar da UHE Campos Novos, foram coletados frutos e sementes de 89 espécies, especialmente de Anacardiaceae, Leguminosae e Myrtaceae. Além da produção de mudas e armazenamento para conservação ex situ , efetuou-se a doação de sementes de espécies nativas e de mudas à comunidade. Neste sentido, foram coletados aproximadamente 6.500 mil propágulos e produzidas cerca de 240.000 mudas pertencentes a cerca de 60 espécies. Inclusive de espécies raras e/ou ameaçadas de extinção - como o pinheiro (Araucária angustifólia) - que também foram empregadas no plantio da faixa ciliar. O resgate de material vegetal permitiu o salvamento de espécies pertencentes a diferentes habitats, incluindo representantes dos estratos arbóreo e arbustivo, além de ervas terrícolas, rupícolas e epífitas, documentando a flora existente na região em um total de 24.000 sementes, mudas, tubérculos, estacas e outros propágulos. Durante o desmatamento foram coletados 1.783 lotes de plantas, resultando no resgate de sementes, mudas, tubérculos, estacas e outros propágulos de aproximadamente 42 famílias pertencentes a divisão Magnoliophyta, a Gymnospermae e a Pteridophyta. Entre as angiospermas (Magnoliophyta), aquelas que apresentam maior número de coletas identificadas foram Orquidaceae (30,7% do total de lotes resgatados), Bromeliaceae (23,3%) e Cactaceae (7,8%). As pteridófitas representaram 1,7% e gminospermas 0,6% da totalidade dos lotes coletados durante a supressão da vegetação. Entre as orquídeas destacam-se os gêneros Oncidium e Pleurothallis; entre asbromélias Aechmea, Tillandsia e Vriesea e entre as cactáceas Ripsallis. As espécies lenhosas empregadas no processo de implantação da faixa ciliar no entorno da Usina Campos Novos compreendem um total de 60 espécies distribuídas em 30 famílias botânicas, sendo o hábito predominantemente arbóreo (86,70% das espécies empregadas), com a presença de cinco espécies com hábito arbustivo (8,30%), duas palmeiras (3,30%) e uma trepadeira lenhosa (1,70%), em um total de 218.734 mudas plantadas. Dentre elas, destaca-se o plantio de Araucária angustifólia (pinheiro brasileiro), com o emprego de aproximadamente 55.000 mudas, cerca de 25% do total de mudas já implantadas (220.000 mudas). Portanto, a fauna e flora foram e serão cuidados conforme preconiza o PBA, pois além das citadas, outras ações continuarão sendo executadas: · Monitoramento de fauna - continuará por 2 (dois) anos após o enchimento do reservatório; · Monitoramento de flora ameaçada de extinção, replantada – continuará por 5 (cinco) anos, após enchimento do reservatório. “Já ergueu a barragem, e mesmo sem licença de corte de vegetação, conseguiu fazer sumir quase toda floresta que estava em sua área de influência”. (Grifo nosso) Neste trecho, infelizmente, faltou-se com a verdade. Em 19/fevereiro/04, foi emitida a AUC – 004/04 (AUTORIZAÇÃO PARA CORTE DE VEGETAÇÃO) pela FATMA, inclusive com medida compensatória de plantio de 10 araucárias junto à APP (Área de Preservação Permanente) para cada araucária derrubada. Em 27 de maio de 2004, através do Decreto Estadual nº 1871, após aquisição da área pela ENERCAN, foi criado o “PARQUE ESTADUAL RIO CANOAS” com 1.067,86 hectares, que abriga uma floresta de araucária e várias espécies de fauna e flora, conforme avaliação ecológica concluída em abril de 2002. “Na etapa final do enchimento dos reservatórios, iniciada em janeiro, a Camargo Corrêa construiu portões e cercou com arame farpado todo acesso aos canteiros, bloqueando a ambientalistas todas as estradas que levam às áreas afetadas de Campos Novos e Barra Grande, vizinhas. Mesmo funcionários do Ministério de Minas e Energia são impedidos de entrar nas áreas e ver o que acontece – os do Ministério do Meio Ambiente já abandonaram a causa. Um cidadão comum que tente cruzar os portões é impedido por guardas armados. Eles mandam as pessoas sumirem dali”. (Grifo nosso) Em primeiro lugar, os portões e cercas existem desde o início da construção do empreendimento, delimitando a área do canteiro de obras, por tratar-se de área de segurança pela quantidade de explosivos armazenados e pelas detonações diárias para executar-se a obra. Além disto, é uma propriedade privada, pela qual não passa nenhuma estrada pública. A estrada que lá existe foi aberta para o fim específico da obra. Em segundo lugar, nunca os guardas usaram ou usam armamento. Em terceiro lugar, nunca qualquer funcionário dos órgãos ambientais, MME e MMA (devidamente identificados), foram impedidos de entrar no canteiro de obras da UHE Campos Novos. “Campos Novos vai engolir não apenas árvores e bichos. Estão ali alguns sítios arqueológicos importantes, com registros históricos da presença dos índios coroados, outrora donos do pedaço. As áreas dos acampamentos deles estão cercadas com uma fita amarela daquelas que a polícia usa nas cenas dos crimes – mas no dia em que a reportagem de O Eco passou por lá não havia ninguém trabalhando nelas”. (Grifo nosso) O trabalho de resgate arqueológico iniciou em julho de 2000 e encerrou em setembro de 2004. Ele foi conduzido pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) - contratada da ENERCAN - motivo pela qual a equipe de reportagem do site O ECO não viu ninguém trabalhando no local. A área permanece demarcada para ninguém invadi-la. Em 06 de abril de 2005, o relatório final foi encaminhado ao IPHAN. Em 28 de agosto de 2005, o IPHAN aprovou o projeto de resgate arqueológico. Este documento, e os outros citados nesta resposta, está à disposição, caso haja interesse em consultá-los. Esperando a verdade dos fatos relatados, aguardamos pronunciamento deste veículo de comunicação. Atenciosamente,Resposta do autor: 1 - A Enercan diz que nunca foram encontradas jararacas na área. Isto é preocupante e indicador de que a espécie pode ter sido extinta. O primeiro relatório de impacto ambiental, realizado pela empresa Magna Engenharia, afirma na página IV-44 que "constatou-se a ocorrência de 2 ordens, 4 sub-ordens, 9 famílias, 27 gêneros e 29 espécies de répteis, registrando- se a espécie Bothrops cotiara (jararaca) como ameaçada de extinção, devido ao fato de suas populações necessitarem de grandes extensões de mata preservada". 2 - A Enercan só facilita os contatos da imprensa em visitas monitoradas. O repórter entrevistou biólogos contratados para o resgate de animais - eles consentiram em falar, desde que não fossem identificados, temendo represálias da empresa. 3 - A cerca e os guardas na entrada do canteiro de obras não estavam lá na visita anterior do repórter, em janeiro. 4 - A maior parte da area foi desmatada antes da autorização da Fatma, órgão do ambiental do governo de Santa Catarina, por sua vez sócio da Enercan no projeto. 4 - O repórter passou pela sítio arqueológico antes de 28 de agosto. Renan Antunes de Oliveira

Por Redação ((o))eco
19 de setembro de 2005

Sem rodeios II

De André Prezada Silvia,O assunto "rodeio" já foi bastante discutido, mas volta e meia retorna à pauta,exaltando os sentimentos mais profundos dos "protetores dos animais". Não queeu mesmo não me comova com as crueldades praticadas contra muitos seres vivos,uma vez que como biólogo, luto com unhas e dentes em prol da conservação dabiodiversidade. Mas não posso negar que fico impressionado com os argumentosordinários e mal embasados que a maioria dos autodenominados "protetores dosanimais" utiliza. Na maioria das vezes, as manifestações beiram o ridículo,desqualificando um movimento que poderia ter sua importância enaltecida, casoprezasse pela coerência.Voltando aos rodeios, tenho grande curiosidade em saber até que ponto os animaissão realmente maltratados e ultimamente tenho seguido a seguinte linha deraciocínio: um touro de rodeio é uma animal diferenciado, que pode se tornarbem mais rentável que um touro comum. Para isso, ele necessita de um tratamentodiferenciado, com alimentação especial, piquetes adequados para a realização deexercícios, atenção redobrada com a sua saúde e uma série de cuidados especiaispara que ele cumpra o seu dever, durante alguns poucos segundos em um ou doisrodeios por mês. Isso sem falar que o animal pode até gostar destes poucosmomentos de fúria incontida quando ele pode extravasar seus instintosancestrais em cima de um ser que na maior parte do tempo o subjuga. E no finalda carreira, apos alguns anos, ele se aposenta como reprodutor. Ou seja, umempregão, que boa parte dos brasileiros sonharia em ter. Posso estar errado e muitas exceções devem existir, mas uma breve visita a umaou duas fazendas que criam esse tipo de animal poderiam confirmar a minhahipótese. Pessoalmente não gosto de rodeios, mas não vejo lógica em tanto protesto quandoexistem coisas muito mais importantes que requerem nossa atenção. Um passarinhona gaiola me comove muito mais que um touro num rodeio.Foi apenas uma sugestão caso o assunto retorne novamente à pauta.Obrigado pela atenção,

Por Redação ((o))eco
13 de setembro de 2005

Corra jumento, corra! X

De Daniele Achei muito interessante! Quem ia imaginar que o jumento de ofensa pode passar a iguaria exportada para Europa ou até mesmo ser premiado! Só não sei se nesse caso a saca de milho vira ração para ele ou comida para o dono no nosso Brasil esfomeado... Adorei a matéria.

Por Redação ((o))eco
9 de setembro de 2005

Corra jumento, corra! IX

De Irmã Ellen Scherzinger (Franciscana)MossoróPrezada Sra.Sílvia,Li seu artigo na revista O Eco sobre jumentos.Parece realmente melhor para o jumento servir numa corrida de divertimento do que ser acidentado na estrada. Certamente um jumento na estrada também é um perigo para as pessoas humanas; as corridas evitam que pelo menos uma parte dos jumentos fique abandonada nas estradas e cause acidentes.Porém é bom ver o assunto do outro lado: A corrida para um jumento é um grande sofrimento porque é contra a natureza dele. É necessário acender um cigarro no ouvido dele ou colocar num outro lugar (a senhora sabe) para o jumento correr. É uma tortura física e psicológica para este animal. Será que o homem precisa se divertir a custo do sofrimento extremo de outra criatura? Isso é cultura? Ou barbárie?A senhora sabe que nas arenas antigas o povo romano (hoje os italianos que a senhora menciona) costumava se divertir com as lutas na arena com feras, escravos, cristãos. A plebe romana ficou extasiada com os sofrimentos à vista. Fomentar o gosto perverso da multidão? Até com Cristo fizeram assim: Exibiram para todo mundo o sofrimento dele, não somente para servir de exemplo de punição, mas exatamente para o divertimento - para ganhar o aplauso do povo. Coroação de espinhos. Cruz. Sangue. Morte.A multidão fica inebriada de prazer. Promover isso?Por favor: NÃO! É aumentar a violência, a insensibilidade em relação ao sofrimento alheio, a malvadeza.A senhora como boa jornalista poderia entender sua profissão como oportunidade, como missão - despertar os corações para sentirem compaixão, não gozo, com o sofrimento alheio. A senhora poderia escrever com seu português bom que tem, uma defesa dos animais que são torturados sem nenhuma necessidade. Podia escrever artigos brilhantes contra as vaquejadas, contra as farras de boi, contra as experiências desnecessárias fazendo vivisecção, etc. A Dra. Geuza, que não é escritora, mas boa advogada, é uma mulher que defende os indefesos; ela poderia fornecer à senhora muito material interessante. Admiro a Dra. Geuza. Eu ia admirar também a senhora, não somente como jornalista, mas também como pessoa humana.Eu mesma não sou jornalista, meu português é pobre, sou alemã, do povo de que a senhora descende (o nome da senhora (Pilz) é alemão; certamente a senhora sabe que seu nome significa "cogumelo"). Eu não sei português bem, nem sei Direito. Mas sou uma mulher como a senhora também e Dra. Geuza Tenho sentimentos de compaixão (como certamente a senhora também tem). Espero que a senhora vá futuramente colaborar que aquela 'cultura' que na verdade é uma barbárie, acabe. Com os melhores votos para sua nobre missão de jornalista - educadora do povo, Atenciosamente,

Por Redação ((o))eco
9 de setembro de 2005

Corra jumento, corra! VIII

De Heloisa PinceliAcredito que o jornalista de uma certa forma educa e forma opiniões, me perdoe a agressividade, mas não consegui me conter quando li um email que me mandaram a respeito de seu comentário sobre os jumentos. Mas como mencionei acima, eu acho que jornalistas formam opiniões, pessoas menos informadas assistem novelas que "ensinam" que rodeio é esporte e assim a rede globo disseminou o rodeio por todas as regiões do brasil. O Medo dos protetores dos animais é de que as pessoas leiam artigos defendendo a crueldade e adote uma postura cruel com os jumentos, touros, cavalos e diversos animais que sofrem com a maldade do homem. Se somos todos coadjuvantes de atos cruéis, poderiamos tentar mudar essa realidade parando de incentivar a crueldade. Animais não são escravos, e, acredito que a cultura sobreviveria muito bem sem essa tortura. Mais uma vez, me perdoe pela falta de educação. Resposta da autora:Heloisa, Por favor, leia o que escrevo abaixo. Tentei explicar-lhe através de outros exemplos, o que me passa pela cabeça quando comento sobre os jumentos. Uma coisa não anula nem explica a outra. No enatnto, minha intenção aqui, é fazer com que você me entenda melhor. Espero que eu consiga. Na minha opinião, conscientes ou não, somos todos atores coadjuvantes de atos de crueldade assustadores. Seguem alguns exemplos:Exemplo 1: O que é a pesca? Um homem crava um anzol de metal na boca de um peixe, puxa ele para fora d'água e espera-o tremelicar até morrer. Depois, ele esquece que foi covarde e coloca o peixe assado sobre a mesa. Mas, como o peixe foi feito para ser comido, o pescador está absolvido. Pior que isso é a prática do "pesque e solte". O sujeito pesca o peixe para admirá-lo, fotografá-lo e devolvê-lo à água. De acordo com os praticantes do hábito, o bicho é devolvido ao mar ou rio em perfeitas condições de sobrevivência. Mas poucos sabem que depois de espetado por um anzol, o peixe pode morrer lentamente, por inúmeras razões. Uma infecção no aparelho bucal é a mais simples delas.Exemplo 2:Pessoas montam cavalos e usam chicotes e esporas para fazê-los correr. Alguns assistem este espetáculo com trajes de gala e binóculos. Por que? Porque CULTURALMENTE não nos parece mal. Ou, não parece mal para a maioria. Fomos todos acostumados a "entender" o cavalo como meio de transporte. Assim como na Espanha, por mais cruel que seja, a tourada só se mantém viva porque faz parte de uma CULTURA forte e por isso, é difícil de ser descartada.Exemplo 3:Pessoas "confinam" cachorros em suas próprias casas e apartamentos. Usam coleiras, castram os animais se acharem que isso pode deixá-los mais tranquilos, colocam os bichinhos de castigo quando els fazem "coisas de cachorro", adestram da forma que consideram ideal. Não lhe parece cruel? Um abraçoSilvia Pilz

Por Redação ((o))eco
9 de setembro de 2005

O andarilho útil

De Bernardo CollaresPresidente da FemerjPrezado Pedro da Cunha Menezes,Sobre sua matéria sobre o "Andarilho Útil", gostaríamos de fazer uma pequena correção quanto à participação dos Centros Excursionistas no fim da gestão entre Prefeitura e Ibama. A FEMERJ - Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro, que representa os centros excursionistas do Estado do Rio de Janeiro, entrou em contato com o Prefeito César Maia procurando ajudar na continuidade de tão importante parceria. Foram trocados alguns emails na época entre FEMERJ, Prefeitura, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Direção do Parque Nacional da Tijuca.Antes gostaríamos de ratificar nossos parabéns a sua gestão frente ao PNT. Com muito trabalho e objetividade em sua gestão foi possível acabar (entre outras coisas) com os atalhos e a melhoria/segurança para os visitantes foi imensa.Desde então não temos mais notícias de pessoas se perdendo dentro do PNT.Atenciosamente

Por Redação ((o))eco
9 de setembro de 2005

Quórum zero

De Marcelo Gonçalves de Lima Biólogo - Doutor em EcologiaSr. Editor,Sobre a matéria "Quorum Zero" do dia 08.08.2005 da jornalista Carolina Mourão gostaria de adicionar algumas informações. Em primeiro lugar é de se louvar a iniciativa da Conservação Internacional pela a aprovação do PEC Cerrado, como a chamamos. Entretanto, é preciso esclarecer que não é uma iniciativa nova e que as ONGs ambientalistas nacionais também tem a aprovação do referido projeto, em particular a Rede Cerrado, um conjunto de mais de 100 ONGs, e a Fundação Pró Natureza, FUNATURA.Já em 2000, foi encaminhado um ofício ao então Ouvidor da Câmara Federal, o Dep. Fleury do PTB, solicitando que o PEC 115/95 do Dep. Gervásio Oliveira, PSB/AP fosse apressada a sua tramitação. Este ofício foi assinado por mim, representando na época a ONG Pequi Pesquisa e Conservação do Cerrado, pelo André Lima do ISA, e pelo Paulo Gustavo Prado da Conservação Internacional. O PEC 150/95 do então Dep. Pedro Wilson, PT/GO, ex-prefeito de Goiânia, que elevava tanto o Cerrado quanto a Caatinga a categoria de patrimônio nacional, havia sido apensada ao 115/95. Ou seja, a Caatinga também seria beneficiada com este. Entreguei pessoalmente o ofício ao Dep. Fleury, junto com o Deputado Estadual Chico Floresta do PT/DF. O ouvidor prometeu levar ao presidente da câmara na época, o Dep. Michel Temer do PMDB/SP.Ainda em 2000, se não engano, durante uma reunião com o ex-ministro do Meio Ambiente, Dep. Sarney Filho do PV/MA, levantei a questão das PECs a este, que prometeu dar atenção à questão. Estava presente também o então presidente do PFL, Dep. Inocêncio Oliveira, PL/PE (trocou de partido depois), que também se mostrou simpático à. proposta.Em 2004 a Rede Cerrado organizou com muito sucesso o I Grito do Cerrado nos dias 9 e 10 de setembro, antecedendo o dia do Cerrado que é oficialmente no dia 11 de setembro, em homenagem ao ambientalista Ary Pararaios, morto em 2003. Uma das "palavras-de-ordem" durante todo o movimento foi a aprovação do PEC Cerrado. Nós conversamos com a Dep. Neyde Aparecida, PT/GO, com o Dep. Sarney Filho, PV/MA e com a Dep. Maninha, PT/DF, além do ex-deputado Pedro Wilson, proponente original do PEC Cerrado e Caatinga. Todos declararam o apoio ao PEC. A Dep. Neyde Aparecida, ao contrário do que diz a matéria, está genuinamente interessada na aprovação do PEC Cerrado, e tem feito o máximo para a realização das reuniões da comissão. Existe, entretanto, uma resistência feroz por parte dos ruralistas, que querem negociar a aprovação para benifícos próprios, como, por exemplo, a liberdade dos estados de delimitarem os tamanhos da resevs legais.Em conclusão, a aprovação do PEC 115/95 não é uma agenda nova, mas que vem sendo reciclada de tempos em tempos. Para ter-se uma ideia, existem, além deste PEC, o 150/95 do Dep. Pedro Wilson PT/GO, o 100/2003 da Dep. Raquel Teixeira. PSDB/GO e o 131/2003 da Dep. Terezinha Fernandes PT/MA (todas que incluem o Cerrado e a Caatinga como patrimônios nacionais); o 60/1999 da Dep. Maria de Lourdes Abadia, PSDB/DF, o 131 da Dep. Nair Maria Xavier Lobo, PMDB/GO e o 131/2003 do Dep. Sandes Junior, PP/GO e outros autores, todos apensados a 115/95 do Dep. Gervásio Oliveira. Existe ainda o PEC 51/2003 do Senador Demóstenes Torres, PFL/GO, que está parado desde março de 2004, aguardando inclusão na ordem do dia.Enfim, diante deste quadro de várias iniciativas de ONGs e do legislativo, é importante concatenar os esforços e não dividí-los com novas iniciativas isoladas. Os diversos atores que já estão historicamente envolvidos no processo para alcançar a inclusão dos biomas Cerrado e Caatinga como patrimônio nacional e fortalecer assim a luta pela conservação de ambos. Neste sentido sentido, acho de extrema importância que a Conservação Internacional se junte a Rede Cerrado, outras ONGs internacionais e outros setores para trabalhar com uma agenda em comum de conservação do Cerrado e da Caatinga.Estes links são entrevistas dadas por mim sobre as PECs durante o Grito do Cerrado: Entrevista 1 Entrevista 2Saudações

Por Redação ((o))eco
8 de setembro de 2005