Não é piada (ou é?)

Os governantes do regime militar brasileiro se reviram inquietos em suas tumbas com a mais nova proposta de ministros britânicos para combater o aquecimento global. São três palavrinhas que foram publicadas com a maior naturalidade no jornal Daily Telegraph: privatização da Amazônia. Literalmente. A idéia é comprar a floresta e transformá-la num trust internacional. Suas árvores seriam vendidas a grupos e indivíduos – como o multi-milionário sueco Johan Eliasch, que, segundo a reportagem, comprou no início do ano mais de 160 mil hectares da floresta por 8 milhões de libras. O secretário de meio ambiente da Grã-Bretanha (e autor do desatino), David Miliband, admite que o projeto pode causar “problemas de soberania” com o Brasil, dono da maior parte do território amazônico.

Por Redação ((o))eco
3 de outubro de 2006

Livre

O tubarão da espécie Ginglymostoma cirratum, conhecida como lambaru ou cação-lixa, que foi mantido ilegalmente por quatro meses num aquário em um restaurante em Ipanema, será devolvido ao mar nesta terça-feira. O peixe está ameaçado de extinção e só conseguiu a liberdade porque o Instituto Aqualung denunciou o caso ao Ibama. Como a fêmea de quase um metro de comprimento foi parar no aquário, ninguém sabe. A história contada pelos funcionários do estabelecimento é de que o animal foi vendido por fornecedores de peixe ao restaurante, mas ninguém lembra exatamente quem. O Ibama se satisfez com a amnésia.

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2 de outubro de 2006

Reta final

As conversas entre o Ministério do Meio Ambiente e o setor privado sobre a cobrança da compensação ambiental estão próximas do fim. O governo espera as últimas contribuições dos empreendedores e quer, até dezembro, publicar portaria do Ibama com a metodologia da compensação. Embora não vá definir legalmente um teto para os valores cobrados, o mecanismo criado levará a uma média de valor máximo de 2,9% dos recursos do investimento. O valor mínimo, 0,5%, foi estabelecido por lei (Snuc 9.985;2000).

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2 de outubro de 2006

Terra e mar

Uma das possibilidades para acelerar a implementação da metodologia da compensação é publicar em separado as regras para empreendimentos em terra e para aqueles localizados no mar. O método de cálculo terrestre está bem mais adiantado. Por exemplo, um dos pontos já fechados neste caso é que qualquer obra em área de vegetação preservada ou área de preservação permanente deverá ter um percentual de compensação mais alto.

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2 de outubro de 2006

Seca profunda

O jornal The New York Times publicou uma série de três reportagens sobre água na Índia, intitulada “Gigante Sedento”. Depois de falar sobre a falta d’água nas cidades do país, conta que a retirada acelerada do recurso de baixo da terra causa preocupação. Agricultores em crise estão deixando de plantar para se dedicar à exploração de mananciais em suas propriedades, que podem não durar muito. Alguns dos poços mais antigos já secaram. O que poderia ser o último recurso de um país com mais de 1 bilhão de habitantes e que enfrenta sérios problemas de seca.

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2 de outubro de 2006

Assim não adianta

A terceira reportagem da série do The New York Times aponta para os problemas causados pelo excesso de chuva nas estações das monções indianas, que contraditoriamente não ajudam nada a mitigar a situação. O aguaceiro vem todo de uma vez só, causando enchentes e destruição: só nos quatro meses de monção deste ano, foram mais de 2,5 mil mortos. E o aquecimento global (sempre ele!) pode piorar a situação. É que, com as mudanças planetárias, o padrão climático da região se tornará ainda mais instável.

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2 de outubro de 2006

Sujeira globalizada

Estocar coquetel altamente tóxico de lixo petroquímico e soda cáustica na Europa poderia custar cerca de 300 mil dólares ao braço londrino de uma empresa suíça com sede fiscal na Holanda. Talvez o dobro disso, calculados atrasos. Por isso 400 toneladas do material foram parar na Costa do Marfim. Mais especificamente, nos quintais de algumas das pessoas mais pobres do planeta. O lixo vazou. E o resultado, conta o The New York Times, foram oito mortes, dúzias de internações hospitalares e mais de 80 mil atendimentos médicos.

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2 de outubro de 2006

Descontrolados

A explosão populacional de coalas preocupa cientistas australianos. Livre de predadores, a vida dos marsupiais ficou fácil na Ilha Canguru, ao largo do estado de South Austrália. Estima-se que eles sejam 28 mil, cujo apetite feroz já ameaça um tipo de eucalipto da ilha. Pesquisadores esperam testar um dardo anticoncepcional ainda no ano que vem, informa o Estado de São Paulo.

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2 de outubro de 2006

Agenda

Começa nesta terça-feira em São Paulo um encontro de dois dias, na Fundação Getúlio Vargas, para se discutir o valor de serviços ambientais, como o mercado de carbono. À frente do evento estão o grupo Katoomba e o Forest Trends, duas instituições que trabalham juntas para desenvolver parcerias estratégicas para o desenvolvimento de mercados que estimulem a conservação dos recursos naturais. O Katoomba Group estará lançando no mesmo dia a versão em português do seu site, que contêm várias histórias sobre como economia e meio ambiente combinam.

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2 de outubro de 2006

Crimes sobre a caverna

Depois de 20 anos para criação de um monumento natural com o objetivo de proteger a Gruta da Lancinha, na região metropolitana de Curitiba, uma denúncia encaminhada pelo grupo Votuverava à Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE) revelou que a unidade de conservação não tem evitado desmatamentos na região e os impactos de duas estradas que passam sobre a caverna. O monumento natural foi criado este ano, mas ainda não tem sinais de implementação. Lancinha é uma das cavernas mais ricas do país em termos de biodiversidade. As autoridades ambientais do Paraná já estão avisadas.

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2 de outubro de 2006

Azar das árvores

A campanha para o governo do Pará, que aponta para um segundo turno, atraiu a atenção do Executivo local a tal ponto que ele não consegue pensar em mais nada a não ser as urnas. Pior para a proteção da natureza no estado. O processo de criação de Unidades de Conservação na Calha Norte paraense do rio Amazonas, que deveria ter sua primeira fase finalizada em agosto com a assinatura de decretos para a implantação de três Florestas Estaduais, entrou em estado de suspensão.

Por Redação ((o))eco
29 de setembro de 2006