Cavando mais

O Batalhão de Polícia Florestal de Niterói ordenou o fechamento de quatro areais que atuavam sem licença ambiental no distrito de Porto das Caixas, em Itaboraí (RJ). A região de planície, cheia de rios que desembocam na Baía de Guanabara, sofre com a extração de areia em grandes fazendas. A polícia descobriu os areais enquanto fiscalizava outro nas redondezas a pedido do Ministério Público. Foram apreendidas bombas e pás mecânicas durante a operação.

Por Andreia Fanzeres
12 de julho de 2005

Só para leigos

O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, orgulhosamente anunciou nesta semana como pretende diminuir o desmatamento em seu estado. Sancionou uma lei que reduz a alíquota do ICMS para o gado em pé (aquele que já engordou e aguarda o abate) de 12 para 3%. E o que isso tem a ver com meio ambiente? Para quem entende do assunto, nada. Mas segundo a lógica Maggi, com essa redução de custos, os estoques de gado diminuem e aumenta sua rotatividade nas terras. Assim, não seria preciso desmatar mais. “Incentivando a comercialização de bovinos, os produtores vão querer expandir o mercado, isso é certo”, diz Rita Pereira, do Imazon. A medida já está em vigor e dura até o fim do ano.

Por Redação ((o))eco
12 de julho de 2005

Muralha da devastação

A muralha anti-imigrantes de 22, 5 quilômetros de extensão que sai da costa da Califórnia, exatamente no ponto onde Estados Unidos e México, se encontram e se estende pelo interior, virou alvo da ira de ambientalistas, diz reportagem do The New York Times. Onde ela já subiu, o impacto ambiental acabou sendo bem maior que o previsto. Do lado americano, a polícia de fronteira aproveitou para construir uma estrada e fazer mudanças na paisagem, destruindo possíveis esconderijos para imigrantes ilegais. O trecho da muralha, de cerca de 7 quilômetros, está em fase de construção.

Por Redação ((o))eco
11 de julho de 2005

Justiça

Um biólogo demitido do Fish and Wildlife Service, uma espécie de Ibama americano, por denunciar as relações estranhamente amigáveis da direção do órgão com a indústria imobiliária da Florida vai ser readmitido no antigo emprego. Andrew Eller, diz o The Washington Post, mostrou que seus chefes se utilizavam de informações científicas fraudadas para autorizar a construção de imóveis em áreas do estado frequentada por panteras, espécie que só não está totalmente extinta na Florida por milagre e por conta do trabalho de gente como Eller. A decisão de devolver o cargo que lhe foi surrupiado há 8 meses foi tomada pelos chefões da Fish and Wildlife Service em Washington.

Por Redação ((o))eco
11 de julho de 2005

A falta que a lei faz

Um engenheiro alérgico à substâncias químicas encontradas em tintas de parede chegou em 1988 à Snowflake, diminuta cidade no Arizona, tentando fugir de seu suplício. Construiu casa livre de elementos tóxicos e iniciou um movimento que transformou o município numa espécie de Eden ambiental urbano. Seus jardins não usam venenos nem adubos químicos e suas casas são feitas de modo a dispensar todos os poluentes que normalmente compõem a engenharia de um lar moderno. Mas esse paraíso está prestes a acabar, conta reportagem do The New York Times. Alguns moradores estão pondo suas casas à venda e os novos proprietários não estão obrigados a seguir o mesmo padrão de construção e comportamento. O que aconteceu em Snowflake foi uma ação espontânea, sem que houvesse necessidade de imposição legal.

Por Redação ((o))eco
11 de julho de 2005

O presidente mandou

François Miterrand, o ex-presidente socialista da França, não apenas sabia como foi quem deu a ordem para que dois mergulhadores da Marinha do país plantassem bombas no casco de um navio do Greenpeace na Nova Zelândia em 1985. O barco, que afundou, zarparia rumo ao atol de Muroroa para tentar parar os testes nucleares que a França estava realizando no local. O Le Monde deu a reportagem primeiro no sábado. O The New York Times reverberou o assunto nos Estados Unidos.

Por Redação ((o))eco
11 de julho de 2005

Academia limpa

Reportagem no The Washington Post mostra que as universidades dos Estados Unidos estão numa espécie de corrida para dizer qual delas é ambientalmente mais correta. Algumas mudaram completamente seus sistemas de água e esgoto, outras iniciaram programas radicais para reduzir a produção de lixo e várias estão utilizando fontes alternativas de energia. A súbita adesão ao ecologicamente correto é uma ferramenta de marketing, mas sobretudo uma tentativa de expiar culpas. O mundo acadêmico americano, que produziu boa parte do conhecimento sobre poluição que se tem hoje, era muito bom em apontar culpados por desastres ambientais entre empresários e políticos, mas nunca tinha olhado detidamente para dentro de casa. Quando começou a olhar, há uns cinco anos, descobriu que do ponto de vista ambiental, a Academia é quem era incorreta.

Por Redação ((o))eco
11 de julho de 2005

Lição para Lula

A estrada iria cortar área de preservação permanente, uma reserva biológica. Os ambientalistas se mexeram, a população aderiu aos protestos e o presidente cancelou o projeto original. Aconteceu na Armênia e a reserva salva da destruição, segundo o Environmental News Service, fica próxima a fronteira do país com o Irã e nela sobrevive espécie raríssima de pantera.

Por Redação ((o))eco
11 de julho de 2005

O que fazer com um buraco

O The New York Times reporta sobre discussão que anda inflamando os nervos dos habitantes do estado de Montana. O que deve ser feito quando uma mina é abandonada? Lá tem gente exigindo que uma montanha seja reconstruída. Ela se chamava Bull Mountain e estava intacta até 1982, quando uma empresa começou a minerar seu ouro. Como ele estava no interior da rocha, a montanha foi sendo gradativamente destruída e atualmente o que resta dela é apenas um imenso e profundo buraco, no qual caberia prédio de 100 andares. A mina está encerrando suas operações e a empresa proprietária quer, obviamente, deixar tudo como está. Só para tapar o buraco, estima-se que seriam gastos 50 milhões de dólares.

Por Redação ((o))eco
11 de julho de 2005

Programaço

Jared Diamond, o americano que há anos estuda o impacto da devastação ambiental no destino das civilizações, transformou um de seus livros mais importantes, “Armas, Germes e Aço”, num documentário em três partes que estréia hoje no canal da National Geographic nos Estados Unidos. A reportagem está no The Washington Post.

Por Redação ((o))eco
11 de julho de 2005