A ética do tiro

Há alguns meses, saiu aqui no Eco.Net notícia sobre nova modalidade de caça nos Estados Unidos, a remota, na qual o caçador, sentado na frente de um computador, mira e abate a presa com o seu mouse. O negócio funciona no Texas e está atraindo caçadores de escrivaninha por todo os Estados Unidos. O The Washington Post reporta que criou-se uma estranhíssima aliança no país contra esse tipo de caça, um arco-íris ideológico que inclui desde ambientalistas à deputados federais republicanos ultra-conservadores, passando pela poderosa National Rifle Association, braço de lobby da indústria de armas de fogo. O que os une não é a luta contra caçadores, mas a percepção de que caçar pela Internet levanta questões morais e éticas que embora talvez não sejam muito claras, nem por isso são menos sérias. Um republicano que introduziu projeto de lei para banir a prática diz que uma sociedade que aceita atirar para matar à distância, separando o atirador da vítima e da arma, está dando sinais de que ela tem sérios problemas. É o passo final na direção da banalização da morte. Mesmo para os conservadores, atirar exige algum tipo de ética.

Por Manoel Francisco Brito
9 de maio de 2005

Flores de futuro

O The USA Today produziu ótima reportagem para o Dia das Mães lembrando que o presente que mais se dá na data, flores, é um dos tipos de agricultura que mais danos causa às pessoas e ao meio ambiente. Ela é dependente, para ter sucesso, do uso intensivo de pesticidas e fertilizantes químicos. Mas há uma luz no fim do túnel para o problema: as flores cultivadas organicamente. Este ano, estima-se que sua venda vai gerar receita de 8 milhões de dólares. É uma gota perto dos quase 20 bilhões de dólares que a floricultura americana espera vender este ano, mas como lembra a reportagem, ela demonstra potencial de crescer muito mais do que isso. Sua receita dobrará em relação ao que arrecadou no ano passado e as projeções indicam que a venda de flores orgânicas vai crescer a uma média de 13% por ano até 2008 pelo menos.

Por Manoel Francisco Brito
9 de maio de 2005

Não demos

Em O Estado de S. Paulo, uma reportagem que deveria estar em O Eco. Trata do Atlas de Conservação da Natureza no Brasil, trabalho de mais de 300 páginas que mapeia as áreas de preservação do país. É coisa grande, que enobrece estante de livros de qualquer casa.

Por Manoel Francisco Brito
9 de maio de 2005

Liberou

Enquanto no Brasil se discute o projeto de lei para abrir a exploração de florestas públicas no Brasil a empresários privados, George Bush, nos Estados Unidos, nem se preocupa mais em debater o assunto. Notícia no The Washington Post diz que ele decidiu abrir 58, 5 milhões acres de florestas virgens em território americano a vários tipos de empreendimentos econômicos. Os agraciados com as concessões terão inclusive o direito de construir estradas nas florestas onde estarão fazendo seu manejo. Desde 1995, vigorava um decreto federal excluindo a área que Bush abriu aos empresários de qualquer tipo de atividade econômica.

Por Manoel Francisco Brito
9 de maio de 2005

Menos ruim

A colunista de nutrição da Slate, Sara Dickerman, experimentou carne artificial feita com um fungo, o fusariam venenatum, popularmente chamado de Quorn, que tem sido objeto de polêmica nos Estados Unidos. Coalizão de cientistas quer que qualquer embalagem de produtos à base de Quorn indiquem no rótulo que eles contém microproteínas, uma fonte não tradicional de alimento. Dickerman acha que não faz diferença e que entre os substitutos de carne descobertos pelo homem, Quorn é de longe o mais delicioso. Não tem qualquer sabor, o que segundo ela é melhor do que o sabor de agro-tóxicos que ela sentiu ao ingerir carne de soja.

Por Manoel Francisco Brito
9 de maio de 2005

Pequeno grande problema

O Centro de Controle de Doenças, órgão americano responsável pelo monitoramento e combate à epidemias, divulgou alerta sobre a infecção de seres humanos em mais de 10 estados do país com bactéria encontrada em animais domésticos de pequenos porte, como hamsters. O Centro diz que o problema é sério, conta reportagem do The USA Today.

Por Manoel Francisco Brito
9 de maio de 2005

Novas audiências

O Governo decidiu conceder mais prazo para a discussão sobre as novas áreas de preservação das araucárias em Santa Catarina. Nesta sexta-feira, dia 6, o governador do estado, Luiz Henrique, e o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), João Paulo Capobianco, anunciaram que haverá mais encontros para tirar as dúvidas da população sobre a Área de Preservação Ambiental (APA) das Araucárias. Também afirmaram que as prefeituras de Ponte Serrada, Passos Maia e Abelardo Luz têm o direito de pedir novas audiências públicas sobre a Estação Ecológica da Mata Preta e o Parque Nacional das Araucárias, as outras duas unidades de conservação a serem criadas no estado. Mas, para isso, segundo o MMA, “deverão se comprometer em apoiar os debates”. Políticos, madeireiros e até sem-terras vêm promovendo protestos agressivos nas audiências públicas para debater o assunto.

Por Lorenzo Aldé
6 de maio de 2005

Problemas de execução

As lideranças madeireiras no Pará acham que o projeto de lei de gestão de Florestas Públicas vai passar sem maiores mudanças. Mas continuam preocupados com o curto prazo e a capacidade do governo de implementar o que vai constar do texto da lei, se ela for realmente aprovada. Em janeiro, quando os madeireiros do Oeste do Pará protestaram contra o cancelamento de planos de manejo, Brasília fez duas sugestões, prontamente aceitas, para minorar o problema no curto prazo. Uma, aprovar o manejo em caráter de urgência em pelo menos duas Florestas Nacionais. A outra, acelerar a regularização da situação de assentamentos do Incra para permitir o corte de árvores neles. Nada saiu do papel.

Por Redação ((o))eco
6 de maio de 2005

SFB x Ibama

Os secretários de Meio Ambiente do Amazonas, Virgílio Vianna, e do Pará, Gabriel Guerreiro, defenderam a criação do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) durante audiência na Câmara dos Deputados sobre o projeto de lei de gestão de Florestas Públicas. Argumentaram que é bom separar as atividades de licenciamento de manejo em florestas da fiscalização e do monitoramento, para não haver conflito de interesses. No Acre e no Amazonas, inclusive, as estruturas administrativas funcionam assim. Um órgão gere, o outro fica de olho. Mas a questão está longe de ser uma unânimidade. A deputada Vanessa Graziotin (PC do B-AM) apresentou substitutivo à Comissão Especial que analisa o projeto, garantindo o Ibama também como órgão licenciador e restringindo a concessão para a exploração de madeira às áreas demarcadas como Florestas Nacionais.

Por Redação ((o))eco
6 de maio de 2005