Contando gotas

A água, que não era abundante no regime de Saddam Hussein, secou mais ainda no Iraque sob domínio americano. Danos causados à infra-estrutura durante a guerrra foram agravados por  contínuos ataques da insurgência e de terroristas. Para contê-los, pegaram dinheiro que estava marcado para ser usado nos reparos e gastaram com segurança. O resultado, conta reportagem no The New York Times (gratuito, pede cadastro), é que os 90 projetos trazidos pelos americanos para desenvolver o sistema de distribuição de água no país foram obrigados a cortar investimentos no aumento de sua capacidade. Hoje, distribuem metade do que planejavam entregar aos consumidores há um ano atrás. Em algumas regiões, a população não tem acesso a mais do que 60% da água que precisariam. É o caso de Sadr City, uma espécie de favela islâmica em Bagdá, onde é comum a convivência e o consumo de água com altíssimos índices de poluição. Leva 4 minutos de leitura.

Por Manoel Francisco Brito
4 de agosto de 2004

Rede global

O mundo, informa o The Washington Post (gratuito, pede cadastro), está prestes a se plugar numa rede espalhada por 50 países que será capaz de medir seu pulso, sua temperatura e sua pressão 24 horas por dia. Dela farão parte 50 satélites, 10 mil estações meteorológicas, 1000 bóias e 7000 navios e 3000 aviões, responsáveis por enviar 100 mil informações por dia. Seu nome é grandioso, Sistema dos Sistemas de Observação Global da Terra. Espera-se que o projeto seja capaz de coordenar informações que já são geradas nessa meia centena de países, entre eles o Brasil, para ter leitura mais exata de como o meio ambiente está convivendo com os seres humanos. Tem prazo de implantação de dez anos e o seu primeiro passo está sendo dado esses dias. O jornal credita devidamente, do lado dos americanos, o mérito da iniciativa à figura odiada pelos ambientalistas. Foi sob George Bush que o governo americano se engajou decisivamente na idéia. Lê-se em cinco minutos.

Por Manoel Francisco Brito
4 de agosto de 2004

Caso furado

A Nestlé queria registrar como marca o formato dos seus Polos, um chocolate com recheio de menta popular na Inglaterra e em outros países da Europa. Mas seu pedido não especificava proporções, nem cor e tampouco tinha o nome Polo no chocolate. Em outras palavras, a Nestlé queria a propriedade sobre a forma genérica de chocolates com mentas – redondos, com um buraco no meio – em certos mercados. Óbvio, observa o Guardian (gratuito, pede cadastro), seu pedido foi rejeitado. Duas vezes. Na última, o juiz comparou o caso da Nestlé ao de seu produto. Disse que ambos tinham um buraco no meio. O texto é curto. Dura dois minutos a leitura.

Por Manoel Francisco Brito
4 de agosto de 2004

O primeiro processo

Oito estados americanos e uma cidade, Nova Iorque, planejam processar cinco empresas de geração de energia, donas 174 geradoras de energia que funcionam à base de combustível fóssil. Segundo o The New York Times (gratuito, pede cadastro), serão acusadas de serem as maiores emissoras de dióxido de carbono, gás que acelera o processo de aquecimento

Por Manoel Francisco Brito
4 de agosto de 2004

Bichos no pé

As Havaianas, fabricantes dos chinelos que viraram moda em todo o mundo, está lançando uma linha nova de sandálias. Virão com estampa de bichos brasileiros ameaçados de extinção. A renda obtida com a sua venda, segundo notícia da America On Line, será revertida para o Instituto de Pesquisas Ecológicas, uma Ong ambientalista.

Por Manoel Francisco Brito
22 de julho de 2004

O primeiro processo

Oito estados americanos e uma cidade, Nova Iorque, planejam processar 5 empresas de geração de energia, donas 174 geradoras de energia que funcionam à base de combustível fóssil. Segundo o The New York Times (gratuito, pede cadastro), serão acusadas de serem as maiores emissoras de dióxido de carbono, gás que acelera o processo de aquecimento do planeta. Juntas, elas produzem 646 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, cerca de 10% do total de toneladas emitidas anualmente na atmosfera pelos Estados Unidos. Nenhum dos proponentes da ação contra as geradoras busca dinheiro. O que querem são cortes substanciais nas emissões e a implementação de controles anti-poluição mais rigorosos. É a primeira vez que governos, nos Estados Unidos, processam empresas privadas para reduzir a poluição.

Por Manoel Francisco Brito
22 de julho de 2004

Punição de doido

Nova versão do samba do crioulo doido nacional. Seis usinas térmicas no Nordeste, conta o Valor (só para assinantes), estão sendo punidas pela Aneel, agência reguladora do governo, por estarem gerando energia abaixo de sua capacidade. Não fazem isto porque querem ser multadas ou porque não tem intenção de vender mais, mas porque a Petrobrás não consegue suprir gás para a região em volume suficiente para fazer as termos operarem a plena capacidade.

Por Manoel Francisco Brito
22 de julho de 2004

Anti-mato

Novamente em O Globo (gratuito, pede cadastro), informação de que a introdução de um artigo de 3 linhas em projeto de lei aprovado pelo Congresso derrubou o Código Florestal Brasileiro para áreas urbanas. O artigo, inserido em lei para regular incorporações imobiliárias, libera construção em áreas que o Código Florestal proíbe, como margens de rios, próximas a mangues ou em encostas.

Por Manoel Francisco Brito
22 de julho de 2004

França não taxa poluição

O governo francês, noticia o Le Monde (gratuito, pede cadastro), derrubou o projeto de lei que previa a taxação dos carros que produzissem maior emissão de poluentes em suas descargas. Não agüentou o lobby de montadoras, sindicatos e dos ministros que cuidam da economia do país.

Por Manoel Francisco Brito
22 de julho de 2004

O anti-Darwin

A biologia se prepara para celebrar o bicentenário de nascimento de Richard Owen, cientista importante, extremamente religioso, que se notabilizou pela ferrenha oposição às teses evolucionistas de Charles Darwin. É uma memória injusta, diz o Guardian (gratuito). Owen foi um sábio de mão cheia. Descreveu a extinção dos pássaros dodôs e cunhou a palavra dinossauro. Foi o maior anatomista de sua época e fundou o Museu Britânico de História Natural. Opunha-se a Darwin por causa da religião. Achava que a evolução não se dava por processos naturais, de longa duração, mas sim rápidos, provocados pela intervenção divina. Lê-se em pouco mais de 5 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
21 de julho de 2004