O outro piloto da Bomba morreu

Na manhã de 6 de agosto de 1945, em cima de Hiroshima, no Japão, Charles Sweeney, no comando do Grand Artiste, um B-29 do Serviço Aéreo do Exército Americano, viu o Enola Gay, outro avião igual ao seu, abrir suas comportas e despejar sobre a cidade a primeira bomba atômica utilizada como arma de guerra. Sweeney e sua tripulação faziam parte da missão. Estavam encarregados de medir os resultados da explosão. Três dias depois, foi a vez de Sweeney apertar o botão. Seu avião soltou a segunda bomba, sobre Nagasaki. Ao contrário de Paul Tibbets, comandante do Enola Gay, Sweeney tinha completa ciência de seus efeitos. Morreu no dia 16 de julho, aos 84 anos. O obituário está no The New York Times (gratuito, pede cadastro). Leitura de uns 10 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
21 de julho de 2004

Há tempo

Alerta, em artigo na Foreign Affairs (área gratuita), sobre os perigos do efeito-estufa para o futuro da Terra. O aviso não poderia vir de figura mais insuspeita. Quem o assina é John Browne, membro da Câmara dos Lordes inglesa e presidente da British Petroleum (BP), uma das gigantes do petróleo. Diz que temos algum tempo para mudar de curso, mas não muito. Se algo não for feito, daqui há 45 anos vamos viver uma espécie de fim do mundo. Os oceanos vão subir. Na maior parte do planeta o calor vai aumentar. Onde isto não acontecer, o frio vai crescer. Os países mais desenvolvidos conseguirão se adaptar. Os menos desenvolvidos vão naufragar. O tom do texto, apesar de tudo, não é alarmista. Browne acha que os progressos que individualmente empresas ou países alcançaram no controle da emissão de dióxido de carbono são motivo suficiente para acreditar que o processo possa ser revertido. O que falta é a sua coordenação global. Em suma, faltam os governos se engajarem de vez. É longo. Exige 20 minutos de leitura.

Por Manoel Francisco Brito
21 de julho de 2004

O inseto que virou praga

Reportagem no The New York Times (gratuito, pede cadastro) mostra como a ação do homem transformou em praga um minúsculo inseto que, antigamente, contribuía para o equilíbrio dos ecossistemas no Oeste dos Estados Unidos. Trata-se do besouro que se alimenta da polpa de árvores em florestas. Alterações climáticas registradas na última década em toda área indicam que as temperaturas médias anuais aumentaram. Com isso, os besouros perderam seu principal inimigo natural, o frio. Estão vivendo mais e, portanto, comendo mais árvores. Sua voracidade é tremenda. Estima-se que eles aniquilaram, nos últimos anos, de 2% a 3% da cobertura florestal dos parques nacionais norte-americanos nos estados do Oeste. No Canadá, mataram mais de 10 milhões de acres de florestas em 2003. Algumas espécies de pinheiros, pelos quais os besouros demonstram especial predileção, estão prestes a desaparecer do mapa. Seu índice de mortalidade sob o ataque dos insetos é de 100%. Deles, não sobra nem semente. A leitura, em inglês, leva 3 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
21 de julho de 2004

Poluidor global

O Brasil não poderá mais se fazer de vítima de pressões estrangeiras em fóruns ambientais. O país, graças à constância das queimadas em suas florestas, ganhou lugar entre os 10 piores centros de emissão de dióxido de carbono na atmosfera. De pulmão do mundo, diz O Globo (gratuito, pede cadastro), passamos a poluidores globais. A

Por Manoel Francisco Brito
21 de julho de 2004

Marcha à ré

O The Washington Post (gratuito, pede cadastro) deu em manchete na sua edição de quarta-feira da semana passada. George Bush, na reta final da campanha presidencial, anunciou que vai reverter regra considerada histórica, criada pelo seu antecessor, Bill Clinton. Ela fechou 60 milhões de acres de florestas nacionais às estradas e à exploração econômica. Bush vai repassar esta decisão aos governos estaduais. Equivale a reabri-las aos caminhões e madeireiras. São 5 minutos de leitura.

Por Manoel Francisco Brito
21 de julho de 2004

Exemplo

No Rio, um candidato a prefeito, Luiz Paulo Conde, e outro a vereador, Rodrigo Betlem – ambos com passagem por órgãos municipais encarregados de garantir a qualidade ambiental na cidade – fincaram outdoors de campanha em área de preservação ambiental. A fotografia dos delitos saiu na capa de O Globo (gratuito, pede cadastro). Para saber mais, gasta-se 2 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
21 de julho de 2004

Preço

Na Folha de S. Paulo (só para assinantes) mais um cálculo sobre o custo da poluição na capital paulista. Deixada como está, vai chupar dos cofres públicos R$ 16 bilhões. O dinheiro será gasto para tratar de doenças, principalmente respiratórias, provocadas pela degradação ambiental. A cifra e seus destinos constam de previsão que está num estudo financiado pela EPA, agência ambiental do governo americano. No Brasil, foi conduzido por pessoal da Cestesb (agência ambiental paulista), USP e IPEA. Leitura de 3 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
21 de julho de 2004

Ignorância ambiental

O pediatra Robert Brent debruça-se há quase meio século sobre o estudo da toxicologia ambiental, coisa que o obriga a ser médico, químico e engenheiro ao mesmo tempo. O que o doutor Brent investiga é a maneira pela qual alterações drásticas no meio ambiente – através de radiação ou descargas de produtos químicos – produzem

Por Manoel Francisco Brito
21 de julho de 2004

Ambiente hostil

É dura a vida dos ambientalistas iraquianos. Durante o regime de Saddam Hussein eram vistos pelas autoridades com a mesma desconfiança dispensada a xiitas, curdos e à oposição de um modo geral. Hoje, são confundidos com terroristas. O grupo que tenta descobrir um meio de recuperar o rio Tigre, que corta Bagdá, é obrigado a fazer seu trabalho de medição das águas em estado de alerta total. Freqüentemente, levam tiros. Não é para menos, explica reportagem do The New York Times (gratuito, pede cadastro). Raros são os que chegam perto do rio. É tão poluído que só mesmo gente cheia de más intenções poderia querer navegar nele.A leitura é rápida. Não passa dos 3 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
21 de julho de 2004