Correção no futuro

O governo inglês vai construir mesmo 120 mil casas populares em área próxima do rio Tâmisa. O problema é que ela é, segundo ambientalistas e cientistas, de altíssimo risco. Por conta do efeito-estufa, a área é uma das mais vulneráveis à enchentes em toda a Inglaterra. Construir moradias lá pode ser o mesmo que condenar seus moradores a viver pesadelos ambientais. Segundo o Guardian (gratuito), o governo reconheceu os riscos, não mudou seus planos mas prometeu, em decisões futuras sobre onde fazer lares populares, levar em consideração a possibilidade da ocorrência de enchentes. Leitura de pouco mais de 1 minuto.

Por Manoel Francisco Brito
4 de agosto de 2004

Reciclagem em segredo

A Folha de S. Paulo (só para assinantes) traz reportagem mostrando que roupas feitas com material reciclado já freqüentam as prateleiras de lojas brasileiras há sete anos. Mas os produtores preferm não divulgar nada sobre isso, porque acham que o consumidor ainda implica com produtos feitos a partir da reciclagem de materiais. Pesquisa da Ong Akatu confirma que o preconceito existe: 36% dos entrevistados disseram que não vestiriam roupas recicladas porque acreditam que sua qualidade seria inferior a de vestimentas feitas com matéria-prima virgem. O texto leva 2 minutos para ser lido.

Por Manoel Francisco Brito
4 de agosto de 2004

Excesso de cadáveres

A Aids voltou a se espalhar de forma tão avassaladora no sul da África que em algumas regiões, as autoridades, por falta de novos cemitérios, estão sendo obrigadas a reciclar túmulos nos velhos. É o que acontece em Durban, África do Sul, onde a doença está matando bem mais rápido do que a capacidade da burocracia de descobrir o que vai fazer com o número exagerado de falecidos. O The New York Times (gratuito, pede cadastro) conta que em Durban há 52 cemitérios..Cinqüenta e um estão oficialmente com sua capacidade ocupada. Mas todos os dias os coveiros enterram novos cadávers neles. Simplesmente os jogam sobre os resto mortais que já estão nos túmulos.

Por Manoel Francisco Brito
4 de agosto de 2004

Agribusiness

O setor agro-exportador do Afeganistão se deu bem com a queda do regime dos Talibãs. Livre da repressão religiosa, que o forçava à clandestinidade, seu único negócio voltou a florescer. A colheita de ópio nas fazendas este ano promete ficar entre as maiores que se tem notícia. As autoridades na Grã-Bretanha preparam-se para lutar contra uma avalanche de heroína no mercado de drogas inglês. O The Independent (área gratuita) lembra que em 2001, quando mandou seus soldados invadir o Afeganistão junto com os americanos, o primeiro-ministro Tony Blair disse que a ação se justificava também pela necessidade de dar um golpe mortal no tráfic. Na época, acusava os aiatolás de usarem o ópio para conseguir dólares para os cofres do governo. Lê-se em três minutos.

Por Manoel Francisco Brito
4 de agosto de 2004

Prédios limpos

O vice-primeiro ministro inglês, John Prescott, anunciou ontem que qualquer prédio que venha a ser construído com financiamento ou investimento público terá que obedecer a uma lista de mandamentos para reduzir seu impacto ambiental. Mas só a partir de 2006. É quando deverá estar pronto o código com as novas regras para a construção civil. O governo quer evitar que se repita o que aconteceu nos anos 60, quando o setor deixou uma herança de passivos ambientais em saúde e dinheiro para o contribuinte, e ao mesmo tempo diminuir as emissões de dióxido de carbono na Inglaterra. Diz o Guardian (gratuito) que a construção, ocupação e manutenção de prédios responde por 50% delas.

Por Manoel Francisco Brito
4 de agosto de 2004

Anti-animal

Lembram-se quando Gisele Bündchen, desfilando para a Victoria’s Secret, há dois anos, foi alvo de protestos de 4 militantes do movimento pelos direitos dos animais? Eles pertenciam à PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais), antiga organização americana considerada até meio radical, e levantaram um cartaz atrás da modelo onde se lia “Gisele, a escória de peles”. A modelo brasileira, na época, fazia anúncios de casacos de mink. A PETA voltou de maneira triunfante ao noticiário. Há anos ela batalha na justiça e nas portas de lanchonetes como a Kentucky Fried Chicken, uma espécie de McDonald’s à base de frango. Combatia em especial a prática das granjas que fornecem frangos à empresa de engordar as aves até suas pernas quebrarem sob o peso da carne e de matá-las em duas etapas. A primeira, numa câmara de gás, onde são postas para dormir. Na seguinte, seus pescoços são cortados em série. A PETA infiltrou um “agente” como trabalhador numa das granjas e ele descobriu, e registrou em vídeo, coisas infinitamente mais cruéis. As imagens mostram frangos sendo mortos pelos empregados com pisões, estrangulados com luvas de látex, arremessados contra a parede ou espremidos com as mãos. A Kentucky Fried Chicken, que em todos esses anos nunca levou a PETA a sério, tomou tenência assim que viu a intimidade de sua operação aparecer na televisão. Segundo o The New York Times (gratuito, pede cadastro), ela obrigou o fornecedor a apurar os eventos e se não estiver contente com as explicações, vai cancelar seu contrato. A leitura não toma cinco minutos.

Por Manoel Francisco Brito
4 de agosto de 2004

Anti-homem

O governo inglês quer banir da Grã-Bretanha um médico americano, ex-pesquisador arrependido de laboratórios que faziam estudos com animais. Jerry Vlasack está no país como consultor contratado por grupos de defesa dos direitos dos bichos, que têm como alvo de sua luta um centro de pesquisas, está sendo construído na universidade de Oxford, e usará animais como cobaias. Vlasack, conta o Guardian (gratuito), andou dizendo que cientistas que fazem experiências com animais merecem morrer. O governo inglês achou que ele estava ameaçando o pessoal que iria trabalhar em Oxfrord. Vlasack diz que não ameaçou ninguém, mas comparou a luta em defesa dos animais à luta contra o racismo e as injustiças sociais. Afirma que o recurso à violência, nesse contexto, não pode ser descartado. Os grupos de defesa animal na Grã-Bretanha estão assumindo cada vez postura mais radical. Eles atacaram o escritório da empreiteira responsável pelas obras do novo laboratório de Oxford e ela resolveu desistir do contrato. A construção foi paralisada.

Por Manoel Francisco Brito
4 de agosto de 2004

Contando gotas

A água, que não era abundante no regime de Saddam Hussein, secou mais ainda no Iraque sob domínio americano. Danos causados à infra-estrutura durante a guerrra foram agravados por  contínuos ataques da insurgência e de terroristas. Para contê-los, pegaram dinheiro que estava marcado para ser usado nos reparos e gastaram com segurança. O resultado, conta reportagem no The New York Times (gratuito, pede cadastro), é que os 90 projetos trazidos pelos americanos para desenvolver o sistema de distribuição de água no país foram obrigados a cortar investimentos no aumento de sua capacidade. Hoje, distribuem metade do que planejavam entregar aos consumidores há um ano atrás. Em algumas regiões, a população não tem acesso a mais do que 60% da água que precisariam. É o caso de Sadr City, uma espécie de favela islâmica em Bagdá, onde é comum a convivência e o consumo de água com altíssimos índices de poluição. Leva 4 minutos de leitura.

Por Manoel Francisco Brito
4 de agosto de 2004

Rede global

O mundo, informa o The Washington Post (gratuito, pede cadastro), está prestes a se plugar numa rede espalhada por 50 países que será capaz de medir seu pulso, sua temperatura e sua pressão 24 horas por dia. Dela farão parte 50 satélites, 10 mil estações meteorológicas, 1000 bóias e 7000 navios e 3000 aviões, responsáveis por enviar 100 mil informações por dia. Seu nome é grandioso, Sistema dos Sistemas de Observação Global da Terra. Espera-se que o projeto seja capaz de coordenar informações que já são geradas nessa meia centena de países, entre eles o Brasil, para ter leitura mais exata de como o meio ambiente está convivendo com os seres humanos. Tem prazo de implantação de dez anos e o seu primeiro passo está sendo dado esses dias. O jornal credita devidamente, do lado dos americanos, o mérito da iniciativa à figura odiada pelos ambientalistas. Foi sob George Bush que o governo americano se engajou decisivamente na idéia. Lê-se em cinco minutos.

Por Manoel Francisco Brito
4 de agosto de 2004

Caso furado

A Nestlé queria registrar como marca o formato dos seus Polos, um chocolate com recheio de menta popular na Inglaterra e em outros países da Europa. Mas seu pedido não especificava proporções, nem cor e tampouco tinha o nome Polo no chocolate. Em outras palavras, a Nestlé queria a propriedade sobre a forma genérica de chocolates com mentas – redondos, com um buraco no meio – em certos mercados. Óbvio, observa o Guardian (gratuito, pede cadastro), seu pedido foi rejeitado. Duas vezes. Na última, o juiz comparou o caso da Nestlé ao de seu produto. Disse que ambos tinham um buraco no meio. O texto é curto. Dura dois minutos a leitura.

Por Manoel Francisco Brito
4 de agosto de 2004