Áreas de proteção desprotegidas

E por falar em litoral paulista, termina em uma semana o prazo de convocação da Fundação Florestal para que membros da sociedade civil se habilitem ao processo de formação dos Conselhos Gestores das Áreas de Proteção Ambiental (APAs) Marinhas, criadas em outubro passado. Tal processo, que deveria ser democrático e imparcial, pode ter resultados negativos ao meio ambiente, segundo o oceanógrafo Fabrício Gandini, diretor do Instituto Maramar, de Santos. Isso porque ele já começou torto. No litoral-centro, por exemplo, foram realizadas apenas duas reuniões prévias à abertura do edital, número insuficiente para o esclarecimento das populações que dependem dos recursos do mar para sobreviver e deveriam estar representadas no conselho, como comunidades pesqueiras. Um conselho despreocupado com a conservação já tem se delineado, segundo o oceanógrafo.

Por Salada Verde
12 de janeiro de 2009

Prazo apertado

Além do processo de formação nada imparcial, o prazo para convocação dos representantes – entre 24 de dezembro e 19 de janeiro - também tem sido criticado. Considerando os recessos e feriados de final de ano, o prazo se resume a apenas 10 dias, tempo insuficiente para articulação das comunidades, argumenta Gandini.

Por Salada Verde
12 de janeiro de 2009

Sem chuva, São Paulo vira deserto

A edição desta segunda (12) do jornal Valor Econômico traz uma entrevista com Antônio Nobre, do Instituto Estadual de Pesquisas Espaciais (Inpe). Morador da Amazônia durante duas décadas, ele faz um retrato primoroso da região, a partir de detalhes que mostram a verdadeira importância do bioma para o planeta. Segundo ele, cerca de 20 bilhões de toneladas de água são evaporadas pela floresta todos os dias, superior ao volume descarregado pelo maior rio do mundo (o Amazonas) no Atlântico. Isso significa, em outras palavras, que se o desmatamento da principal mata tropical do planeta continuar, São Paulo deve virar um deserto em um prazo não muito longo e a agricultura será seriamente comprometida no país. "Não é para parar com o desmatamento da Amazônia em 2015. Era para parar ontem. Tem que ser zero, nenhuma árvore mais derrubada. Precisamos replantar a floresta", disse.

Por Salada Verde
12 de janeiro de 2009

Mar aquece e reduz sequestro de carbono

Um alerta feito pelos cientistas da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pohang promete esquentar a cabeça de ambientalistas em todo o planeta: repentinamente, o Mar do Japão entrou em colapso e passou a absorver quantidades muito menores de carbono da atmosfera do que o normal. Geralmente, os oceanos “sequestram” cerca de onze bilhões de toneladas de CO2 por ano, o equivalente a um quarto das emissões humanas. O aumento na temperatura das águas, no entanto, interrompe um processo conhecido como “ventilação”, termo que explica o processo natural de flutuação das marés na captação de gases do efeito estufa. Sem ele, o aquecimento global tem um obstáculo a menos. A notícia é do The Guardian.

Por Salada Verde
12 de janeiro de 2009

Tudo pela licença ambiental

Nesta segunda (12), o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, inaugurou o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), como O Eco antecipou. Durante a cerimônia, foram unificados os antigos três órgãos que cuidavam da natureza no estado (Serla, Feema e IEF). Ficou clara a motivação do governo: reduzir a burocracia e agilizar o licenciamento. De acordo com Cabral, as pequenas concessões serão liberadas em três meses, as médias, em seis, e as grandes, em até um ano. Mas, como o político fez questão de afirmar, tudo isso acontecerá “sem perder o rigor técnico”. Mera semelhança com o discurso de Carlos Minc. Só o tempo dirá se é verdade. Vale lembrar que o governo comprou um prédio novinho em folha na Praça Mauá, no Centro da cidade, para abrigar o instituto e a Secretaria que o coordena.

Por Salada Verde
12 de janeiro de 2009

Renda agrícola em queda

O Ministério da Agricultura divulgou, sexta passada (9), que a renda agrícola no país deve cair 7% em 2009, mas ficará na casa dos 152 bilhões de reais, ou um dos maiores valores da história. De qualquer maneira, a baixa no preço das commodities, o clima adverso no Sul e a falta de investimentos privados para o financiamento agrícola são os motivos que podem forçar os produtores rurais a fecharem a mão. Gastar dinheiro com recuperação ambiental, como O Eco mostrou, não vai ser nada fácil.

Por Salada Verde
12 de janeiro de 2009

Sites fora do ar

Nesse período de férias escolares tem sido mais difícil obter informações nos sites de alguns dos parques nacionais mais conhecidos do país, como Itatiaia, Chapada dos Guimarães e Serra dos Órgãos. Por problemas no sistema, provocados por uma ameaça de invasão, os sites foram retirados do ar por tempo indeterminado e serão reformulados. Mas a expectativa é de que retornem nos próximos dias.

Por Salada Verde
12 de janeiro de 2009

Oportunidade de diálogo

Acontece dia 23 de janeiro, às 14h, no Parque Nacional do Itatiaia (RJ), a reunião do conselho consultivo que vai discutir a proposta de diminuição da unidade de conservação, elaborada pela Associação dos Amigos de Itatiaia (AAI). Será a primeira oportunidade formal para todos os atores dialogarem sobre a idéia. O laudo final do Instituto Chico Mendes sobre a viabilidade da proposta deve ficar pronto em março.

Por Salada Verde
12 de janeiro de 2009

Fugindo do trânsito

Um time de engenheiros e pilotos aposta em um trânsito a jato, com menos carros e engarrafamentos no futuro. A turma da JetPack vem criando "mochilas a jato" que permitirão a meros mortais voar como pássaros. Mas é preciso evolução. Os modelos mais testados voam apenas menos de um minuto e custam mais de US$ 200 mil. Curioso? Assista a um vídeo aqui. 

Por Salada Verde
12 de janeiro de 2009

Adubando o mar

Cientistas da Alemanha, Itália, Índia, Espanha, França, Inglaterra e França estão propondo um experimento que está deixando muito ambientalista de cabelo em pé. O navio Polarstern partiu dia 7 da Cidade do Cabo (África do Sul) carregado com 20 toneladas de sulfato de ferro, rumo ao continente gelado, mais precisamente entre o sul da Argentina e a península Antártica. A idéia é despejar tudo por lá, em um teste sobre "fertilização oceânica". O material deve estimular a produção de algas e de outros organismos, facilitando a captação de dióxido de carbono da atmosfera. Tudo será acompanhado por oito anos, dizem os planos, com captura anual estimada em um bilhão de toneladas de carbono. Atividades com impactos ambientais pouco conhecidos como essa podem virar moda e as Nações Unidas pediram moratória desde o ano passado. Entidades não-governamentais alertam que a experiência desrespeita a legislação internacional. A notícia é da Nature.

Por Salada Verde
12 de janeiro de 2009