A guerra das emissões

Poznan – As negociações na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que começaram na última segunda (01/12) em Poznan, Polônia, continuam bastante frias. Ontem, em um encontro sobre como cortar emissões de carbono, delegados de países em desenvolvimento, como China e Índia, partiram para o ataque depois de uma apresentação da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) onde se mostrava que são as economias emergentes que representam maior risco para o meio ambiente no futuro. Delegados chineses rapidamente observaram que antes de qualquer coisa é preciso lembrar que os países ricos não estão cumprindo nem as meta do Protocolo de Kyoto.

Por Salada Verde
4 de dezembro de 2008

A conta do clima

Poznan- O que já começa a ficar claro nas conversas para um futuro acordo climático – o chamado pós -Kyoto - é a dificuldade de garantir recursos financeiros para as ações de mitigação (corte de emissões) e adaptação (aos desastres climáticos). O secretário-executivo da Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas, Yvo de Boer, mencionou hoje, durante coletiva de imprensa, que é certo que países em desenvolvimento, como China, Brasil e Índia, “não tomarão medidas  a não ser que recebam fundos suficientes”. Neste momento de crise financeira nas nações ricas, resta saber quem vai abrir a mão.

Por Salada Verde
4 de dezembro de 2008

Salvos pelo gongo

A Companhia Siderúrgica de Vitória (CSV) não será mais implantada em Anchieta, pequeno município a 85 km de distância de Vitória, no Espírito Santo. A determinação é do governo do estado, que considerou inadequado construir uma planta com potencial de produção de 10 milhões de toneladas de placas de aço/ano em um pacato balneário de apenas 24 mil habitantes. Segundo fontes locais, havia o risco de dobrar o número de moradores na cidade durante as obras. Agora, a chinesa Baosteel e a brasileira Vale, responsáveis pelo projeto, querem levá-lo para Presidente Kennedy, no extremo sul capixaba.

Por Salada Verde
3 de dezembro de 2008

A estatal irresponsável

Em resposta à decisão recente da Petrobrás, de desligar-se do Instituto Ethos (nota abaixo), esse divulgou hoje uma nota informando que “lamenta a decisão unilateral” da companhia, mas que entende a atitude como prova de que ela não pretende manter o diálogo aberto para a questão. Segundo o instituto, o discurso da empresa confunde exigência por prestação de contas à sociedade com perseguição política ou ofensa e é só mais uma confirmação de que a estatal tem reduzido seu compromisso com a responsabilidade social e empresarial. “A crise de reputação que a empresa tem enfrentado está, sob a ótica da sustentabilidade, intimamente ligada à sua incapacidade de rever sua atuação e procurar desenvolver mecanismos de gestão mais responsáveis, voltados para as reais necessidades do mercado, da sociedade e do planeta”, diz o instituto.

Por Salada Verde
3 de dezembro de 2008

Petrobrás sem Ethos

Depois de tantos revezes em relação à quantidade de enxofre no diesel que circula no Brasil, a Petrobrás - que figurou como ré em todo o processo - resolveu endurecer sua postura. Ontem, a estatal publicou em seu site comunicado informando que decidira se desligar do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. Ela considerou que a entidade dá respaldo a uma “campanha articulada com o objetivo de atingir a imagem da companhia e questionar a seriedade e eficiência de sua administração”. No texto, a Petrobrás acusa o grupo que tem lutado pela adoção de diesel mais limpo de atuar de forma “deliberada e difamatória”, já que, em sua visão, as cobranças pela diminuição do enxofre no combustível são “mentirosas” e a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente que trata do assunto, a 315/2002, simplesmente “não existe”. Para defender sua tese, a estatal se valeu de uma visão restrita da determinação do Conama. Isto é, argumenta que a resolução “não trata sobre composição de combustíveis, muito menos sobre teores de enxofre no diesel, e sim sobre o nível de emissões que os veículos deverão apresentar a partir de janeiro de 2009”. A empresa só se esqueceu de que, na prática e em sua complexa cadeia de atores, o nível de emissões dos veículos tem tudo a ver com qualidade do combustível.Veja mais:Aqui se faz, aqui se pagaÔnus do atraso no diesel limpoA guerra do diesel mais limpo

Por Salada Verde
3 de dezembro de 2008

Super analistas irregulares

Lembra do edital que o Ministério do Meio Ambiente abriu em outubro para contratação temporária de analistas ambientais que iriam receber de 3.800 a 8.300 reais – salário superior aos servidores concursados? Se o Ministério do Planejamento (MPOG) não viu nada de errado em gastar quase três milhões anuais só em salários a esses super temporários, o Tribunal de Contas da União (TCU) enxergou irregularidades das grandes e determinou a suspensão do processo seletivo. Existe um acordo firmado entre MPOG e TCU para que a mão-de-obra terceirizada no serviço público seja diminuida gradualmente, de 2006 a 2010.

Por Salada Verde
3 de dezembro de 2008

Rondônia mapeada

O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) concluiu estudo em que garante ter identificado todas as estradas de Rondônia. São mais de 44 mil quilômetros, mapeados com GPS desde 2004. Para percorrer o estado, um servidor rodou 103 mil quilômetros em 473 dias. Além das estradas, o levantamento registrou a localização de usinas hidrelétricas, unidades de conservação, cidades, povoados e assentamentos. Os mapas podem ser solicitados no site do Sipam.

Por Salada Verde
3 de dezembro de 2008

No tempo da província de Santa Catarina

O Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina fez um grande favor ao estado ao reeditar, em 2005, "Memória Histórica da Província de Santa Catarina", escrito em 1856 pelo Major Manoel Joaquim de Almeida Coelho. Só assim alguns catarinenses puderam lembrar das enxurradas de 1838. A publicação diz exatamente assim: "No ano de 1838, nos dias 9, 10 e 11 de março foi a Ilha, e toda a costa da Província acometida de um temporal de chuva e vento da parte de leste tão rijo, que abriu enormes rasgões pelos morros, quase toda a lavoura ficou rasa; todas quantas pontes haviam desaparecido; na capital rebentaram olhos d'água mesmo em terrenos muito elevados, algumas casas foram arrasadas e conduzidas ao mar pela força das águas; na Freguesia de Nossa Senhora das Necessidades,mais conhecida por Santo Antônio, desapareceu a casa, aliás bem construída, do tenente Joaquim José da Silva, e conjuntamente com ele ficou sepultada toda a sua família composta de onze pessoas; na Várzea do Ratones outra casa com a família de João Homem teve a mesma sorte; em outros lugares da província consta que houveram outras vítimas”.

Por Salada Verde
3 de dezembro de 2008

Desvio histórico de verbas

O relato avança e revela, já na época, a má gestão de dinheiro público. “O mar tornou-se, em grande distância da terra, vermelho de muito barro que recebeu; e mal se viu boiar em algumas partes animais, ou a fortuna de muitos lavradores. Muitas famílias ficaram reduzidas a penúria e miséria. Embarcação houve no porto da cidade, que virou a quilha por cima. No último dia, porém, permitiu a Suprema Providência que começasse a acalmar o temporal, e só assim porque a continuar por mais 48 horas, de certo apareceriam depois sobre a costa, especialmente da capital, só montões ou ruínas, e tal qual edifício. Mal se pode calcular o Prejuízo da Província, e menos julgar o valor das terras que se tornaram inúteis. Por Decreto da Assembléia Legislativa da Província n. 89 de 7 de abril desse ano foi a Câmara Municipal da capital favorecida com um suprimento para remediar os estragos mais sensíveis; e o digno deputado à Assembléia Geral Jerônimo Francisco Coelho pode ali obter que o Governo Imperial mandasse repartir pelos habitantes, a quem o temporal reduzira a penúria, 40 contos de réis; infelizmente, porém, é sabido que só vieram 20 contos, e que estes mesmo tiveram outra aplicação, muito distinta daquela que foram destinados".

Por Salada Verde
3 de dezembro de 2008

Futuro das cidades em debate

A partir de quarta (3), São Paulo sediará o Urban Age, principal conferência internacional de urbanismo do mundo. O encontro tem tudo a ver com meio ambiente porque, durante os trabalhos, serão discutidos temas como regeneração das cidades, regras de uso do solo, tratamento de esgotos e formas para minimizar sua contribuição para as mudanças climáticas. Atualmente, estima-se que as cidades do mundo, juntas, consomem 75% da energia mundial e também contribuem com 75% para a poluição e para emissão de dióxido de carbono.

Por Salada Verde
2 de dezembro de 2008