A todo vapor
As obras de Dardanelos não param nem quando anoitece. O clarão dos holofotes do canteiro brilha na noite escura de Aripuanã. →
As obras de Dardanelos não param nem quando anoitece. O clarão dos holofotes do canteiro brilha na noite escura de Aripuanã. →
As três ações judiciais que corriam contra a construção da usina na comarca de Aripuanã saíram da jurisdição da Justiça de Mato Grosso. A União alegou interesse direto nas causas, o que automaticamente as transferiu para a esfera federal. →
Uma das ações contesta diretamente o estudo de impacto ambiental da Usina de Dardanelos. As outras duas são liminares que pedem a suspensão das obras enquanto o assunto não for decidido na Justiça. Se forem concedidas, dado o estágio dos trabalhos, terão chegado tarde demais. →
Dardanelos é uma das obras listadas no PAC de Lula. →
O responsável pelo empreendimento de Dardanelos, o Consórcio Energética Águas da Pedra – que tem entre seus acionistas Neoenergia, Odebrecht e Chesf – diz que o Salto das Andorinhas e a cachoeira que emprestou seu nome à futura usina não serão extremamente afetados pela obra. Garante que o fluxo de água das duas quedas será ligeiramente superior à vazão mínima do Rio Aripuanã durante a seca, entre maio e setembro. Ou seja, visualmente, no Salto das Andorinhas, a paisagem vai ficar para todo o sempre como nesta foto abaixo, feita no último dia 14 de setembro. →
O Salto das Andorinhas transbordando de água em fotografia feita no último período de chuvas na Amazônia. Nunca mais ele será visto assim. →
Tentar impor a lei ambiental numa região como a de Aripuanã é tarefa difícil. Recentemente, o Ministério Público solicitou à Secretaria Estadual de Meio Ambiente uma cópia dos autos de infração lavrados nos últimos dois anos. Não chegou nenhunzinho de corte ilegal ou de queimada. Aripuanã é um dos municípios com as mais altas taxas de desmatamento de Mato Grosso. →
Caminhões de madeira são muito comuns pelas estradas do noroeste mato-grossense. Mas fiscalizar essa frota não faz parte da agenda das autoridades locais. Sem polícia ambiental e sem polícia rodoviária estadual, Mato Grosso conta com a boa vontade da Polícia Militar para verificar a legalidade desses veículos. Mas de acordo com o Ministério Público em Aripuanã, o comando da PM deu ordem para que os policiais no interior nem pensem em parar os caminhões de madeira. “É para evitar corrupção”, diz o promotor Luciano Martins. →
Já está nas mãos do governo federal o documento do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas com sugestões para o Plano Nacional sobre o tema, previsto para ser lançado antes da COP14 (Polônia), em dezembro. As recomendações são divididas em temas, assim como está previsto no plano governista. Em mitigação são sugeridas 54 ações, como agilizar projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e fomentar fontes mais limpas de energia. Adaptação e vulnerabilidade trazem 30 sugestões, como priorizar a recuperação da Mata Atlântica e colocar na ponta do lápis as emissões nacionais evitadas. Em Pesquisa há 25 medidas, como racionalizar a produção da indústria. O documento prevê, ainda, 21 instrumentos para estimular, com incentivos fiscais, a criação de fundos de participação em empresas especializadas em projetos de redução de emissões e políticas de financiamento. →
O documento é fruto de nove reuniões promovidas ao longo de dois meses com indústria, mercado financeiro, setor energético, ongs e outros setores. O trabalho envolveu mais de cem instituições, 150 empresas e gestores públicos de vários municípios. Em linhas gerais, o texto apresenta pelo menos três propostas de compromissos, como definição de metas internas para redução das taxas de desmatamento e queimadas, o fim do desmatamento ilegal e a definição de cortes na emissão de gases que ampliam o efeito estufa. Sobre esse último ponto, o Fórum não chegou a um consenso. Setores industriais e elétrico se posicionaram claramente contra este caminho. Enquanto isso, o setor financeiro sugeriu a adoção de metas voluntárias, e as ongs reafirmaram a necessidade de estabelecer algum compromisso no plano, o que não aconteceu. Para conferir a íntegra do documento, clique aqui. →