Colunas

Os 5 temas ambientais mais quentes de 2012

Brasil quer brilhar como anfitrião da Rio+20, mas antes o governo terá que responder aos caroços presos nas gargantas do movimento ambiental.

3 de janeiro de 2012 · 14 anos atrás
  • Gustavo Faleiros

    Editor da Rainforest Investigations Network (RIN). Co-fundador do InfoAmazonia e entusiasta do geojornalismo. Baterista dos Eventos Extremos

Confluência dos rio Teles Pires e Verde, no Mato Grosso. O Teles Pires é a bola da vez das hidrelétricas da Amazônia. Foto: Margi Moss
Confluência dos rio Teles Pires e Verde, no Mato Grosso. O Teles Pires é a bola da vez das hidrelétricas da Amazônia. Foto: Margi Moss

Um antigo professor dizia que, desde a Eco 92, a política global sobre meio ambiente virou um caso de “conferênciomania”. De fato, só na questão das mudanças climáticas foram 17, sem contar os 4 sub-encontros durante cada ano. Mesmo Copenhague (2009), quando líderes das maiores potências fizeram um fuzuê em torno da redução dos gases de efeito estufa, não deu em nada. 

Em 2012, a Rio+20 será a nova vedete dos encontros internacionais. Com a crise financeira na Europa e Estados Unidos, é possível que vejamos uma discussão sobre como garantir a continuidade da bonança nos emergentes, como Brasil, China e Índia, com a proteção do meio ambiente. O bom (?) e velho desenvolvimento sustentável.

O Brasil chega à Rio+20 com o discurso de que é uma das maiores economias do mundo, possui 73% de energia renovável e reduziu o desmatamento na Amazônia. Ou seja, um exemplo.

Mas aí começam a surgir as dúvidas. Belo Monte é energia renovável, mas ela conta como um item de economia verde?  Será mesmo que o “novo” Código Florestal vai contribuir para evitar novos desmatamentos na Amazônia?

No início de março, a Câmara deve aprovar o novo Código Florestal. Dilma Rousseff vetará a anistia aos desmatadores?

Bem longe dos holofotes da cúpula no Rio, os municípios e estados terão pela primeira vez mais poder na fiscalização dos desmatamentos e crimes ambientais. A Lei 140, já sancionada pela presidente, é um desafio local com reflexos nacionais. Se o desmatamento na Amazônia aumentar o Brasil perde brilho na Rio+20.
 

Pepinos ambientais de 2012 — 5 fatos importantes

 

  1. Nos dias 06 e 07 de março, a Câmara dos Deputados vota texto do Código Florestal aprovado no Senado em 2011. O texto seguirá para sanção de Dilma enquanto movimento Veta Dilma faz barulho
  2. Novas usinas na Amazônia, no rio Teles Pires e, principalmente, nas corredeiras de São Luiz do Tapajós serão as novas polêmicas entre Ibama, governo e sociedade civil
  3.  A ministra Izabella Teixeira vai finalmente reformar o Ministério do Meio Ambiente após debandada de chefes em secretarias importantes.
  4. Apesar de não se esperar acordos expressivos, a Rio+20 vai mobilizar um grande número de organizações não governamentais, empresas, universidades no Brasil e no Mundo.
  5. O Brasil comemorou o menor desmatamento da história em 2011. Mas tem muita gente de olho nos satélites para saber se tendência vai ser mantida. Principalmente após aprovação do Código Florestal.

 

Leia também

Notícias
19 de dezembro de 2025

STF derruba Marco Temporal, mas abre nova disputa sobre o futuro das Terras Indígenas

Análise mostra que, apesar da maioria contra a tese, votos introduzem condicionantes que preocupam povos indígenas e especialistas

Análises
19 de dezembro de 2025

Setor madeireiro do Amazonas cresce à sombra do desmatamento ilegal 

Falhas na fiscalização, ausência de governança e brechas abrem caminho para que madeira de desmate entre na cadeia de produção

Reportagens
19 de dezembro de 2025

Um novo sapinho aquece debates para criação de parque nacional

Nomeado com referência ao presidente Lula, o anfíbio é a 45ª espécie de um gênero exclusivo da Mata Atlântica brasileira

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.