Defaunação é a diminuição acelerada e drástica de espécies animais, com efeitos negativos sobre a demografia, diversidade biológica e a manutenção de ecossistemas. Esta perda global de espécies é reconhecida hoje como um problema tão grave e impactante quanto o desmatamento: do maior mamífero ao menor inseto, o desaparecimento de animais também alterará forma e função dos ecossistemas dos quais toda a humanidade depende. Pior, a perda da fauna é um evento que passa despercebido. Enquanto imagens de satélite podem detectar mudanças rápidas de desmatamento, é mais difícil perceber que uma espécie animal desapareceu.
A perda de espécies sempre ocorreu na história da Terra, pois pode ser causada por motivos como catástrofes naturais de grande impacto ou eventos geológicos, como erupções de vulcões, terremotos ou glaciação. Há 11,5 mil anos, no período Pleistoceno, a fauna planetária era mais abundante e diversa do que nos tempos atuais. Mas, desde então, o número e a diversidade de espécies animais têm declinado. Mamutes e tigres dentes-de-sabre estão entre espécies emblemáticas que foram extintas a partir daquela era.
A maioria das evidências científicas sugere que são os seres humanos os responsáveis por estas extinções, provocadas por atividades como destruição de habitat, ecossistemas e a caça.
Para a comunidade científica, outro indício do papel humano é a rapidez de desaparecimento da biodiversidade. A velocidade de extinções é estimada em mil vezes superior àquela com que esse processo ocorreria naturalmente. Estima-se que existam atualmente entre 5 e 9 milhões de espécies animais no planeta e, no atual ritmo, perde-se a cada ano algo em torno de 11 mil a 58 mil. Neste ritmo, este pode se tornar um período de extinção em massa, tal qual as 5 grandes extinções do passado.
Declínios do número e população de espécies ocasionam um efeito cascata sobre o funcionamento dos ecossistemas, que também afetam o bem-estar humano através da perda de serviços ambientais imprescindíveis à sua sobrevivência. Os animais proveem alimento, polinizam e dispersam plantas, além de ajudar a controlar pragas e doenças.
Por exemplo, o processo de polinização corre risco. Insetos polinizam 75% da produção agrícola do mundo. A redução na fauna de abelhas e outros polinizadores pode reduzir a produção de alimentos. A defaunação também afeta a qualidade da água: o declínio de sapos e pererecas permite o aumento das algas e detritos que os alimentam. Isso contribui para a eutrofização de corpos d’água, que se tornam impróprios para o consumo e para a própria vida aquática.
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