Floresta branca ou Sem-floresta?
Dizem que seu nome significa Floresta Branca. Dizem ainda que ocupa quase 10% do território nacional e é rica em recurso genético por sua alta biodiversidade. Com considerável endemismo, sua fauna e flora apresentam alto grau adaptativo, dado às condições climáticas adversas e baixíssima umidade. →
Motosserra de Ouro
Com a irreverência de sempre, o Greenpeace vai conceder diariamente, até o fim da COP9, o prêmio “Motosserra de Ouro” para a delegação que mais impedimentos colocar para o avanço das discussões. O vencedor de hoje foi o Canadá, que impediu que organizações da sociedade civil participassem das discussões sobre aumento de proteção à biodiversidade e fez de tudo para bloquear as negociações sobre este tema. →
Mais grana
Terça foi dia também de discutir os mecanismos financeiros para implementação da Convenção de Diversidade Biológica (CDB). Os países em desenvolvimento alinharam-se para reivindicar a criação de um fundo adicional, com linhas específicas para financiar manejo de áreas protegidas, além de mais facilidade de acesso aos recursos do GEF e priorização de projetos envolvendo pobreza. Para os países desenvolvidos, por sua vez, os investimentos deveriam ser priorizados à conservação da biodiversidade. →
Mais para menos
Ao lamentar ontem a insuficiência de áreas protegidas no mundo, o ministro do meio ambiente alemão, Sigmar Gabriel, atribuiu a questão à inadequação entre países ricos com pouco a proteger, e pobres com muita biodiversidade. Por isso lembrou que a Life Web Initiative pretende criar um esquema de parceria global entre doadores e países que querem captar fundos para áreas protegidas. Sigmar Gabriel anunciou que a Alemanha já disponibilizou 40 milhões de euros e convidou outros países a fazerem o mesmo. →
Transferência tecnológica
A necessidade de transferência de tecnologia entre os países para proteção da biodiversidade foi outro ponto discordante nas primeiras discussões. Noruega e Canadá defenderam uma opção voluntária nesse sentido. A posição brasileira foi por acordos de desenvolvimento tecnológico regionais. Enquanto a União Européia falou em parcerias de longo prazo com organizações internacionais para transferência de tecnologia. Muitos países em desenvolvimento disseram que a questão deveria ser balizada nas necessidades locais de cada nação. →
Gastar melhor
O diretor do Departamento de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias, ressaltou a importância de fazer melhor uso dos mecanismos internacionais já existentes para captação e aplicação de recursos na conservação, antes de criar novos. O GEF, por exemplo, fundo criado para implementar os objetivos da Convenção de Diversidade Biológica (GEF) nasceu com o propósito de ter 77 bilhões de dólares. Hoje, trabalha com apenas 10% disso. →
Invasoras
O Programa Global de Espécies Invasivas (GISP) alerta em relatório recém-lançado que diversas espécies com potencial para a produção de biocombustíveis, se plantadas em larga escala, podem virar pragas e destruir a biodiversidade. O estudo aponta que três plantas que vêm sendo plantadas no Brasil por conta da febre dos biocombustíveis – duas delas nativas, a mamona e o pinhao roxo, e uma exótica, o dendezeiro – são de altíssimo risco. →
Mudança de hábito
Lixo, esgoto e perda de vegetação fazem com que algumas espécies de serpentes adaptem-se a vida em áreas urbanas. Em longo prazo, biodiversidade pode ficar prejudicada. →
COP 9
Foi aberta nesta segunda-feira a 9ª Conferencia das Partes (COP9) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), em Bonn, na Alemanha. A reunião, que acontece a cada dois anos, vai durar até o dia 30 de maio e discutirá medidas para reduzir a perda de biodiversidade no planeta até 2010, quando as metas estabelecidas ao longo dos últimos encontros serão colocadas em xeque. Apesar do êxito ainda duvidoso, esta convenção é o principal instrumento internacional para conservação da biodiversidade e uso sustentável dos recursos naturais. →
Empate duplo
Brasil e Japão, reunidos para a 4ª Reunião das Partes do Procotocolo de Cartagena em Bonn (Alemanha), com dezenas de outros países, bloquearam as negociações para a definição de regras globais voltadas à biossegurança. A informação é de entidades civis brasileiras. Isso complicaria tratativas para se chegar a um acordo que faça poluidores pagarem por danos causados pelos transgênicos ao meio ambiente, à biodiversidade, à saúde humana e aos agricultores. Há 216 registros de contaminação transgênica em 57 países. No Brasil, o número deve crescer, após a aprovação de milho transgênico, no início do ano. O relatório Registro de Contaminação Transgência 2007 pode ser acessado aqui. →
Temas da hora
Com base nas decisões tomadas na COP8, em Curitiba, em 2006, representantes de 189 países e União Européia negociarão temas como agricultura e biodiversidade, estratégia para conservação de plantas, espécies invasoras, biodiversidade florestal, medidas de incentivo, abordagem ecossistêmica, progresso do plano para atingir as metas de 2010 e as metas de desenvolvimento do milênio, além de recursos e mecanismos financeiros. Outro tema que deve agitar as mesas de discussões é a pressão dos biocombustíveis sobre a biodiversidade. →
Ovos de tracajá
Enquanto o futuro da Amazônia é discutido aos quatro ventos, a relação desarmônica entre biodiversidade e homem continua soprada aos quatro... →
Ladeira abaixo
Desde que os dinossauros se foram, as espécies animais de hoje passam por um declínio sem precedentes em suas populações. Segundo o “Índice do Planeta Vivo”, lançado por uma parceria entre a Sociedade Zoológica de Londres e as organizações WWF e Global Footprint Network, a redução de animais ocorre numa velocidade dez mil vezes mais rápida que a natural. E o estrago está por toda a parte. Entre as espécies terrestres, o declínio foi de 25%. Nas marinhas, o decréscimo atingiu 28%, e as marinhas sofreram queda de 29%. As aves marinhas são umas das mais prejudicadas: suas populações diminuiram 30% da década de 90 para cá. Segundo o diário The Independent, que criou gráficos com os resultados do levantamento, os dados serão discutidos durante a 9ª Convenção de Biodiversidade das Nações Unidas. →
Tragédia ecológica
O ciclone Nargis, que destruiu parte de Mianmar há duas semanas, também terá um impacto devastador sobre a fauna e flora do sul do país, considerado o de maior biodiversidade do Sudeste Asiático, alertam grupos conservacionistas. Para se ter uma idéia do tamanho do problema, basta dar uma olhada no que o Nargis fez na região do delta do rio Irrawaddy, a mais atingida pelo ciclone e também morada de dezenas de espécies em perigo de extinção, como o golfinho de água doce. Também são esperados grandes impactos nas florestas do entorno do epicentro do desastre, já que, em breve, aumentará a demanda de matérias-primas para os trabalhos de reconstrução. Os impactos são tão grandes que alguns pesquisadores já comparam a tragédia ecológica ocorrida em Mianmar com a verificada depois do tsunami em 2004, que dizimou comunidades de tigres e elefantes. A notícia é da agência EFE e foi reproduzida pela Folha Online. →
E aí, Chico Mendes?
Não é que exatamente um ano após a boataria que precedeu a divisão do Ibama e a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, as conversas de corredor voltaram entre o funcionários do Ministério do Meio Ambiente. Agora as especulações versam sobre o nome que substituirá João Paulo Capobianco na presidência do ICMBio. →
