Por pouco
A briga foi acirrada em Bonn, mas o Brasil, nomeado ao prêmio motosserra de ouro durante a COP9, deixou a estatueta para os países do G8, com exclusão da Alemanha. O Greenpeace resolveu entregar o prêmio aos países mais ricos do mundo porque eles não se esforçaram para alocar mais recursos financeiros na proteção da biodiversidade, na implementação de áreas protegidas e na redução progressiva do desmatamento. →
Mudas digitais
O governo paranaense lançou esta semana, na 9ª COP de Biodiversidade (Alemanha), uma "campanha mundial" onde se pode encomendar pela Internet o plantio gratuito de mudas de árvores nativas às margens de rios e lagos no estado. Pela página eletrônica - www3.pr.gov.br/mataciliar/clickarvore.php - usuários cadastrados conferem até a latitude e a longitude do plantio em programas como o Google Earth, que exibem localizações via satélite. A iniciativa é atrelada ao Programa Mata Ciliar, que desde 2003 plantou mais de 80 mil mudas, segundo o governo de lá. →
Motosserra brasileira
O Brasil foi nomeado hoje para receber a Motosserra de Ouro na Conferência das Partes sobre Convenção da Diversidade Biológica (CDB/COP9). O prêmio, dado pelo Greenpeace ao país que mais atrapalhou as negociações para conservação da biodiversidade desta vez vai para o Brasil pelo conjunto de suas posições nos diversos temas da conferência. A premiação acontece no dia em que o novo ministro do meio ambiente, Carlos Minc, chega à Bonn, na Alemanha, para inaugurar a segunda etapa do programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), que prevê a criação de mais 20 milhões de hectares de áreas protegidas até 2012 com 105 milhões de dólares. →
Dinheiro alemão
Na abertura do segmento de alto nível da 9ª Conferências das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre a Biodiversidade, que ocorre em Bonn, a chanceler alemã Angela Merkel anunciou que seu país vai verter mais dinheiro na proteção das florestas tropicais nos próximos quatro anos. A Alemanha tem sido o principal financiador de programas na Amazônia, e segundo Merkel cerca de 500 milhões de euros serão destinados a projetos de conservação entre 2009 e 2012. →
Biocombustíveis na África
Foi lançado hoje em Bonn, na Alemanha, um estudo que avalia os riscos da expansão da plantação de biocombustíveis em áreas consideradas hotspots de biodiversidade na África. O estudo, assinado pela organização Wetlands International, simula os impactos esperados desta produção especialmente em áreas úmidas do continente em 2020. Palma e cana de açúcar são as espécies mais cotadas e sua necessidade de água coloca, de acordo com o estudo, áreas de floresta tropical pouco habitadas no front de ameaça. →
A Serra da Canastra
Baú, para os antigos, é canastra-caixa feita à mão para guardar o que há de mais importante. O formato nomeou uma serra originada quando Américas e África ainda eram unidas – a Serra da Canastra, no sudoeste de Minas Gerais e que há muito tempo guarda tesouros: um dos maiores arcabouços da biodiversidade brasileira, mundialmente conhecida pela riqueza de espécies da fauna e flora. →
Floresta branca ou Sem-floresta?
Dizem que seu nome significa Floresta Branca. Dizem ainda que ocupa quase 10% do território nacional e é rica em recurso genético por sua alta biodiversidade. Com considerável endemismo, sua fauna e flora apresentam alto grau adaptativo, dado às condições climáticas adversas e baixíssima umidade. →
Motosserra de Ouro
Com a irreverência de sempre, o Greenpeace vai conceder diariamente, até o fim da COP9, o prêmio “Motosserra de Ouro” para a delegação que mais impedimentos colocar para o avanço das discussões. O vencedor de hoje foi o Canadá, que impediu que organizações da sociedade civil participassem das discussões sobre aumento de proteção à biodiversidade e fez de tudo para bloquear as negociações sobre este tema. →
Mais grana
Terça foi dia também de discutir os mecanismos financeiros para implementação da Convenção de Diversidade Biológica (CDB). Os países em desenvolvimento alinharam-se para reivindicar a criação de um fundo adicional, com linhas específicas para financiar manejo de áreas protegidas, além de mais facilidade de acesso aos recursos do GEF e priorização de projetos envolvendo pobreza. Para os países desenvolvidos, por sua vez, os investimentos deveriam ser priorizados à conservação da biodiversidade. →
Mais para menos
Ao lamentar ontem a insuficiência de áreas protegidas no mundo, o ministro do meio ambiente alemão, Sigmar Gabriel, atribuiu a questão à inadequação entre países ricos com pouco a proteger, e pobres com muita biodiversidade. Por isso lembrou que a Life Web Initiative pretende criar um esquema de parceria global entre doadores e países que querem captar fundos para áreas protegidas. Sigmar Gabriel anunciou que a Alemanha já disponibilizou 40 milhões de euros e convidou outros países a fazerem o mesmo. →
Transferência tecnológica
A necessidade de transferência de tecnologia entre os países para proteção da biodiversidade foi outro ponto discordante nas primeiras discussões. Noruega e Canadá defenderam uma opção voluntária nesse sentido. A posição brasileira foi por acordos de desenvolvimento tecnológico regionais. Enquanto a União Européia falou em parcerias de longo prazo com organizações internacionais para transferência de tecnologia. Muitos países em desenvolvimento disseram que a questão deveria ser balizada nas necessidades locais de cada nação. →
Gastar melhor
O diretor do Departamento de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias, ressaltou a importância de fazer melhor uso dos mecanismos internacionais já existentes para captação e aplicação de recursos na conservação, antes de criar novos. O GEF, por exemplo, fundo criado para implementar os objetivos da Convenção de Diversidade Biológica (GEF) nasceu com o propósito de ter 77 bilhões de dólares. Hoje, trabalha com apenas 10% disso. →
Invasoras
O Programa Global de Espécies Invasivas (GISP) alerta em relatório recém-lançado que diversas espécies com potencial para a produção de biocombustíveis, se plantadas em larga escala, podem virar pragas e destruir a biodiversidade. O estudo aponta que três plantas que vêm sendo plantadas no Brasil por conta da febre dos biocombustíveis – duas delas nativas, a mamona e o pinhao roxo, e uma exótica, o dendezeiro – são de altíssimo risco. →
Mudança de hábito
Lixo, esgoto e perda de vegetação fazem com que algumas espécies de serpentes adaptem-se a vida em áreas urbanas. Em longo prazo, biodiversidade pode ficar prejudicada. →
COP 9
Foi aberta nesta segunda-feira a 9ª Conferencia das Partes (COP9) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), em Bonn, na Alemanha. A reunião, que acontece a cada dois anos, vai durar até o dia 30 de maio e discutirá medidas para reduzir a perda de biodiversidade no planeta até 2010, quando as metas estabelecidas ao longo dos últimos encontros serão colocadas em xeque. Apesar do êxito ainda duvidoso, esta convenção é o principal instrumento internacional para conservação da biodiversidade e uso sustentável dos recursos naturais. →
