Institucional

Relatório Anual ((o))eco 2024

31 de dezembro de 2024

Em 2024, o site ((o))eco celebrou 20 anos de compromisso com o jornalismo ambiental no Brasil, consolidando-se como referência na cobertura de temas como conservação da natureza, biodiversidade e políticas ambientais. Esse marco histórico reforça a missão da Associação O Eco e sua contribuição para o fortalecimento do jornalismo ambiental no país.

O ano foi marcado por conquistas que ampliaram nosso impacto, seja na produção de conteúdo, na formação de novos profissionais ou na realização de eventos.

Em agosto, realizamos um grande seminário de jornalismo e comunicação ambiental. Junto a nossos conselheiros e associados, homenageamos os fundadores da organização e traçamos perspectivas para um futuro ainda mais atuante.

Lançamos a primeira edição da Bolsa Reportagem Vandré Fonseca de Jornalismo Ambiental, uma iniciativa voltada à formação de novos talentos, que se soma ao nosso programa de estágio e às parcerias institucionais com universidades e centros de ensino.

Na produção jornalística, mantivemos uma cobertura robusta e diversificada, ampliando nossa presença nas redes sociais e investindo em novos formatos, como conteúdos audiovisuais e podcasts. Como resultado, alcançamos a marca histórica de 5 milhões de leitores no site ((o))eco e um engajamento médio de 276.185 pessoas por mês nas redes sociais.

Somos o maior veículo independente de jornalismo ambiental sem fins lucrativos do Brasil e carregamos a responsabilidade de manter a credibilidade e ampliar o debate público sobre biodiversidade, política ambiental e clima.

Agradecemos o apoio de nossos associados, conselheiros, parceiros e apoiadores, certos de que o legado e os aprendizados de 2024 serão a base para um futuro ainda mais forte e impactante. Seguimos juntos na missão de ser a voz da biodiversidade!

CONTEÚDO

A equipe fixa de jornalismo de ((o))eco, junto a profissionais freelancers, colunistas e veículos parceiros, publicou um total de 1.055 conteúdos em 2024. Esse número representa redução de ↓5,4% em relação a 2023. Mantivemos uma média de 4,03 publicações por dia útil, consolidando ((o))eco como um dos sites que mais produz notícias diárias na cobertura ambiental do Brasil.

A análise histórica (2020-2024) revela um crescimento de aproximadamente ↑10% no volume de publicações, refletindo o fortalecimento de nossa equipe fixa de jornalismo e sua atuação mais estruturada na organização.

Ao longo de 2024, os meses de abril e outubro registraram picos de produção, enquanto janeiro, fevereiro, agosto e dezembro ficaram abaixo da média mensal de 87,5 publicações.

Analisamos as publicações de 2024 sob três perspectivas: editoria, tipo de conteúdo e bioma abordado.

Publicações por editoria

Em termos percentuais, a editoria de Biodiversidade avançou de 31,6% para 35,9%, enquanto Clima teve um leve crescimento de 16,6% para 17,1%. Política Ambiental reduziu sua participação de 51,6% para 46,6%. Apesar da queda nominal no volume total de todas as editorias, esses números indicam um ajuste no foco editorial.

📊 Evolução percentual / Editoria

📊 Evolução nominal / Editoria

Publicações por Tipo de Conteúdo

Houve um aumento expressivo na produção de Colunas e Análises, que passaram de 11,36% do total em 2021 para 16,86% em 2024. Notícias continuam sendo o formato mais frequente, mantendo-se estável se comparada ao ano anterior, em torno de 30% do total. Já a seção Salada Verde, embora ainda ocupe a segunda posição, perdeu espaço em relação a 2023.

Um ponto de atenção é a redução gradual das reportagens, que caíram de 29,98% em 2021 para 24,81% em 2024. Esse dado merece reflexão para os próximos anos.

Observação: As categorias English, Español, Vídeo, Biblioteca e Fotografia foram excluídas da análise principal, pois juntas representaram menos de 1% das publicações totais.

Publicações por Biomas

Nem todas as publicações podem ser associadas a um bioma específico, mas entre aquelas que puderam, notamos algumas tendências importantes:

  • A cobertura de Oceanos cresceu significativamente, passando de 5,11% para 9,38%.
  • A Mata Atlântica também ganhou mais espaço, subindo de 15,53% para 21,4%.
  • A Amazônia, historicamente o bioma mais abordado, perdeu participação, caindo de 56,16% em 2022 para 47,21% em 2024.
  • Pampa e Caatinga continuam sendo os biomas menos cobertos, um ponto de atenção para futuras pautas.

Essas variações refletem, em parte, a metodologia usada para categorizar os conteúdos por bioma. Para 2025, aprimoraremos esse processo para garantir maior precisão na classificação.

Por fim, disponibilizamos abaixo uma tabela interativa com todas as publicações de 2024, permitindo consulta por diversos parâmetros: título, autor, editoria, tipo de conteúdo, bioma, tags e dados de audiência.

📊 Consulta detalhada das publicações de 2024

AUTORES

Em 2024, 240 pessoas assinaram conteúdos publicados no site ((o))eco. Entre elas, estão jornalistas, cientistas, pesquisadores, agentes da sociedade civil e organizações que contribuem para fortalecer nossa atuação. Este foi o primeiro ano em que analisamos mais detalhadamente a autoria dos conteúdos, permitindo observações agrupadas por tipo de colaboração (equipe fixa, freelancers, colunistas e republicações).

No gráfico abaixo, agrupamos os dados por tipo de colaboração. Ao analisarmos os dados agrupados, a relevância da produção da equipe fixa fica evidente: quase 65% de todo o conteúdo publicado no site veio desse grupo.

Como parte do compromisso da Associação O Eco com boas práticas institucionais e exigências de compliance de financiadores, passamos a analisar indicadores de Diversidade, Inclusão e Equidade (DIE) em nossa autoria. Um levantamento interno prévio revelou os seguintes dados:

  • 50,64% são mulheres cis.
  • 44,26% são homens cis.
  • 5,11% se enquadram em categorias onde essa definição não se aplica.
  • Não há registro de autoria de pessoas trans em 2024.
  • 87,32% dos autores são brancos.
  • 4,23% são pretos.
  • 8,45% correspondem a organizações ou casos em que a categorização não se aplica.
  • 49% dos autores estão na região Sudeste.
  • 12,50% na região Sul.
  • 9,17% no Centro-Oeste.
  • As regiões Norte, Nordeste e DF representam 5% cada.
  • Em 15% dos casos, essa definição não se aplica.

AUDIÊNCIA

Em 2024, o site ((o))eco alcançou um marco histórico: pela primeira vez, ultrapassamos a marca de 5 milhões de leitores no site. Esse crescimento representa um aumento de 63,22% em relação a 2023, consolidando nossa presença como o principal veículo de jornalismo ambiental do país.

📊 Evolução anual da audiência

Além do volume total de acessos, é fundamental analisar o comportamento da audiência. Em 2024, 71,71% das sessões ocorreram em conteúdos publicados no próprio ano, enquanto 28,29% foram acessos a materiais do nosso acervo, publicados em anos anteriores. Esse dado reforça tanto a relevância das novas produções quanto o impacto duradouro do nosso conteúdo.

📊 2024 x anos anteriores

Nos gráficos abaixo, exploramos a audiência considerando três recortes: editoria, tipo de conteúdo e bioma abordado.

Editoria A editoria de Biodiversidade apresentou audiência muito acima da média, destacando-se entre os temas cobertos pelo site. Já Política Ambiental, apesar de ser a editoria com maior volume de publicações, teve um desempenho abaixo da média, assim como Clima, que representa uma menor parcela do total de conteúdos.

Tipo de Conteúdo Reportagens e colunas foram os formatos com melhor desempenho de audiência. Esse resultado foi impulsionado por duas colunas específicas que, juntas, somaram quase 1 milhão de sessões. Notícias e Salada Verde, embora representem a maior parte da produção editorial, tiveram desempenho um pouco abaixo da média de audiência.

Bioma Abordado A maioria dos biomas teve um desempenho próximo à média, com Oceanos apresentando menor alcance. Amazônia e Mata Atlântica foram os biomas com maior volume de publicações.

📊 Desempenho por tipo de contratação

📊 Editoria

📊 Tipo de Conteúdo

📊 Bioma Abordado

Os dados de 2024 também nos permitem traçar o perfil do nosso público:

Distribuição geográfica 60% da audiência está concentrada nas regiões Sul e Sudeste. Estados da Amazônia Legal (13%) e do Nordeste (12%) vêm em seguida.

Faixa etária A distribuição é relativamente homogênea entre as diferentes idades, com leve predominância da faixa 25-34 anos.

Gênero 53,8% da audiência é masculina e 46,2% feminina.

📊 Distribuição geográfica

📊 Faixa etária

📊 Gênero

Entre as cidades com maior número de acessos, destacam-se:
1️⃣ São Paulo (515.496 usuários)
2️⃣ Rio de Janeiro (318.018)
3️⃣ Belo Horizonte (199.285)
4️⃣ Curitiba (146.029)
5️⃣ Brasília (129.926)
6️⃣ Belém (121.489)
7️⃣ Porto Alegre (111.010)
8️⃣ Salvador (99.408)
9️⃣ Campinas (84.819)
🔟 Goiânia (78.800)

Abaixo a lista completa de municípios e audiência:

Em 2024, estabelecemos um novo padrão de coleta de dados para nossas redes sociais, garantindo que, a partir de 2025, possamos acompanhar o crescimento e desempenho de forma ainda mais precisa. Também definimos os canais que consideramos dentro deste ecossistema digital:

📌 Plataformas monitoradas:

  • Instagram, Facebook, LinkedIn, TikTok, YouTube, Twitter, WhatsApp, Bluesky, Spotify e Newsletter.

Algumas análises mostram tendências importantes:
📈 As redes sociais com maior crescimento de seguidores foram: Instagram, LinkedIn, TikTok e Spotify.
📊 O Instagram continua sendo nosso canal com maior alcance.
🎉 O evento de 20 anos do ((o))eco, realizado em agosto de 2024, gerou picos de visualizações, alcance e interações em várias plataformas, como LinkedIn, YouTube e Facebook.

🔎 Médias mensais combinadas de todas as redes:

  • 355.670 visualizações
  • 276.185 contas alcançadas
  • 26.796 interações
  • 900 cliques em links
  • 288 publicações
  • Total de seguidores em todas as redes: 305.963 contas.

GESTÃO FINANCEIRA

Apresentamos a seguir o detalhamento financeiro da Associação O Eco para o ano de 2024. Pelo segundo ano consecutivo as receitas da organização sofreram queda. Mantivemos nossos principais financiadores e incorporamos novas organizações ao portfólio de apoio. Embora continuemos a buscar uma diversificação do modelo de financiamento, ainda há uma clara dependência do modelo de financiamento filantrópico e editais de comunicação, mas os avanços nesse sentido já se mostram superiores aos observados em anos anteriores. A seguir, detalhamos as receitas e despesas do ano.

Receitas

Em 2024 a Associação O Eco alcançou uma receita de  R$ R$ 1.037.474,62. Este valor é menor do que o arrecadado em 2023, já reajustado pelo IPCA.  Pelo segundo ano consecutivo a receita da organização não cresce em relação ao ano anterior, com uma queda de 17% (R$ 1.249.501,75 x R$ 1.037.474,62, valores ajustados pelo IPCA). O gráfico abaixo mostra a evolução das receitas nos últimos anos, com valores corrigidos pelo IPCA:

Olhando as fontes de receitas de 2024, podemos observar que os dois principais financiadores são o NICFI e o iCS, que correspondem a 50% de toda a receita anual da organização. O cenário internacional, com as empresas de tecnologia reduzindo consideravelmente seus investimentos em jornalismo, diminuiu as possibilidades de captação nesta frente, o que já foi uma fonte viável de financiamento.

Destacamos em 2024 a bem  sucedida captação para o projeto de comemoração dos 20 anos da organização, que teve 7 financiadores diferentes, incluindo novos apoiadores como a Fundação Heinrich Böll e a Conservação Internacional Brasil. Veja detalhes abaixo:

Despesas

A seguir, analisamos as despesas da Associação O Eco e sua evolução de 2020 a 2024. Considerando os valores ajustados pelo IPCA, observamos um crescimento de aproximadamente 3,21% nas despesas de 2024 em comparação ao ano anterior. Ressalta-se que as despesas da organização estão fortemente vinculadas aos projetos, cujas variações de atividade influenciam significativamente os gastos anuais. O gráfico abaixo ilustra essa evolução ao longo dos anos.

Na tabela abaixo podemos observar a divisão das principais categorias de despesas da Associação O Eco. Como é possível constatar, mais de 75% das despesas da organização são destinadas a pagamentos de pessoas(equipe fixa e prestadores de serviços). Em prestadores inclui-se: jornalistas freelancers contratados, programador web, designer e outros. O evento em comemoração aos 20 anos de fundação da organização, além da cobertura da COP 29 presencialmente, levaram a custos de viagem significativamente altos.

A divisão percentual das despesas de 2024 pode ser vista na tabela abaixo:

CONCLUSÃO

O Relatório Anual de 2024 do ((o))eco destaca um ano marcante, em que o veículo celebrou duas décadas de atuação no jornalismo ambiental brasileiro. Somos referência e fonte de informação na cobertura de nicho do Brasil.

A realização do seminário de jornalismo e comunicação ambiental e lançamento da primeira edição da Bolsa Reportagem Vandré Fonseca de Jornalismo Ambiental, iniciativa voltada à formação de novos talentos, atestam a vocação da organização para a formação e debate sobre jornalismo ambiental no Brasil.

Na produção jornalística, o ((o))eco manteve uma cobertura robusta e diversificada, com mais de mil conteúdos publicados no ano. A análise histórica de 2020 a 2024 revela um crescimento de aproximadamente 10% no volume de publicações, refletindo o fortalecimento da equipe fixa de jornalismo. Somos o site de jornalismo ambiental que mais produz “hard news” e mantivemos a média de 4 conteúdos publicados por dia útil.

A site atingiu a marca histórica de 5 milhões de leitores e um engajamento médio de 276.185 pessoas por mês nas redes sociais. Esses números refletem o investimento em novos formatos, como conteúdos audiovisuais e podcasts, ampliando a presença do ((o))eco nas plataformas digitais.

A organização reafirma seu compromisso como o maior veículo independente de jornalismo ambiental sem fins lucrativos do Brasil, mantendo a credibilidade e ampliando o debate público sobre biodiversidade, política ambiental e clima.

Para 2025, ano de Conferência do Clima no Brasil, vamos seguir o sólido caminho pavimentado até aqui e contribuir para o debate público sobre Conservação da Biodiversidade, Política Ambiental e Agenda Climática no Brasil.

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