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Ciclo de destruição
Para quem se interessa por detalhes meteorológicos, o The New York Times (gratuito, pede cadastro) tem uma ótima reportagem explicando o que anda acontecendo com o clima na região do Caribe e por que, nos últimos anos, ela foi assolada por tantos furacões. Em 1995 encerrou-se um ciclo de 3 décadas de ventos relativamente calmos na área. A partir de então, o número de furacões violentos cresceu em média quase 3 vezes a cada ano. E as perspectivas são que, no futuro imediato, esse número deve aumentar consideravelmente. A causa é o aquecimento das águas no Atlântico Norte, que reduziu a instabilidade dos ventos no Equador – um dos fatores que contribuem para impedir a formação de furacões. Com ventos estáveis, eles se formam sem qualquer tipo de impedimento natural e acabam ganhando intensidade incomum. Não se deve cair na tentação de atribuir o que está acontecendo atualmente no Caribe às conseqüências do efeito estufa. Segundo os cientistas, a mudança faz parte de um ciclo natural de oscilação de temperatura da água nas regiões mais frias do norte do planeta que em geral dura 40 anos. O Caribe está vivendo a mesma experiência que passou entre os anos de 1925 e 1960, quando ventos com a violência dos que formaram o Frances eram bastante comuns. A diferença agora é que eles estão chegando a áreas muito mais densamente populadas e devastadas pela mão do homem. Isso as torna bem mais vulneráveis à ação dos ventos.