De Mauricio Mercadante
Diretor de Áreas Protegidas da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente
Prezado Editor,
Nas últimas semanas enviei três cartas para publicação em O Eco. Todas elas respostas a artigos publicados por colunistas do site. A primeira recebeu o devido destaque, fazendo-se referência ao artigo original, ao seu autor, e ao autor da resposta.
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Legislar não é brincadeira
Lei referente a unidades de conservação vira tema de debate entre o colunista Marc Dourojeanni e diretor de Áreas Protegidas do Ministério do Meio Ambiente.
A segunda recebeu o destaque devido, novamente fazendo-se referência ao autor da carta e à autora do artigo que motivou a resposta, embora eu tenha sido rebaixado de diretor para funcionário do Ministério do Meio Ambiente. Até aí, tudo bem.
Caixa postal
Em defesa de Marina
Funcionário do Ministério do Meio Ambiente sai em defesa do governo federal ao ler criticas e elogios à gestão de Marina Silva na coluna de Maria Tereza Pádua.
No caso da terceira e última carta, fez-se uma referência absolutamente sumária à mesma, sem nenhuma menção ao artigo original ou ao seu autor, bem como ao autor da carta. Pior, a referência à minha carta vem na seqüência de uma referência a outra carta, de um “pesquisador” (Paulo Moutinho), que é, na verdade, um mero comentário de dois parágrafos elogiando um artigo do Sergio Abranches.
Caixa Postal
Cegueira
Pesquisador comenta dificuldade de convencer o governo a admitir influência do desmatamento sobre o clima. E artigo sobre criação de parques gera polêmica.
Na semana anterior, Carlos Durigan, presidente da Fundação Vitória Amazônica, escreveu uma longa carta, em nome da instituição que ele representa, a um artigo agressivo do Marcos Sá Correa, e não recebeu nem uma meia chamada como a que me foi graciosamente concedida no terceiro e último caso acima mencionado. O Moutinho fez um breve comentário elogioso, na condição de um leitor comum do site e recebeu destaque.
Portanto, fica a impressão de que os critérios de O Eco para destacar ou não uma carta estão um pouco confusos, para dizer o mínimo e, muito provavelmente por falta de atenção, acabou por esconder a minha terceira carta, não dando a ela o destaque devido. Não é demais lembrar que minha carta foi enviada na noite do dia 1, só foi publicada no final do dia 3 e suponho que a chamada na página da semana só permaneça até amanhã, dia 4.
Lembro também que não estou escrevendo na condição de um leitor comum, estou escrevendo na condição de diretor do Ministério do Meio Ambiente, respondendo a artigos que fazer críticas explícitas e diretas à atuação do Ministério. Salvo engano, fui, em algum momento, informado de que O Eco publicaria sempre com o destaque adequado as respostas oficiais do governo. Portanto, considerando os princípios e valores que O Eco afirma defender, solicito que minhas cartas, a última e as próximas, recebam o destaque devido.
Atenciosamente,
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