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Conheça a nova abordagem ambiental e pedagógica vivenciada por Celso Calheiros em Recife:
“Uma nova frente de educação ambiental foi aberta no Recife. Depois de identificar que alguns pais eram mais resistentes aos novos ideais de preocupação com a destinação do lixo e proteção do meio ambiente do que seus filhos, a Secretaria de Educação do município resolveu chamar os responsáveis dos alunos, também, para uma de suas melhores aulas: um passeio no Barco Escola Ambiental Águas do Capibaribe – na realidade, um catamarã com cobertura e cerca de 70 assentos pertencente à Prefeitura do Recife para oferecer aos alunos do ensino fundamental (e alguns dos seus pais) uma visão da sua cidade que já foi chamada de Veneza brasileira a partir da foz do seu principal rio, o Capibaribe.
A aula sensibilização começa pelo Marco Zero, no centro do cais do Porto do Recife. Cerca de 50 pais de alunos beneficiados pelo Programa Bolsa Escola tomam seus lugares e, por aproximadamente uma hora e meia, passam por debaixo das principais pontes do Centro do Recife, a começar pela ponte giratória, que deixa a zona portuária em direção à zona estuarina.
O mangue nas margens é apresentado como “uma mistura de maternidade com refeitório”, a pesca como base da renda de algumas famílias que vivem próximas. As aves, moluscos, insetos, crustáceos e peixes avistados no trajeto são apontados como sobreviventes naturais, de uma região totalmente urbanizada, quando o rio chega ao fim do seu percurso de 240 quilômetros pelos quais atravessou 42 municípios.
Todos os tipos de resíduos sólidos, a boiar ou parados nas margens, lama preta com gordura e o encontro do Capibaribe com o Beberibe (muito mais poluído) também servem de exemplos ilustrativos de como a ação humana pode desequilibrar a vida.
O servente João José da Silva, 49 anos, pai de quatro filhos, ficou impressionado com a beleza do passeio. “Não imaginava nada disso”, disse. Maria do Carmo, 34 anos, com um filho na escola Carlos Lima, no Alto José do Pinho, só conhecia o rio por fora. “É muito diferente olhar para dentro, você começa a pensar outras coisas que não passava pela sua cabeça”. Valdair Gomes da Silva, mãe de duas meninas no ensino fundamental, disse que ao olhar das pontes, “ninguém dá importância para o mangue, que é o mais bonito, na verdade”.
A ideia de sensibilizar alunos é praticada, no Barco Escola Ambiental Águas do Capibaribe desde o fim de 2003. O diretor do programa, Alfio Mascaro, 50 anos, disse que as crianças são mais receptivas ao tema, por isso resolveu incluir os pais nas aulas fluviais. “Quem sabe conseguimos reverter essa sociedade suicida?”.
Confira as fotos do passeio pelo rio Capibaribe:
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