A taxa divulgada ontem ainda é uma estimativa e possui um margem de erro de 10% para cima ou para baixo. Ela foi obtida com a análise de 94 imagens dos satélites Landsat (NASA) e CBERS 2B (Sino-Brasileiro). O resultado final será divulgado em meados de 2012.
Veja na tabela abaixo a variação histórica do índice de desmatamento. Passe o mouse para ver os números absolutos
Em abril deste ano, o programa de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER) registrou um salto no corte raso na Amazônia, com destaque ao Mato Grosso, onde se observou um aumento de 47%. O governo criou um gabinete de crise que coordenou ações da exército, Ibama e Polícia Federal, o que na avaliação da ministra Izabella Teixeira, reverteu a tendência de alta.
Organizações não-governamentais que acompanham o tema avaliam o resultado sem entusiasmo. “As medidas de combate ao desmatamento ainda estão em vigor, embora estejam sob ataque e possam mudar no próximo ano”, pondera o pesquisador-sênior do Imazon Beto Veríssimo. Segundo ele, a taxa divulgada ontem pode ser considerada estável e não propriamente uma tendência de queda em relação aos anos anteriores. “Esta dentro da margem de erro que esperavamos. A nossa expectativa era em um desmatamento estável (em torno de 7 mil km2). O numero veio abaixo (-11%) mas se repetir os ultimos anos o INPE pode corrigir para cima (em até 10%) quando sair o numero oficial definitivo. Portanto, pode acabar ficando próximo dos 6,8 mil km2”, diz.
O diretor da Amigos da Terra-Amazônia, Roberto Smeraldi, argumenta na mesma linha. Para ele existe uma situação estacionária, de interrupção da queda, mas também sem repique no desmatamento. “Acho que isso demonstra quanto é difícil manter a progressão na redução, sem usar instrumentos econômicos”, pondera.
Um dos pontos destacados por Smeraldi e que também preocupa o governo é a dinâmica do desmatamento em locais onde ocorrem grandes obras de infraestrutura. Enquanto bons resultados foram colhidos com as ações de repressão no Mato Grosso, em Rondônia as derrubada dispararam, praticamente dobrando, alcançando um total de 1,1 mil KM2.
Paulo Moutinho, do Instituto de Pesquisas da Amazônia (IPAM), afirma que os números trazem bons sinais de que a política ambiental do governo foi efeitiva, mas ele faz uma ressalva. “É preciso avaliar o que está acontecendo de agosto para cá. Para outubro, por exemplo, os números do DETER indicam uma área desmatada tão expressiva como a de 2010.”
No gráfico abaixo a divisão do desmatamento de 2011 por estados
Neste gráfico a participação de cada estado em níveis históricos
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