De bicicleta, é possível parar e observar a cidade. Fossem os rios de São Paulo margeados por ciclovias, e não por avenidas que os isolam e sufocam, talvez não estivessem tão degradados. Não por acaso, os arquitetos e urbanistas que defendem a recuperação e aproveitamento de rios canalizados, costumam apresentar projetos com espaço para o trânsito de bicicletas, pistas de caminhada e jardins ao lado de suas margens – neste sentido, vale acompanhar o trabalho de Alexandre Delijaicov e ler o excelente “Enterrados vivos: a saga dos rios de Pinheiros”, de Gustavo Angimahtz. Desde que foi implementada e ampliada, a polêmica ciclovia do Pinheiros tem atraído cada vez mais gente para a margem do rio. A proximidade e o incômodo com o cheiro e as imagens de degradação ambiental, resultaram em aumento de pressão para que suas águas parem de ser poluídas e recebam a atenção que merecem. Críticas a parte, como o custo da obra, os poucos acessos ainda disponíveis ou o fato de ela ser muito mais um espaço de lazer do que um caminho realmente útil em uma cidade que vive grave crise de transportes, a ciclovia tem o mérito de ampliar a convivência de centenas de pessoas com o rio. E, perto da água, em meio à sujeira e ao entulho acumulado, é possível constatar a capacidade de a natureza reagir e ocupar até mesmo peças velhas enferrujadas. Imagens que dão esperança para quem sonha com a recuperação do rio.
Veja também o trajeto da ciclovia do Rio Pinheiros no MapasColetivos.com.br.
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