Nas principais metrópoles brasileiras o sistema de monitoramento da qualidade do ar ainda é deficiente ou mesmo inexistente. Apesar de alertas recorrentes de autoridades de saúde pública sobre a gravidade da concentração de poluentes em áreas urbanas, as pessoas ainda tem poucas ferramentas confiáveis para acompanhar a questão. A poluição está diretamente relacionada aos congestionamentos.
Poluição e congestionamento em São Paulo. Foto: Daniel Santini
Em entrevista à revista Carta Maior, em agosto, Paulo Saldiva, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, destacou que cada vez mais gente fica parada no trânsito respirando fumaça. “A poluição deixou de melhorar a partir de 2006, estacionando em níveis inadequados para a saúde humana. Os poluentes que ficaram acima do padrão são o ozônio e o material particulado. As razões para isso são o aumento da frota e a lentificação do trânsito, que fazem com que os veículos emitam mais poluentes ao estarem presos em congestionamentos. A redução da velocidade do tráfego faz com que permaneçamos cada vez mais tempo em meio a corredores de tráfego, onde os níveis de poluição são substancialmente mais elevados do que a média da cidade. Em outras palavras, quanto mais tempo ficamos presos em congestionamentos intermináveis, maior será a nossa dose de poluição”, explica. Ele é professor do Departamento de Patologia Disciplina Patologia Pulmonar.
Se ainda não há maneira de saber onde o ar é praticamente irrespirável, pelo menos agora os moradores de doze metrópoles brasileiras têm como ter uma ideia de onde e em que horário os congestionamentos mais graves se formam. O Google Maps lançou em junho sistemas de monitoramento de trânsito em cinco capitais do país. Desde agosto, mais cidades têm sido adicionadas à lista e hoje já são 12 as contempladas (clique aqui para ver todas as cidades com monitoramento de trânsito no Brasil e no mundo). O sistema, de acordo com a empresa, é baseado em dados coletados anonimanente por “dispositivos com GPS em trânsito”. O Google combinas as informações novas com dados históricos disponibiliza para os usuários não só uma estimativa em tempo real, como também projeções de como estará o trânsito em determinado dia e horário da semana. Nem sempre o mecanismo funciona e própria a empresa avisa que “condições do trânsito ou outros acontecimentos podem resultar em condições de percurso substancialmente diferentes dos resultados dos mapas”. Mas a ferramenta pode ser bastante útil, seja na hora de escolher uma região para morar, seja na hora de pensar uma rotina (em tempo, para quem esta cansado de ficar dirigindo neste trânsito todo o Google também oferece orientações bastante úteis sobre transporte público, sobre como traçar rotas de ônibus, metrô, a pé e, em algumas cidades no exterior, informa até os melhores caminhos para bicicleta).
Abaixo, selecionamos as projeções de congestionamentos do Google para o trânsito das cidades brasileiras às 18h30 de sexta-feira. Para consultar uma data específica, é só acessar o sistema e clicar em “alterar” no quadro “trânsito em tempo real”, abaixo à esquerda. Em seguida, basta escolher a data e horário para consulta. Nos trechos em vermelho, a velocidade média é de menos de 40 km/h. Nos amarelos, de 40 km/h a 80 km/h, e nos verdes não há congestionamentos.
Porto Alegre
Santos
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