Visualizar Desmatamento na Amazônia Legal – Dezembro 2012 em um mapa maior |
É temporada de chuvas na Amazônia. Mesmo com o mal tempo, o desmatamento aumentou 107% no mês de dezembro, em comparação com o mesmo mês de 2011. Os dados foram divulgados hoje (18) pela ONG Imazon, que faz o monitoramento independente do desmatamento na região. De acordo com a ONG, esse é o quarto mês seguido que os números do desmatamento aumentam.
De 40 quilômetros quadrados (km2) registrados em dezembro de 2011, o desmate pulou para 82 km2 em dezembro de 2012. Os dados foram detectados com mais da metade (57%) da área florestal sob nuvens, o que dificulta a visualização das imagens detectadas pelo satélite. Em dezembro de 2011, as nuvens encobriram 76% do território da Amazônia Legal, o que significa que o aumento pode não ter sido tão brusco como o apresentado, já que no ano passado a má visibilidade pode ter subestimado o desmatamento no mês de dezembro.
A maioria do desmatamento ocorreu em Mato Grosso (57% da área desmatada aferida), seguido pelo Pará (27%), Rondônia (10%) e Amazonas (6%).
“Em Relação ao Mato Grosso, é necessário destacar que, em novembro, esteve praticamente todo encoberto por nuvens. Então, os desmatamentos ocorridos naquele mês podem não ter sido detectados e terem sido contabilizados só em dezembro”, explica a ((o)) eco Heron Martins, engenheiro ambiental do Imazon. “No Pará, 70% da área do estado estava encoberta por nuvens, limitando o monitoramento em dezembro. Entretanto, considerando o acumulado no período agosto-dezembro, o Pará lidera”.
Os dados do período de agosto a dezembro de 2012 mostram que houve aumento de 127% sobre o período agosto-dezembro de 2011. O desmatamento saltou de 568 para 1.288 km2 registrados no último período.
Aumenta desmatamento em Terras Indígenas
A má notícia veio das Terras Indígenas, que normalmente desmatam pouco. Em dezembro, elas representaram 17% da área desmatada, ficando em 2º lugar no ranking dos campeões do desmatamento. Áreas privadas ou sob diversos estágios de posse registraram 71% do desmate no período e se mantiveram o primeiro lugar no ranking.
O destaque foi para a terra indígena Marãiwatsédé, localizada em Mato Grosso, que desmatou 6,1 km², dos 14 km² desmatados nas terras indígenas em dezembro.
“Em relação ao tipo de terra onde ocorreu o desmatamento, a cobertura de nuvens também foi relevante. As Terras Indígenas localizadas no Mato Grosso tiveram melhor visibilidade, facilitando o monitoramento. Entretanto, a TI Marãiwatsédé é considerada uma das áreas protegidas mais ameaçadas da Amazônia”, afirmou Martins.
No mês passado, ((o))eco, analisou os dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do INPE. O tamanho da devastação nesta Terra Indígena entre janeiro e outubro do ano passado foi de 88,5 km2, colocando Marãiwatsédé no 1o lugar do ranking de alertas de desmatamento em 2012.
*Matéria editada em 21/01/2013. Erramos: são 4 meses de aumento consecutivo medidos pelo Imazon, a partir de setembro.
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