![]() |
Manaus, AM – Se você pensa em ir morar na região de Maharashtra, oeste da Índia, e escolher um lugar longe de áreas selvagens e bastante povoado, não se assuste se um leopardo aparecer no seu quintal numa noite qualquer. Uma pesquisa realizada pela Wildlife Conservation Society (WCS), com base em imagens feitas com armadilhas fotográficas, demonstra que a presença de leopardos e outros carnívoros em áreas povoadas por humanos não significa necessariamente conflitos.
O estudo “Big Cats in Our Backyards” (Grandes felinos em nossos quintais) foi publicado no início de março da revista científica PLoS One. Os autores descobriram que leopardos frequentemente perambulam perto das casas durante a noite, embora na maioria das vezes não são vistos pelas pessoas. Apesar da assustadora presença, há poucos registros de ataques de leopardos na região.
Nas armadilhas foram fotografados também felinos menores, como o gato-ferrugem-pintado (um dos menores felinos do mundo), gatos-da-selva e outros carnívoros, como a civeta-indiana-pequena (uma parente das fossas de Madagascar), a raposa-de-bengala, o chacal-dourado, mangustos e uma grande variedade de pessoas de comunidades locais.
O estudo registrou a presença de 5 grandes carnívoros, como leopardos e hienas, a cada 100 quilômetros quadrados, uma densidade nunca registrada antes em áreas dominadas pela presença humana. “Os ataques de leopardos a humanos são raros, apesar de a situação ser potencialmente instável”, afirma Ullas Karanth, especialista em grandes felinos da WCS. De acordo com ele, em regiões vizinhas os ataques são mais comuns.
Para os autores do estudo, as conclusões mostram que conservacionistas devem se preocupar também com o que acontece fora das áreas protegidas, para salvaguardar a vida selvagem em uma diversidade de paisagens.
Leia também

Crise climática já prejudica ecossistemas no planeta todo
Novo relatório científico reforça a necessidade de substituição dos combustíveis fósseis e de uma transição energética com justiça social →

MPF quer multa para mineradora que mantém placas em território indígena no Amazonas
Há 20 anos o povo Mura, de Autazes (AM), reivindica a demarcação de área ocupada desde o século 18. Mineradora canadense quer explorar mina de cloreto de potássio no local →

Águas de março
A música teria sido composta em seu sítio, na Região Serrana do Rio de Janeiro – que, ironicamente, foi destruída pelas chuvas em janeiro de 2011 →
https://youtu.be/oPwnAq2xMUg