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Na terra de Marina, o impacto da morte de Eduardo Campos

Notícia inesperada mudou o clima de celebração da 8ª Reunião Anual da Força Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas

Daniele Bragança · Nanda Melonio ·
13 de agosto de 2014 · 10 anos atrás
Na terra de Marina, o impacto da morte de Eduardo Campos.

Rio Branco − Faltava pouco para as 11 horas da manhã quando a notícia sobre a morte do candidato Eduardo Campo (PSB) caiu como uma bomba no último dia da Reunião Anual da Força Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF – Governors’ Climate and Forests Task Force), que está acontecendo na capital do Acre. O senador Jorge Viana (PT-AC) terminava sua apresentação falando sobre o desafio do contato feito por indígenas isolados, quando as notícias sobre o acidente começaram a pipocar nos portais de notícia.

A plateia era composta por representantes de ONGs, secretários do primeiro escalão do governo, secretários de 5 países e 2 senadores da República, e começou a ficar agitada. Instantes depois, o senador interrompeu sua fala ao receber a notícia de um dos presentes. Chocado, pediu um minuto de silêncio em homenagem ao presidenciável e às demais vítimas do acidente.

Jorge Viana é amigo pessoal da família de Eduardo Campos. “Campos era cheio de vida e sonhos e tentava levar para o resto do país o que implantou em Pernambuco. Tenho muito carinho por ele e por toda a família e sou solidário a todos nesta dor, principalmente sua esposa, que acabou de ganhar um bebê. Marina Silva, que como ele também se doa em tudo o que faz, deve estar arrasada e peço a Deus força para que todos possamos superar esta tristeza”, afirmou, com semblante triste.

Logo depois, o Senador deixou a conferência.

Após o impacto da tragédia, a grande indagação é se Marina, acriana de Xapuri, será a candidata oficial à Presidência pelo PSB. O prazo para decidir é curto. De acordo com a legislação (Resolução 23.405/2014), em caso de morte do candidato, o partido precisa realizar uma votação para substituí-lo em até 10 dias. São elegíveis quaisquer membros da coligação do partido no caso do PSB, são os partidos PHS, PRP, PPS, PPL e PSL.

Além de Campos, mais 6 pessoas morreram, entre eles o cinegrafista Marcelo Lyra, o fotógrafo Alexandre Severo e o assessor Carlos Augusto Leal Filho (Percol).

De acordo com notícias do G1, o jatinho de pequeno porte onde viajava o candidato caiu em um bairro residencial em Santos, no litoral paulista. Além das mortes, o acidente feriu 6 pessoas, que foram levadas para o hospital. Todos os feridos passam bem.

A presidente Dilma Rousseff se comunicou sobre a morte pelo Twitter. Ressaltou que conviveu com Campos durante o governo Lula e nas campanhas presidenciais de 2006 e 2010.

“Estivemos juntos, pela última vez, no enterro do nosso querido Ariano Suassuna. Conversamos como amigos. Sempre tivemos claro que nossas eventuais divergências políticas sempre seriam menores que o respeito mútuo característico da nossa convivência. Foi um pai e marido exemplar. Nesse momento de dor profunda, meus sentimentos estão com Renata e com os seus filhos. Estou tristíssima”.

Antes das 17h, a presidente fez uma declaração ao vivo na TV. Logo depois, foi a vez de Marina Silva, abatida, fazer um pronunciamento emocionado sobre a morte de seu companheiro de chapa, desejando condolências à família e a todos aqueles que estão de luto por essa perda inesperada.

 

 

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  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

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