A Amazônia foi consumida pelas chamas no mês de agosto, com 31.513 focos de calor computados. Este é o maior número em 12 anos, segundo dados atualizados na noite desta quarta-feira (31) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
O recorde anterior para o mês foi registrado em 2010, quando foram computados cerca de 45 mil focos no bioma. Depois deste ano, o número de queimadas em agosto caiu consideravelmente, voltando a subir em 2019. Todos os recordes da década foram registrados durante o governo Bolsonaro.
O mês de agosto marca o início do período mais crítico de estiagem na Amazônia, quando o desmatamento e as queimadas se intensificam. Mas o número registrado em agosto de 2022 está 20% acima da média histórica para o mês (26.299 focos).
Somente no dia 22 de agosto foram registrados 3.358 focos no bioma, número maior do que os focos ocorridos no que ficou conhecido como “Dia do Fogo”, quando desmatadores decidiram, de forma coordenada, atear fogo às margens da BR-163, no Pará. Naquela data, o INPE computou cerca de 2.400 focos em todo bioma.
No acumulado do ano, já são 44.419 mil focos, sendo que cerca de 37 mil deles ocorreram somente nos últimos dois meses. O número é 12,6% maior do que o mesmo período do ano passado (janeiro a agosto), quando foram computados 39.424 focos de calor.
Fogo nos outros biomas
Além da Amazônia, a Caatinga também apresentou número de queimadas acima da média. Foram 1.138 focos computados, cifra 12% maior do que a média histórica para o mês no bioma. O período mais crítico para o fogo na Caatinga vai de setembro a dezembro.
O Cerrado e o Pantanal, que assim como a Amazônia têm seu período crítico para o fogo entre os meses de agosto a outubro, tiveram número de focos em agosto abaixo da média para o mês. No Cerrado, foram computados 10.331 focos, 26% abaixo da média, e no Pantanal, o INPE registrou 78 focos, número 20 vezes menor do que a média para o mês (1.593 focos)
No Pampa, foram registrados 53 focos de calor, número 78% abaixo da média para o mês. O período crítico para o fogo neste bioma é entre junho e setembro.
Já na Mata Atlântica foram computados 2.280 focos, 44%¨abaixo da média para agosto. O período de estiagem para este bioma se estende entre julho e novembro, sendo os meses mais críticos entre agosto e outubro.
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