Notícias

Degradação em áreas não florestais da Amazônia alcança 49 mil km² em dois anos

Área é maior do que o estado do Espírito Santo. Desmatamento em áreas de não floresta foi de 1.144 km² entre 2023 e 2025, segundo nova ferramenta do INPE

Cristiane Prizibisczki ·
16 de setembro de 2025

O Governo Federal anunciou, na segunda-feira (15), o lançamento oficial de uma nova ferramenta de monitoramento do desmatamento e degradação da vegetação nativa na Amazônia, o Deter Não Floresta (Deter NF). 

Como o próprio nome indica, a ferramenta mede as alterações das áreas não florestais na Amazônia, como regiões de savana (cerrado), campos naturais e áreas de transição, que correspondem a aproximadamente 20% do bioma.

Os dados serão disponibilizados, em breve, na plataforma TerraBrasilis. Informações obtidas por ((o))eco, no entanto, mostram que, entre agosto de 2023 e setembro de 2025, os alertas de degradação em regiões não florestais do bioma somaram 48.875  km², área maior do que o estado do Espírito Santo (46 mil km²).

Os alertas de desmatamento para tais áreas somaram 1.144 km², no mesmo período, o equivalente à cidade do Rio de Janeiro (1.200 km²).

Segundo nota publicada pelo Governo Federal, a implementação do Deter NF representa um salto de qualidade na governança ambiental, já que agora o monitoramento cobre 100% do território amazônico. 

Antes da nova ferramenta, o monitoramento diário cobria apenas as florestas ombrófilas densas, em alertas emitidos para áreas com desmatamento com solo exposto e corte raso em florestas primárias.

“Onde antes tínhamos um vazio de informação diária, agora temos transparência e agilidade. Isso democratiza o acesso à informação e fortalece imensamente a ação do Estado”, disse o secretário extraordinário de Controle do Desmatamento do MMA, André Lima.

A nova ferramenta usa não só imagens de satélite, mas também inteligência artificial para indicar mudanças na cobertura vegetal, seja por desmatamento, mineração, queimadas ou outras atividades irregulares.

O Deter NF vem sendo desenvolvido desde 2023, por meio de uma parceria entre o INPE, órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

  • Cristiane Prizibisczki

    Jornalista com quase 20 anos de experiência na cobertura de temas como conservação, biodiversidade, política ambiental e mudanças climáticas. Já escreveu para UOL, Editora Abril, Editora Globo e Ecosystem Marketplace e desde 2006 colabora com ((o))eco. Adora ser a voz dos bichos e das plantas.

Leia também

Notícias
8 de setembro de 2025

Queimadas caem nos biomas brasileiros em 2025, com exceção da Caatinga

Amazônia e Pantanal registraram queda expressiva no número de focos de calor. No Cerrado e Mata Atlântica, a redução é bem menor, mostra INPE

Reportagens
4 de setembro de 2025

Conama aprova regras gerais para supressão autorizada de vegetação nativa no país

Brasil não tem dados transparentes sobre desmatamento autorizado em imóveis rurais. Conselho também aprovou moções importantes em reunião em Brasília

Notícias
13 de agosto de 2025

Brasil perdeu quase 112 milhões de hectares de áreas naturais nos últimos 40 anos

Área corresponde a 13% do território nacional e é equivalente à soma da França, Espanha e Portugal. Números são da última coleção do MapBiomas

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.