“Este é um dos primeiros estudos que mostra de forma sistemática que a criação de parques tem um efeito extremamente positivo sobre a biodiversidade do Cerrado. Apesar de intuitivo, comprovar a importância das áreas protegidas mais restritivas com dados robustos é essencial neste momento em que elas estão sofrendo pressão de diversos setores, que aparentemente não entendem o valor da biodiversidade e de ecossistemas saudáveis”, comenta o autor principal do estudo, Guilherme Braga Ferreira, da University College London e do Instituto Biotrópicos.
Das 21 espécies avaliadas, nove tiveram maior ocupação em UCs mais restritas. A única que teve ocorrência maior em UCs de uso sustentável foi a raposinha-do-campo (Lycalopex vetulus), um pequeno canídeo ameaçado de extinção que parece melhor adaptado às áreas mais antropizadas. Outras 11 espécies não apresentaram fortes relações de acordo nível de proteção da área, em sua maioria animais menores e menos ameaçados.
“Apenas 3% da área original do Cerrado está protegida por áreas com maior nível de proteção. Nosso estudo indica que a manutenção e, idealmente, a expansão destas áreas deveriam ser consideradas prioridades se quisermos garantir a preservação de animais icônicos do Cerrado brasileiro”, acrescenta Guilherme.
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