As queimadas avassaladoras em curso na Amazônia e no Pantanal estão nas manchetes, mas o problema dos incêndios florestais ocorre em todo Brasil, inclusive na Mata Atlântica e em cidades como o Rio de Janeiro. Especialmente nos meses mais secos, entre junho e setembro, não é incomum os cariocas se depararem com o Maciço da Tijuca ou da Pedra Branca, os principais redutos florestais da cidade, em chamas. Para tentar acelerar o tempo de resposta no combate a esses focos e se valendo do fato do Rio ser uma cidade superpovoada, a organização Mosaico Carioca de Áreas Protegidas desenvolveu a ferramenta InFOGO. A iniciativa conecta o morador, que registra a localização de uma ocorrência de incêndio, aos brigadistas e gestores de unidades de conservação da cidade, que irão proceder com o combate.
A iniciativa foi lançada em junho e, nesse primeiro momento, os alertas têm se concentrado por meio de uma conta única de Whatsapp. O projeto, entretanto, é desenvolver um aplicativo que faça esse intermédio entre o usuário e os responsáveis pela proteção de áreas protegidas cariocas como o Parque Nacional da Tijuca, Parque Estadual da Pedra Branca e Parque Estadual do Grajaú. Para viabilizar a plataforma digital, o Mosaico Carioca iniciou uma campanha de financiamento coletivo (disponível aqui) para cobrir os custos de desenvolvimento e manutenção do aplicativo, junto com a criação de um site próprio para iniciativa. Com os recursos da campanha, também está previsto a compra de equipamentos de combate, que serão cedidos às equipes de brigadistas atuantes no município, e o treinamento de lideranças comunitárias e voluntários em ações de prevenção e combate.
“A gente sabe que um aplicativo demora muito, então viabilizamos uma ferramenta via Whatsapp em que hoje você fotografa o incêndio, manda pro telefone do InFOGO, ele recebe a informação, existe uma curadoria com os coordenadores do InFOGO, que valida aquele incêndio e dispara as informações para as áreas protegidas. Os brigadistas e os gestores das unidades de conservação são os primeiros a receber essa informação”, explica um dos coordenadores da ferramenta, Anderson Ribeiro.
“O financiamento vem para que essa ferramenta saia do Whatsapp e vire um aplicativo de celular e tenha seu próprio site. Para que toda sociedade possa usar e também os órgãos oficiais possam consultar essa ferramenta. Porque futuramente esse aplicativo vai gerar dados e estatísticas sobre onde se tem mais fogo, onde é uma área mais sensível, onde a gente precisa atuar mais e até ajudar a mapear as causas mais recorrentes dos incêndios”, completa.
O financiamento coletivo do InFOGO teve início no dia 02/09 na plataforma Catarse, e tem como meta alcançar a quantia total de 69 mil reais. Acesse aqui a campanha.
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Muito importante criar mecanismos que permitam que o cidadão comum possa denunciar e acompanhar as ações em prol do meio ambiente!