Nos três meses de intensas queimadas no Pantanal, membros da força-tarefa criada pelo Governo Federal para combater as chamas conseguiram resgatar 564 animais silvestres. O número foi divulgado na noite de terça-feira (13), no último boletim do Ministério do Meio Ambiente (MMA) sobre a situação das chamas no bioma.
Não teve a mesma sorte a onça-pintada “Gaia”, uma das felinas monitoradas pela Organização Não-Governamental Onçafari, que padeceu em meio ao fogo. O anúncio da morte de Gaia foi feito na última sexta-feira (9) pela ONG. O animal tinha 60 kg, era monitorado desde maio de 2013 e gerou quatro filhotes.
“É com grande tristeza que nos despedimos da Gaia, uma das onças monitoradas pelo Onçafari, conhecida pela equipe desde o nascimento. Infelizmente, o fogo interrompeu essa linda jornada e é impossível não sentir profundamente a sua perda”, diz a publicação da ONG.
O total de vegetação já perdida no Pantanal em 2024 – de 1º de janeiro a 11 de agosto – varia entre 1,05 milhão de hectares e 1,50 milhão de hectares, o que representa de 6,99% a 9,98% do bioma.
Dentre as áreas queimadas estão grandes porções de unidades de conservação e Terras Indígenas. Do total queimado, 20,6% estavam dentro destas áreas, sendo 13,1% em Terras Indígenas, 4% Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), 2,6% de unidades de conservação federais e 0,9% de UCs estaduais.
Em termos percentuais, a Estação Ecológica de Taimã foi a que mais pereceu para as chamas. Nesta UC, já foram queimados 4,2 mil hectares, ou 36,4% da unidade. O Parque Nacional do Pantanal Matogrossense foi o que perdeu maior área: já são 13,8 mil hectares queimados, ou 10,2% da unidade.
Entre as Terras Indígenas, TI Kadiwéu é a que mais sofre. Por lá, já foram queimados 190,6 mil hectares, ou 35,4% da TI.
Segundo os envolvidos na força tarefa de combate aos incêndios no Pantanal em 2024, ainda não é possível estimar as perdas de animais silvestres nesses meses de intensas chamas. O que se sabe é que o número de animais resgatados é infinitamente menor do que os que sucumbem às chamas.
Um estudo publicado em 2021 por pesquisadores brasileiros na revista científica Nature dá uma ideia do estrago que o fogo pode fazer para a fauna local. O trabalho, focado nas grandes queimadas de 2020 – até então as maiores da série histórica –, estimou o impacto de primeira ordem sobre os vertebrados nos 39.030 km² afetados pelo fogo naquele ano.
“Nossas estimativas indicam que pelo menos 16,952 milhões de vertebrados foram mortos imediatamente pelos incêndios no Pantanal, demonstrando o impacto de um evento desse tipo em ecossistemas de savana úmida”, diz o trabalho.
Apesar da trégua que a chuva do final de semana trouxe ao bioma, os trabalhos de combate continuam com força total. Até o dia 12 de agosto, as equipes tiveram de enfrentar 96 grandes incêndios. Segundo o MMA, 46 incêndios continuam ativos, dos quais 27 estão controlados.
A onda de calor esperada para chegar ao Brasil nos próximos dias, com temperaturas acima de 40ºC, será um novo desafio para os combatentes do fogo não só no Pantanal, mas também nos demais biomas brasileiros.
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Coitados dos animais. Tenho nojo, despreze por essa gentalha sem pedigree do agro.
concordo com vc